Tecer um orçamento para 2009, nas actuais circunstâncias, já se sabia que não iria ser tarefa fácil porque o pano do lençol, com a crise económica e financeira internacional sem fim à vista, e com o crescimento da economia portuguesa a marcar passo, sempre seria curto. Ainda assim, porque estamos em vésperas de eleições, o governo fartou-se de esticá-lo e vai daí toca de espalhar benesses, com os funcionários públicos à cabeça e mais uns quantos, a começar nos deficientes e acabar nos camionistas. Se, em relação aos funcionários públicos, me parece justa a opção, tendo conta que há já vários anos vinham perdendo poder de compra e terão sido provavelmente os mais afectados pelo apertar do cinto nos últimos anos, já em relação aos deficientes me parece não haver justificação para se fazer marcha atrás em relação às opções do actual orçamento. O mesmo direi em relação em camionistas: manter até 2012 benefícios fiscais atribuídos a título provisório, em época de alta de preço do crude, não parece fazer muito sentido quando o preço do petróleo se encontra em baixa acentuada.
Como resultado de tanta benesse e como o pano é curto, lá teremos que comprar fiado mais umas tiras de linho, para os pés não ficarem destapados: O défice, que era previsto descer para 1,5%, vai ficar pelos 2,2%, tal qual o previsto para 2008.
O governo lá sabe as linhas com que se cose, mas fica a ideia de que, com menos eleitoralismo, poderia ter feito melhor.
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