quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

"Perdei toda a esperança"

Se alguém continua a ter dúvidas sobre se este governo é, ou não, uma fraude, recomendo-lhe, para as dissolver, a leitura deste escrito de João Pinto e Castro.
E, a propósito de fraude, acrescente-se que o relatório ontem apresentado como sendo do FMI, não passa também de outra fraude, pois não passa duma encomenda elaborada a pedido do governo como forma de "legitimar" a chamada "refundação" do Estado que o governo se propõe levar a cabo. 
Não é verdade que foi elaborado com a colaboração de quase toda a equipa ministerial, com excepção do Relvas (será que já não é ministro?) como resulta do próprio relatório?
As medidas ali propostas estão, aliás, de acordo com a política de austeridade seguida por este governo e não representam outra coisa que não seja o agravamento da austeridade para além do impensável, como forma (errada, uma vez mais) de resolver os problemas da falta de crescimento da economia e do descontrolo do défice público, com origem, precisamente, nas políticas adoptadas. É claro que reforçar a dose de austeridade para combater as consequências da austeridade é uma política estúpida, mas a verdade é que este governo é mesmo estúpido.
A "encomenda" do governo acaba por reduzir a pó as ideias que o patarata ministro da Economia tem vindo a expor sobre crescimento da economia, sobre inovação, sobre educação e o diabo a quatro. O relatório, onde não há sequer uma medida que contemple a reanimação da economia, deixa claro que o "Álvaro" não só não sabe do que anda a falar, como ignora, estranhamente, as intenções e as orientações do governo.
Perante o relatório, como não considerar também como risíveis os apelos à confiança dirigidos por Cavaco Silva aos portugueses, na mensagem de ano novo? As medidas contidas no relatório são, de facto, de tal forma brutais que toda a esperança é vã, enquanto este governo se mantiver em funções. 
Parafraseando Dante e a sua "Divina Comédia" (aqui citada de memória), o relatório está mesmo a anunciar aos portugueses e a quem vem de fora: "Perdei toda a esperança".

5 comentários:

Anónimo disse...

recomendo-te também a leitura do tweet da Fernanda Cãncio e o post "Aldrabices" do José Gusmão no Ladrões de Bicicletas, para veres até onde vai a dimensão da fraude.
Não podemos perder a esperança, Francisco, temos de agir e, se os gajos não sairem a bem temos de os correr. Nem que seja a tiro!

Evaristo Ferreira disse...

Caro Francisco, a esperança é a última amarra para sobrevivermos. Eu tambem tenho dias de desilusão, de desespero e de raiva. Mas ainda não perdi a esperança. Penso que este ano, depois de Setembro, a coisa vai estoirar. Coragem.
Um abraço.

Isa GT disse...

Estou a ver isto muito mau, mas há muito tempo que perdi a esperança, desde o dia que fizeram a coligação... e no meu outro comentário não o disse, mas faço minhas as palavras do Carlos... isto só... a tiro, mas duvido muito que os portugueses façam o que quer que seja...
Ando com um stress e uma ansiedade que nem imagina, isto de ver um país a afundar dá pânico, por mim nem me ralava, mas tenho um miúdo com 11 anitos e estou deveras preocupada com o futuro... esta gente não se rala nem quer saber de nada, sejam crianças, idosos... só vieram para arrasar com tudo... e roubar o resto que possa ser roubado... no final, lhe garanto que até aquele restinho de ouro no B.Portugal também há-de ir.

Bjos

Albino M. disse...

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Dante.
Abc
A.M.

Francisco Clamote disse...

Obrigado,meu caro Albino.