quinta-feira, 28 de março de 2013

Nem espicaçado, reage

A crer nesta notícia, Cavaco Silva não deve ter visto a entrevista de José Sócrates. Nela se dá conta que Cavaco, no rescaldo da entrevista, ignorou as acusações feitas por Sócrates, tendo-se limitado a publicar um texto, no facebook, de nula relevância:  "Nas últimas três semanas visitei seis empresas: Cerealis, em Lisboa, Sousacamp em Vila Flor, Frucar, em Carrazeda de Ansiães, Leica, em Vila Nova de Famalicão, Symington, em Vila Nova de Gaia e Gelpeixe, em Loures. Empresas que investem, inovam, apostam na qualidade e criam emprego."
(Nula relevância, digo eu, porque, se não é lícito estabelecer uma qualquer ligação de causa a efeito, entre tais visitas e a queda contínua da economia nacional, de há dois para cá, também não são visíveis quaisquer benefícios decorrentes das visitas de Cavaco, visitas que, aparentemente, se limitam a servir de palco para Cavaco debitar umas quantas banalidades - especialidade lá da casa.)
Escrito isto entre parêntesis, devo dizer que mesmo que Cavaco não tivesse visto a entrevista, não é crível que a sua casa civil não lhe tenha dado conta das críticas, aliás, mais que justas, que lhe foram feitas por José Sócrates.
A falta de uma reacção imediata pode ter uma dupla leitura: ou Cavaco sentiu demasiado a estocada e não quer reagir a quente, ou, se o silêncio se prolongar, tal só pode significar que Cavaco é mesmo o que dele se diz que é: um sonso, incapaz de enfrentar lealmente um adversário, mas sempre pronto a atacar pelas costas. Quem se lembra da sua actuação, ao longo dos seus dois mandatos presidenciais, já o sabia, mas, ontem, Sócrates fez muito bem em lembrá-lo, porque há por aí muita gente que sofre de amnésia.

2 comentários:

O Puma disse...

Como diz Batista Bastos

o Homem está em forma -

excepto na sua própria memória

Anónimo disse...

Cavaco não pode reagir. Tem as mãos sujas e cada vez que abra a boca, Sócrates aplica-lhe mais um directo aos queixos.
Por outro lado, não reagindo, a conclusão óbvia só pode ser "quem cala consente"...