Uma dita Comissão Independente de Juízes (Independente de quê e porquê, pergunta-se) veio hoje a público defender que muitos dos presos libertados na sequência das alterações das leis penais são delinquentes perigosos e que "o propósito subjacente a essas alterações legislativas, meramente economicistas, foi o de reduzir o número de presos, para esvaziar algumas prisões portuguesas, para depois encerrar e vender estabelecimentos prisionais, em prejuízo da segurança dos cidadãos, da sociedade e da tranquilidade pública".
Ele há coisas que não lembram ao diabo, mas pelos vistos, lembram aos juízes da Comissão Independente. Com efeito, se a afirmação sobre a libertação de delinquentes perigosos tem foros de razoabilidade, já a segunda proposição relativa aos propósitos economicistas constitui um perfeito disparate, só compreensível por se tratar de uma Comissão que pode ter todos os qualificativos menos o de "Independente". Aliás, a terminologia usada (pouco própria de magistrados judiciais) revela que o " Independente" foi colado à Comissão com cuspo: Com uma simples chuvada vem abaixo.
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