A crise que varre o CDS originada pelo facto de os seus militantes terem tomado conhecimento pela comunicação social que Paulo Portas tinha ocultado durante um ano a demissão do vice-presidente Nobre Guedes revela agora claramente quão frágil é a situação do partido, que, a meu ver, corre o risco de extinção. Vejamos porquê:
A concepção que Paulo Portas tem do CDS pode resumir-se na expressão "O partido sou eu" e a ideia dos militantes não andará longe disso. Só assim se encontra explicação simultânea para o facto de Paulo Portas ter ocultado a demissão de Nobre Guedes e para o modo como foi aceite o regresso de Portas à presidência do partido, após o interregno de Ribeiro e Castro.
Quanto ao primeiro facto é óbvio que, na perspectiva e na concepção de Portas, dar conhecimento aos militantes da demissão de Nobre Guedes era algo irrelevante. Importante era que ele, Portas (e ele é o partido) soubesse.
A forma apoteótica como Paulo Portas foi eleito como Presidente do Partido, pouco tempo depois da sua nunca suficientemente explicada demissão, mostra claramente que para os militantes do CDS, Portas é (ou era) o Messias.
Só que, infelizmente, para o CDS, Paulo Portas, ainda que intelectualmente brilhante, tem-se revelado como um político instável (até dizer chega !) e sem rumo certo e, nestas circunstâncias, pouco esperançoso. A meu ver, Paulo portas como político, está acabado e o CDS ou encontra, com brevidade, um novo dirigente com estatura política à altura das circunstâncias ou terá o mesmo destino.
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