Manuela Ferreira Leite (MFL) reincide na condenação das obras públicas, onde engloba, como se sabe, o TGV, esquecendo os compromissos com Espanha de que ela própria é co-responsável enquanto titular da pasta das Finanças do governo de Durão Barroso. Para o efeito, socorre-se, desta vez, da notação atribuída pela Standard & Poor's (que ela qualifica como uma das mais prestigiadas agências de notação financeira, opinião que, no entanto, não é seguida por muitos economistas que lembram a avaliação positiva do Lehman Brothers nas vésperas da sua derrocada) agência que baixou quarta-feira a notação financeira da dívida portuguesa. Só que Manuela Ferreira Leite esquece-se de um pormenor que se vira contra ela. Na verdade, segundo a agência, a descida do rating da República fica a dever-se ao facto (certo ou errado, não discuto) de as reformas estruturais associadas à economia e às finanças públicas se mostrarem "insuficientes" para que Portugal pudesse continuar a ter um rating de 'AA'. Ora bem, o actual Governo pode não ter feito todas as reformas necessárias, mas fez algumas como a reforma da Segurança Social e outras que ela própria (MFL) se encarrega de enumerar ao falar dos juízes, dos professores, dos funcionários públicos, dos militares e dos polícias. Todavia, ela não louva essas reformas, mas, contradizendo-se a si própria nalguns casos, critica-as agora, o que significa que, com ela, as reformas ficariam na gaveta. Mas, sendo assim, cabe aqui perguntar: Se, mesmo com reformas, o rating desce, até que profundezas baixaria ele sem as reformas, se fosse ela a responsável pela governação? Com a falta de credibilidade que, com as contradições do seu discurso, todos os dias aumenta, estaríamos bem aviados. Que Zeus a conserve bem longe do poder! Digo eu.
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