Só por manifesto oportunismo é que se pode defender, como faz o PSD, o voto por correspondência dos emigrantes nas eleições para a Assembleia da República, quando se sabe que essa modalidade de voto "é permeável à fraude" e não garante o "princípio do segredo de voto".
O retomar da questão por parte deputado do PSD eleito pelo círculo da Europa, Carlos Gonçalves, depois de já ter sido aprovado na Assembleia da República o diploma que pôs termo ao voto por correspondência e sem invocar qualquer princípio que justifique a posição do seu partido a favor de um sistema que já não era admitido nas eleições presidenciais, mostra que para o PSD é mais importante defender os seus interesses do que garantir a genuinidade do acto eleitoral. Ou seja, perante os interesses partidários, os princípios bem podem "ir para as urtigas".
No seu discurso, Carlos Gonçalves faz o favor de lembrar as remessas dos emigrantes, referência que, se bem a entendo, tem o leve sabor a "chantagem", o que, somado à vacuidade do discurso, prova a qualidade da sua posição. Insustentável, acho eu.
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