domingo, 3 de maio de 2009

Dia da mãe (Três "discursos" e um desenho)

(Picasso)


I

"Quando eu nasci,
ficou tudo como estava.

Nem homens cortaram veias,
nem o Sol escureceu,
nem houve estrelas a mais...
Somente, esquecida das dores
a minha mãe sorriu e agradeceu.

Quando eu nasci,
não houve nada de novo
senão eu.

As nuvens não se espantaram,
não enlouqueceu ninguém ...

Pra que o dia fosse enorme,
bastava
toda a ternura que olhava
nos olhos de minha Mãe ..."

Sebastião da Gama
("Pequeno Poema" in Serra-Mãe)

II

"Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro mim.
E deixo-te as rosas..."

Eugénio de Andrade

III

Mães

As rugas do vosso rosto
não enganam ninguém.
São sinais de muito amor
e também traços de dor
que o tempo aí desenhou.
Posso dizer. Sei-o bem.

(Imagem daqui)

4 comentários:

mdsol disse...

Oh Que bonito!

[Por motivos variados não tenho podido andar por aqui. Vou espreitando a correr, sem tempo para comentar! Fico contente com as visitas e peço desculpa por não poder retribuir. Qualquer dia entra tudo na "normalidade". É que eu é que perco.
:))

Anónimo disse...

As mães merecem estes lindos poemas.

Parabéns a todas as mães.

A minha foi a pessoa que mais me amou.

Sinto-me culpado de não saber amar assim tanto.

Anónimo disse...

lindíssimos e muito sentidos - bonita homenagem obrigado por os relembrar

capitolina disse...

Bonitos!
A minha mãe era tão luminosa que não consigo ter memórias de tristeza. Foi um privilégio dos deuses, assim penso.