I
"Quando eu nasci,
ficou tudo como estava.
Nem homens cortaram veias,
nem o Sol escureceu,
nem houve estrelas a mais...
Somente, esquecida das dores
a minha mãe sorriu e agradeceu.
Quando eu nasci,
não houve nada de novo
senão eu.
As nuvens não se espantaram,
não enlouqueceu ninguém ...
Pra que o dia fosse enorme,
bastava
toda a ternura que olhava
nos olhos de minha Mãe ..."
Sebastião da Gama
("Pequeno Poema" in Serra-Mãe)
II
"Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro mim.
E deixo-te as rosas..."
Eugénio de Andrade
III
Mães
As rugas do vosso rosto
não enganam ninguém.
São sinais de muito amor
e também traços de dor
que o tempo aí desenhou.
Posso dizer. Sei-o bem.
(Imagem daqui)
4 comentários:
Oh Que bonito!
[Por motivos variados não tenho podido andar por aqui. Vou espreitando a correr, sem tempo para comentar! Fico contente com as visitas e peço desculpa por não poder retribuir. Qualquer dia entra tudo na "normalidade". É que eu é que perco.
:))
As mães merecem estes lindos poemas.
Parabéns a todas as mães.
A minha foi a pessoa que mais me amou.
Sinto-me culpado de não saber amar assim tanto.
lindíssimos e muito sentidos - bonita homenagem obrigado por os relembrar
Bonitos!
A minha mãe era tão luminosa que não consigo ter memórias de tristeza. Foi um privilégio dos deuses, assim penso.
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