quarta-feira, 27 de maio de 2009

E esta, hein !

“Uma atitude tão digna merece o nosso respeito” é o comentário de Paulo Rangel a propósito do pedido de demissão de Dias Loureiro do cargo de conselheiro de Estado. Com que então sair depois de bem empurrado é uma "atitude tão digna" ! Só para Rangel, sempre muito original !
Digna, digna, não foi, pois tornou-se inevitável após a audição de Oliveira e Costa na Comissão de Inquérito parlamentar. Reconhece-se, no entanto, que a demissão foi muito conveniente para o PSD. E se tivesse sido mais cedo, melhor teria sido, como se deduz da declaração de Paulo Rangel: “Do meu ponto de vista, ter-se-ia ganho se (...) esta decisão tivesse sido tomada mais cedo”. Ora nem mais, digo eu.

5 comentários:

Anónimo disse...

Correcto.
A forma como Rangel falou, disse tudo e como um cavalheiro.
Por vezes dentro do mesmo partido, escamoteiam-se certos aspectos e o PS não pode atirar pedras. Atenção aos telhados de vidro.
(Basta passar em revista os casos em que militantes ou simpatizantes do PS argolaram).

Aqui, Rangel não deixou de dizer, acrescentado "do meu ponto de vista..." melhor teria sido se fosse mais cedo...
e DISSE TUDO com elevação bastante.

"Digna ...", formalmente, Dias Loureiro ainda não está condenado, ainda não se declarou culpado, a procissão ainda vai no adro, e nada, mas mesmo nada, do ponto de vista ético, social ou político, obrigava um RAngel a desancar em D Loureiro.

Eu, pessoalmente, advinho que D Loureiro andou mal e nem acredito que a sua memória esteja assim tão apagada, mas, se eu fora uma pessoa investida em responsabilidades políticas ou titular de um órgão público, ou candidato como é o caso de Rangel, não me atreveria a exigir atitudes de pessoas ou que elas se comportassem como culpadas ou já condenadas, coisa que ainda precisa e deve ser demonstrada ("quod erat demonstrandum" como o dig.mo proprietário do blogue costuma escrever).

Qualificar de digna a atitude, não desmerece quem a qualifica e não desqualifica quem está presuntivamente inocente .
E isso de se dizer que se deve demitir perante a simples instauração um processo é como a história da garrafa meio cheia ou meio vazio: há argumentos para todos os gostos...

O resto a seu tempo se verá.
Portanto, ainda não há "espanto" por aqui.

Sempre a considerá-lo nesta terra de liberdade de expressão que tb é terra de espantos.
A. de Valentim

Anónimo disse...

Desculpe lá , mas estas questões são irrelevantes para o Parlamento Europeu na minha modesta opinião.
RELEVANTE,
Relevante é um candidato, Vital Moreira, com a responsabilidade de um cabeça de lista, vir defender um imposto Europeu e , perguntado sobre o assunto, responder que isso se verá quando for eleito.

Isto é uma falta de respeito por mim eleitor e para muitos outros que ousarem ofenderem-se com estes senhorecos que se julgam donos disto tudo: "Primeiro eleges-me depois eu te explico..."

Se calhar são ainda tiques do partido a que pertenceu, foram muitos anos, dezenas a militar e há estados de alma que viram feitio...ou carácter!

Pois fique sabendo, explique isso depois aos papalvos que lhe derem o cheque em branco e fique-se com os votos desses outros que confiam em si cegamente.
Nem teria precisado de dizer isso em público porque a gente já está habituada a ninguém cumprir o que se promete.

Ah! mas esse imposto não sinifica aumento de impostos para nós, é isso?
Então quem paga, de onde virá o dinheiro, do céu?

E se sair dos cofres do Estado português, quer dizer que o Estado vai cortar nas despesas da educação, cultura, forças armadas ou justiça, para o arranjar e o entregar em Bruxelas?
Ah! não? Então, vai fabricar moeda, fazer Euros nas rotativas do Banco de Portugal?
Isso era antigamente em que o Estado pagava em grande parte a dívida pública interna com a inflação.

Vital Moreira vê-se mesmo que esqueceu as cadeiras de economia do seu curso de direito.
A contabilidade pública ou o POC são coisas cujas regras basilares do "deve" e "haver" que fazem falta quando não estão presentes.

Agora estou a gostar.
Assim é que começa a aquecer.

Francisco Clamote disse...

Ainda não li as declarações de Vital Moreira a propósito da criação do imposto europeu e, por isso, não me sinto habilitado a dar uma opinião sobre o assunto. Seja como for, não me parece correcta a sua posição de "vir defender um imposto Europeu e, perguntado sobre o assunto, responder que isso se verá quando for eleito". É, sem dúvida, uma posição insustentável a carecer de urgente explicação.

Francisco Clamote disse...

Um aditamento: Como resulta do meu "post" o meu entendimento das palavras de P.Rangel, justa ou injustamente, não é exactamente o mesmo do amigo A. Valentim. Quanto aos telhados de vidro do PS (se os tem) não é assunto que me diga respeito. Nunca alinhei, em relação a Dias Loureiro, no coro dos que pediam veementemente a sua demissão, exactamente porque não posso afirmar que seja culpado disto ou daquilo e recuso-me a fazer julgamentos antecipados. Limitei-me sim, algumas vezes a questionar-me como foi possível ter ele ocupado tão elevados cargos, quando das suas próprias palavras se pode extrair a conclusão de que ou é "ingénuo" ou é "parvo". Noto, aliás, que entre as exigências mais instantes de demissão partiram, ou dos seus companheiros de partido (lembro-me de António Capucho, p.e.) ou de membros do C. de Estado (p.e, Lobo Antunes). Que me lembre, não ouvi essa exigência da boca de nenhum dirigente do PS. Admito, no entanto, que posso estar enganado. Renovo os cumprimentos.

capitolina disse...

Gente com memória lembra-se de que a matéria do imposto europeu não é nova.
O VM teve o cuidado de dizer que não seria uma sobrecarga de impostos, pois não os aumentaria. Das palavras dele depreendi que a um qualquer imposto existente se iria buscar uma parte para outro fim.