quarta-feira, 20 de maio de 2009

Dizes tu, direi eu...

Segundo se lê aqui "o procurador-geral da República deu instruções para (...) todas as diligências necessárias na investigação do caso Freeport, e que impliquem cooperação judiciária internacional, passarem a ser feitas sem o Eurojust".
Não ficou muito tempo sem resposta: o porta-voz do Eurojust esclareceu, entretanto, que "o caso Freeport foi encerrado (...) a 23 de Abril", antes mesmo da abertura do inquérito ao presidente da instituição, precisando que o Eurojust participou em "reuniões de coordenação" com as autoridades portuguesas e inglesas que "tiveram lugar em Novembro e Fevereiro" e concluindo que, uma vez que "todos os instrumentos de cooperação" já tinham sido postos em prática, "já não havia mais necessidade de o Eurojust apoiar as autoridades nacionais envolvidas".
Neste "dizes tu, direi eu", ninguém fica bem, parece-me. Em todo o caso quem não fica bem, seguramente, é o procurador-geral da República, pois, se ainda há dias afirmava que é cedo para decidir se Lopes da Mota continua à frente do Eurojust, as instruções que terá dado não fazem qualquer sentido e menos ainda vindo de quem vêm. A menos que o procurador-geral da República não saiba o que é coerência de atitudes. Conclusão que não abona a sua escolha para o alto cargo que ocupa.
Mais um erro de "casting" ?

1 comentário:

Anónimo disse...

Discordo.

Salvo melhor opinião, o sr. PGR sabe o que está a fazer e já tem uma ideia segura e muito concreta de tudo o que se passou, pois que já falou com todas as partes envolvidas seguramente!

Quanto ao processo disciplinar, para ele, já sabe como vai terminar até pelas conclusões do inquérito ( que apontavam para proc. disc.).

Ninguém perguntou ou se perguntou ao Sr. PGR ele não responderia, mas que faria ele se estivesse no lugar de Lopes da Costa?

Claro que suspenderia funções sabendo o que sabe.

Como LC não suspendeu, o sr PGR tinha que dar um sinal público de independência claro: ou seja, LC não interferiria nas fases subsequentes do processo.

A explicação do Eurojust de que o que havia a fazer já estva feito é que me parece uma resposta desnecessária e por reacção.

Eu gostaria que este proc disciplinar estivesse concluído em meados de julho para que no final desse mês se conhecesse o resultado de quem vai decidir tudo.
(JFF)