Impressionado com o desfecho do caso da menina entregue à mãe biológica por decisão de um tribunal da relação (com os resultados já conhecidos) e aproveitando o ensejo proporcionado pela nomeação, pelo Presidente Obama, de uma mulher de origem hispânica, para o Supremo Tribunal dos Estados Unidos, José Manuel Fernandes (JMF), no editorial de hoje do "Público", faz um ensaio de comparação entre o funcionamento da Justiça nos Estados Unidos e em Portugal, para, depois e em conclusão, desancar forte e feio na judicatura portuguesa que qualifica de corporativa, qualidade a que associa " um atavismo deprimente em que quase todos se amparam uns aos outros". E por isso protesta e conclui: "apesar de toda a retórica, temos mais depressa uma democracia corporativa do que uma democracia aberta".
JMF tem, em parte, razão. Só que, lamentavelmente, chega a tão brilhantes conclusões demasiado tarde. Convém lembrar-lhe que, enquanto director do "Público", tem dado acolhimento e sustentação (militante) a todas as manifestações de "corporativismo" que entretanto têm surgido na sociedade portuguesa, a começar exactamente pelas corporações ligadas ao poder judicial. Para não recuar muito no tempo, basta a tal propósito, recordar o apoio dado às "corporações" dos professores na luta contra as reformas levadas a cabo pelo actual Governo (quando era mais que evidente que a luta desencadeada tinha e tem apenas como objectivo a defesa dos seus interesses de classe) apoio que chegou ao ponto de dar voz na sua edição on line ao blogue de um tal professor Guinote, blogue que, por uma questão de pudor, me abstenho de nomear. Ou, ainda mais recentemente, todo o protagonismo dado ao actual presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público que, a avaliar pela suas atitudes e tomadas de posição, não passa, segundo o meu fraco juízo, de um "pobre pateta".
É, pois, caso para, num exercício de retórica, perguntar ao director do "Público": Por onde tens andado, Zé Manel ?
11 comentários:
Meu Caro e Ilustre
Sou o mesmo que há bocado desancou por causa de VM e da questão do imposto Europeu.
Aqui estou inteiramente do seu lado e como pergunta pelo JMF eu, que costumo ler o Público impresso, fiquei pasmado e V. Exa.a teria ficado ESPANTADO se visse um artigo de quase página inteira (pág 37) de uma senhora procuradora geral adjunta jubilada que vem prestar jus ao carácter , lealdade, saber e probidade do Sr. Dr. lopes da Mota.
Depois de ler o artigo e da descrição do carácter do Dr. lopes da Mota, fiquei muito inclinado (para não dizer totalmente caído) para a hipótese em que sempre acreditei de tudo não passar de duas virgens com problemas eróticos mal resolvidos, pois que se fora gente de outra índole, teriam seguido a via da queixa disciplinar ou mesmo criminal (por escrito conforme as regras de direito que bem deviam saber), e, nunca enveredarem por uma via política que foi a do sindicato atropelando o sr. PGR e tudo quanto são as regras a que estão sujeitos.
Tudo isto a propósito de JMF, pois que até eu fiquei "espantado" .
Se eu tivesse escrito um artigo para o Público publicar, certamente mo censurariam ou porque não interessava, ou porque era grande ou porque não era oportuno.
Vá lá a gente perceber por que linhas se cosem estas direcções de jornais!?
Quantas causas têm ficado na gaveta?
Perguntou por ele? Pois está na pág. 37 do jornal de hoje.
Também leio habitualmente o "Público" na sua edição impressa, e, tal como o meu amigo, também li a peça da senhora procuradora-geral adjunta jubilada.A minha conclusão não difere, neste particular, da sua, afirmação que se abona com anteriores escritos aqui no blogue.Saudações cordiais.
Ainda consegue lê-lo?
Cara Capitolina:
Os maus hábitos custam a erradicar! Saudações cordiais.
Caro Francisco,
Quando li " Por onde tens andado, Zé Manel" até pensei que fosse falar do Durão Barroso.
Mas falou e muito bem do Fernandes.
Mas nem todos os Zé Manéis são assim. Garanto.
Cumprimentos
Pode ser que este assomo de cura jornalística do Zé Manel Fernandes se possa estender à Manuela Moura Guedes. Todos ganharemos com a recuperação...Não é que todos não somos demais?
Zé Mário
Ó Anónimo k se chama Zé Mário, pq é anónimo e Zé Mário? Será do emaranhamento dos meus fusíveis provocado pla política cá do rectângulo k eu não alcanço a coisa?
Ó Francisco, desculpe esta inquirição por dentro do seu blogue, mas esse Zé Mário Anónimo provoca-me...
Voltei para lhes propor k acrescentem aos favoritos um blogue que eu acho delicioso, mas não sei como entrar nele com os meus comentários.
Vejam e concluam:
http://minimo-microficcao.blogspot.com
É de alguém que se apresenta como "especialista da coisa vaga".
Cara Capitolina: a explicação quanto ao Anónimo Zé Mário é muito simples: é "anónimo" porque não tem conta no Google e só através da opção "Anónimo" e que consegue aceder à caixa de comentários. É um amigo meu de há muitos anos e amigo excelente, como se pode concluir pelo teor dos seus comentários, que só escreve quando são favoráveis à casa. Eu disse "amigo excelente", mas para lhe fazer justiça, devia dizer "excelentíssimo".
Vou dar um vista de olhos ao blogue que sugere. Saudações amigas.
Obrigada pela explicação, Francisco. Já vi k voltei a pôr o pantufo na poça... Afinal é uma coisa tão básica para quem não é uma pobre iliterata na matéria.Volta e meia ponho a descoberto o quão basiquíssima sou. Tenho de ir fazer uma formaçãozita.
Quanto à grandeza e à fidelidade do amigo, parabéns aos dois.
Eu agradeci a explicação ontem, mas não foi publicada. Já disse k sou mais iliterata e mais básica que o k se conclui de básico na explicação do Francisco. Lá que eu deveria ter luzes k me impedissem estas tristes figuras das minhas perguntas, devia...
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