(Clicando, amplia)
De há muito que, nesta casa, se considera o "Público" como o jornal oficioso de Belém. As sucessivas notícias ali vindas a lume "sopradas" por "fontes de Belém" são prova suficiente e, uma vez por outra, fui fazendo eco desse facto, como se pode comprovar fazendo uma pesquisa aqui no blogue, etiqueta "Público". O que não se imaginava é que além de jornal oficioso, o "Público" fosse também uma central de investigação ao serviço da Presidência da República.
A notícia e o "e-mail" (v. supra) hoje publicados pelo Diário de Notícias (DN) ("e-mail" qualificado aqui como "alegada mensagem de correio electrónico") demonstram à saciedade que o "Público" sob a direcção de José Manuel Fernandes, coadjuvado pelo autor do "e-mail, o inenarrável Luciano Alvarez, se deixou instrumentalizar pela Presidência da República, ou, pelo menos, pela central de contra-informação nela sediada e liderada por Fernando Lima.
Convém, a propósito, recordar que as notícias veiculadas pelo DN, surgem na sequência do texto publicado, no passado domingo, no "Público", pelo respectivo Provedor do Leitor, Joaquim Vieira, (para não ir mais longe o texto pode ser lido aqui) onde se considerava que tudo o que o jornal havia publicado sobre as escutas, "não passa de um indício, sim, mas de paranóia, oriunda do Palácio de Belém".
Confrontados com as notícias e o "e-mail" ora publicados, o dito Luciano Alvarez nega a existência do "e-mail" (existência que, entretanto, o seu destinatário - Tolentino da Nóbrega - se recusa a a confirmar ou desmentir) e José Manuel Fernandes, sem negar a sua existência, garante ter sido falsificado, embora afirme que o desconhecia. Solicitado a comentar o caso, José Manuel Fernandes não só não faz mea culpa, como qualquer pessoa dotada de bom senso apanhada com a boca na botija, como aproveita para disparar contra o SIS, atribuindo a este a responsabilidade pela divulgação do material publicado. Ora, José Manuel Fernandes, esquece-se de um pequeno pormenor: segundo o próprio, havia cinco ou seis pessoas dentro do jornal que estavam a par do caso. José Manuel Fernandes talvez o não saiba, mas a verdade é que cinco ou seis pessoas, num caso deste melindre, são uma multidão e não haveria motivo para grande espanto se, estimulado pela iniciativa do Provedor do Leitor, algum membro da redacção, se tivesse sentido enojado com tanta violação das regras deontológicas e tivesse resolvido desmascarar a actuação da direcção do "Público" num caso de extrema gravidade. É Joaquim Vieira quem como tal o qualifica, na coluna do Provedor do leitor.
A parte final do "e-mail" do Luciano Alvarez "Um abraço e vai-te a eles" diz tudo sobre o que o seu autor e a direcção do "Público" entendem por jornalismo. Proselitismo, fazem seguramente a favor do "cavaquismo" e de outros "ismos", como "ferreiraleitismo" o que vem a dar no mesmo. Jornalismo é que não.
Pergunta:
Pergunta:
Um elefante pode ser bailarino profissional? Eu diria que não. Pois bem, face ao comportamento de um e de outro, se me perguntassem se José Manuel Fernandes e Luciano Alvarez podem ser considerados jornalistas, responderia o mesmo.
Adenda:
Enquanto Francisco Louçã, comentando o caso, põe o dedo na ferida: “Foi sempre muito evidente que se tratava de manipulação de informação, de empolamento de factos, de uma construção mistificadora, de uma fantasia, para reduzir a política a uma telenovela mexicana" também há quem pretenda desviar as atenções, como Paulo Portas, (o que não admira) e quem, como Jerónimo de Sousa, se faça desentendido, (o que já não se compreende).
1 comentário:
Há sempre quem não resista à faceta de país de opereta que o nosso tem. Aproveitaram algum intervalo do Alberto João para o substituir...
Que a coisa ultrapassa os mímimos dos mínimos, é visível sem lupa. Que a venda de jornais, "público" à cabeça, está como está, tb sabe quem usa a cabeça para reflectir e os olhos para ver, k se deve à qualidade de uma boa parte dos jornalistas que temos.
O mais lamentável é que "isto" somos nós...os tugas.
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