
Por isso, relatou Cavaco Silva, hoje ao final da tarde chamou um assessor para que o aconselhasse sobre o que dizer.
«Elogie os jornalistas, elogie a comunicação social, sublinhe a isenção, a independência, a objectividade, diga que agora gasta pelo menos 30 minutos a ler os jornais todos os dias e não apenas 5 minutos, que vê os telejornais, incluindo o de sexta-feira, o de sábado e o de domingo», sugeriu o assessor, segundo as palavras do próprio Presidente da República.
«Eu disse: não pode ser, porque se faço isso dizem imediatamente que estou a passar a mão pelo pêlo dos jornalistas para eles dizerem bem de mim», contou o chefe de Estado.
Foi então que o assessor o aconselhou a «ir pelo caminho contrário», fazendo uma análise crítica do jornalismo social, sugestão também declinada por Cavaco Silva, que confessou temer que algum jornalista «pegasse no sapato» e lho atirasse.
Nessa altura, surgiu a terceira sugestão, igualmente recusada por Cavaco Silva: elogiar as preocupações sociais da Caixa Geral de Depósitos, promotora dos prémios Gazeta.
Como quarto conselho, continuou a relatar o chefe de Estado, o assessor disse para elogiar o Clube dos Jornalistas.
Finalmente, surgiu, então, a derradeira sugestão: «então só há uma hipótese, é o senhor falar, falar, mas não dizer nada. É uma táctica a que se recorre em situações difíceis».
«Isso não me parece mal, principalmente neste tempo eleitoral em que nós vivemos. Mas, depois pensei melhor e disse: sabe isso não é o meu hábito, não é o meu hábito falar e dizer nada, isso é capaz de não correr bem, eu não sou capaz, mas ele olhou para mim e disse 'yes, you can, yes you can', é preciso é treinar um pouco e vai a ver que consegue», revelou Cavaco Silva, animando a plateia"(Fonte)
Não me parece que este discurso seja caso para a plateia se animar. Antes pelo contrário, pois o humor não é propriamente o "forte" do Presidente da República e se a ele recorre é porque, a meu ver, não está nada bem. E falar, nesta altura, de um "assessor" parece a ocasião menos oportuna. É mesmo caso para dizer que é deitar sal na ferida, se nos lembrarmos da estória sobre as escutas.
2 comentários:
Que pobreza. Que tristeza. Sem mais comentários.
:))
Ainda vai acabar a contar barragens.
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