Digo com franqueza que não me recordo de uma campanha eleitoral de tão baixo nível como a que tem sido levada a efeito pelo actual PSD liderado pela Drª Manuela Ferreira Leite. (Sublinho campanha eleitoral, porque de outras levadas a cabo noutras circunstâncias, não curo agora.)
Depois do "Pára tudo", do "Rasga tudo" e do " já não pára e não rasga nada", a Drª Leite entendeu por bem arremeter contra o TGV e, num esforço digno de melhor sorte, arvorou-se em defensora dos interesses nacionais, afirmando que a construção do TGV era apenas e só do interesse dos espanhóis, deixando subentendido que quem é favor da sua construção está ao serviço de Espanha. A investida acabou por se revelar um fracasso, pelo que, ferida no embate, a Drª Leite foi forçada a mudar de registo e passou a queixar-se pelo facto de o TGV não sair da campanha, como se não fora ela a responsável pela sua introdução.
Entretanto, na falta de propostas concretas para resolução dos problemas com que o país se vê confrontado, problemas que não são de agora, mas que mais se agravaram com crise económica mundial (o "abalozito", na versão ferreiraleitista) o PSD limita-se a pedir em vários tons que os portugueses lhe passem um cheque em branco. (A falta de propostas é bem denunciada pelo programa eleitoral "minimalista" que não me deixa em mentiras).
De permeio, à falta de melhor e a par com a insistência na questão do "endividamento do país" (verdadeira obsessão de Ferreira Leite, explicativa do "Pára tudo") o PSD retoma, a cada passo, os temas do "medo" e da "asfixia", que, de "Verdade" (termo que eu traduzo, em versão livre, para "Hipocrisia") pairam sobre a sociedade portuguesa.
Confesso que, confrontado com esta versão da "Verdade" que o PSD e a Drª Ferreira Leite têm andado a propor, ainda não compreendi como é que, com tanta falta de ar, conseguem gritar tão alto e obter tão grandes ecos em tudo quanto é comunicação social, sem qualquer limitação ou reparo por parte de qualquer autoridade governamental ou não. Ainda bem, digo eu, que, todavia, perante esta constatação, sou levado a concluir que não só não existe medo na sociedade portuguesa, nem "asfixia democrática" ou de qualquer outra espécie, mas que existe sim muita irresponsabilidade democrática por parte de quem invoca tais temas, sabendo, até por experiência própria, todos os dias comprovada, que vivemos num país livre.
No meio disto tudo, quem se sente enojado com esta campanha do PSD e "asfixiado" com o cheiro que dela emana, é o "Terra dos Espantos" que aguarda, com impaciência, pela chegada do dia 27 para acabar com o fedor.
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