A proibição imposta à comunicação social pela organização da conferência sobre a reforma do Estado patrocinada por PPC, proibição traduzida na impossibilidade de relatar o que viria a ser dito pelos diversos intervenientes, com ressalva, no entanto, dos momentos de propaganda a cargo do secretário de Estado Moedas, no discurso de abertura, e do próprio PPC, no discurso de encerramento, revela, com meridiana clareza, que o governo PPC considera a comunicação social não como um meio de informação ao serviço dos cidadãos, mas apenas e só como um instrumento de propaganda ao serviço do poder.
É evidente que o comportamento da organização da conferência, merecia uma resposta à altura da afronta, resposta que, a meu ver, deveria passar pelo boicote de toda a conferência, recusando a comunicação social a transmissão dos discursos de Moedas e de PPC, e o deste muito em particular, porque ele é, afinal, o responsável último pela decisão de limitar o exercício da liberdade de informação.
Não sei, nesta altura, qual a atitude que a comunicação social terá tomado ou virá a tomar, se é que alguma. Sei sim que se a comunicação social não reagir a este claro acto de censura, cortando o pio aos dois governantes, em missão de propaganda, é porque aceita de bom grado toda e qualquer limitação à liberdade de informação, sujeitando-se, sem protesto, a ser tratada como um mero veículo de propaganda.
2 comentários:
O que os jornalistas deviam fazer era cobrir a Conferência e não dar uma única notícia ou imagem do discurso do Coelho. Mas faltam-lhes os ditos...
Caro Francisco,
Não podemos esquecer que os meios de comunicação são propriedade de grupos económicos, quase todos ligdos à direita. Da Impresa à Cofina e desta à Controlinveste, todos alinharam contra Sócrates. Só o DN forneceu 5 jornalistas, que faziam parte da "secção laranja" daquele jornal. Os jornalistas não são livres, estão sujeitos a ser despedidos, caso não alinhem com a agenda do PSD.
Um abraço.
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