sábado, 9 de maio de 2009

O criador de metáforas

Manifestamente, tal como previsto aqui, Paulo Rangel faz ouvidos moucos às palavras do Presidente da República quando apela ao debate dos problemas concretos dos europeus na campanha eleitoral para o Parlamento Europeu (PE) e, pelos vistos, continua a pautar as suas intervenções por ataques dirigidos ao governo e ao PS, mostrando-se incapaz de apresentar uma ideia sobre aos problemas europeus que, supostamente, deveriam ocupar o centro das preocupações de quem se propõe representar o país no PE.
Foi o que aconteceu, uma vez mais, num discurso por ele proferido em Leça da Palmeira, num almoço comemorativo do 35 aniversário do PSD, em que, segundo esta notícia, Rangel aproveitou a oportunidade para se "atirar" a Elisa Ferreira por “emprestar “ o seu nome à lista ao PE", e para "disparar" contra os socialistas. A terminologia usada pela jornalista ("atirar" e "disparar" ) revelam bem o estilo agressivo do candidato, mas o ataque a Elisa Ferreira mostra também que Paulo Rangel é incapaz de compreender que a candidatura de Elisa Ferreira ao PE e, posteriormente, à Câmara do Porto, são completamente transparentes, talvez porque a transparência não seja o forte do seu próprio partido, atendo-nos a toda a trapalhada que rodeou a elaboração da lista do PSD, com os avanços e recuos das candidatas (e candidatos) propostos pelos Açores e Madeira.
Em vez de nos apresentar ideias e propostas, o cabeça-de-lista do PSD, concentra e esgota a sua criatividade na criação de metáforas, nem sempre felizes. Desta vez, segundo a notícia citada, compara o PSD a um barómetro, sismógrafo, ou balança que mede o bem-estar dos portugueses, pois, segundo ele, “nestes 35 anos, os melhores do PSD, coincidiram com os melhores de Portugal; os piores do PSD coincidiram com os mais amargos e difíceis para Portugal”. A segunda parte da sua afirmação é, de facto e infelizmente, verdadeira e deve ser levada a sério. Só que, a ser assim, importa também tirar dela as consequentes conclusões. E uma delas impôe-se, a todas as luzes: votar PSD, nos próximos pleitos eleitorais (quando, de acordo com os estudos de opinião que têm sido divulgados, a actual liderança do PSD não merece credibilidade e é das piores que o PSD já teve) é cometer suicídio !

9 comentários:

Anónimo disse...

Então só nos resta a Carmelinda!
:))

Francisco Clamote disse...

Ora nem mais !

Anónimo disse...
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Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Francisco Clamote disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
António de Almeida disse...

Elisa não resiste mandar algumas indirectas a Rui Rio. "Pintaram os bairros, mas esqueceram-se de vos dizer que o dinheiro é do Estado, é do PS", diz.

-Caro Francisco, a sra não diz uma de jeito, fiz copy-paste da peça no JN, mas então o dinheiro do Estado agora é do PS? Os nossos impostos vão para o PS? Depois a outra senhora é que pretende suspender a democracia, esta esteve bem, não há dúvida...

Francisco Clamote disse...

Caro António de Almeida:
Tem inteira razão em relação às palavras de Elisa Ferreira, que, neste caso, são tudo menos felizes. Abraço.

Anónimo disse...

Eu acho que todos têm razão e não vale a pena de, a partir de uma gafe ou lapso, fazer uma montanha que não pare nada, nem um rato...
É claro que Elisa, quis dizer é que o dinheiro gasto naquilo é do Estado e não do PSD.

MAS a verdade (em termos de mentalidade ou cultura política) é que o dinheiro do Estado, quero dizer, onde estejam pessoas ou governantes do PS, esse dinheiro pertence ao PS.
Claro que o dinheiro da Cãmara do Porto pertence ao Estado ou Câmara, nunca ao PSD.

Cuidar da "coisa pública" exige outra cultura.
Talvez daqui por 50 anos lá cheguemos.

MAS se ela, ELISA, não se enganou ao dizer que ía ao Parlamento Europeu só assinar o livro de presenças, por muitas justificações que existam, eu essa acho demais.
Tenho que dar razão ao Rangel.
Este não é assim tão mau e tb sabe dar umas boas ferroadas.
Nisto estou em inteiro desacordo com a ilustre propietário do blogue, o que até me "espanta"
(Adriano Macedo)

Francisco Clamote disse...

Por intervenção da moderação (independente) foram daqui removidos dois comentários anónimos e um meu de resposta, com invocação da regra "Porcaria, aqui não". Embora contrariado, pois também eu fui objecto da implícita censura por mau comportamento, não tive outro remédio senão acatar a determinação: regras são regras.