“É moralmente correcto que o objectivo de um país seja o de gerar excedentes? Um excedente é economicamente mais benéfico? Uma união monetária pode viver com permanentes desequilíbrios estruturais?” pergunta
Wolfgang Münchau em crónica, comentada aqui, de critica à política alemã, pergunta a que o próprio responde: “moralmente os excedentes não existem sozinhos”. “Se postularmos que ‘mais cinco’ é moralmente aceitável, então a conclusão lógica é que ‘menos cinco’ também tem de ser aceitável. Nem é preciso um imperativo categórico para aceitar isto. Lógica elementar e alguns conceitos económicos básicos são suficientes”. “Neste contexto, o desprezo moral pelo défice de alguns países é completamente inadequado.”
Elementar, e não obstante, não é só a senhora Merkel quem manda a lógica às urtigas, defendendo que o défice de alguns países europeus, Portugal incluído, deve ser castigado, nada se preocupando com os correspondentes excedentes alemães que, em parte, são a causa. De facto, o governo que nos (des)governa, obcecado com o défice, até é mais merkelista do que Merkel, encarniçado que está em aumentar o castigo imposto pela "troika". Empobrecer é a palavra de ordem, que outra, pelos vistos, não conhecem. E estão a conseguir o objectivo, desonra lhes seja feita!
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