A União Europeia está morta desde que se substituiu a palavra "solidariedade" entre todos os Estados membros pela palavra "austeridade". Esta, imposta primeiro à Grécia, e depois à Irlanda e a Portugal, deu os "brilhantes" resultados amplamente conhecidos: a Grécia está já a ferro e fogo e Portugal, se não caminha para lá, está cada vez mais pobre, com a actividade económica a cair de mês para mês.
(O gráfico que demonstra a última asserção foi roubado ao "Expresso")
A União está, no entanto, ainda por enterrar, o que, em tese, possibilitaria a sua reanimação, se houvesse vontade política nesse sentido. Todavia, tudo indica que não vai ser esse o caso. E não será apenas por culpa dos fracos políticos europeus, como geralmente se afirma. O problema, a meu ver, é mais grave, porque, em boa verdade, não se pode falar em "solidariedade europeia", quando já não há "europeus". Há portugueses, alemães, espanhóis e tutti quanti, mas não há "europeus".
Quando os povos do norte da Europa alcunham os do sul de "preguiçosos" e uns e outros mutuamente se recriminam em vez de se solidarizarem entre si, é óbvio que a Europa já não é mais que um conceito geográfico. E quando até os medíocres governantes de países contados entre os aflitos, como Portugal ou Espanha, não cessam de proclamar que "Portugal não é a Grécia" ou que "Espanha não é Portugal" está tudo dito sobre a existência duma Entidade europeia, quanto mais duma "União Europeia".
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