O governo, pela voz do secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, considerou hoje que a avaliação da troika ao plano de reformas económicas “tem corrido bem”.
Mau sinal, digo eu, porque as notícias que vão surgindo não são nada boas. Muito pelo contrário. Mesmo numa área tão sensível como é a da saúde, área em que temos dois casos recentes que dão que pensar: o número de mortes, nas últimas semanas, inesperado e ainda por explicar; e o anúncio pela Roche Farmacêutica de que vai interromper as vendas a crédito a 23 hospitais públicos com dívidas há mais de 500 dias.
Se no primeiro caso, muitas explicações são possíveis, umas mais plausíveis do que outras, podendo entre aquelas figurar o aumento da pobreza dos mais idosos que foram, de longe, os mais afectados, já o segundo caso evidencia que, para este governo, a saúde não é uma prioridade, sabendo-se que Portugal já recebeu mais de metade do empréstimo concedido pelo Fundo Monetário Internacional e da União Europeia. Ainda que mal pergunte: aplicado onde?
Digo mau sinal, porque, estando as coisas estão neste pé, com as condições de vida dos portugueses a piorar de dia para dia, tal só pode ter o significado de que as medidas impostas pela "troika" e a serem, a crer na tal avaliação, bem executadas, estão a ter um efeito contraproducente. O remédio em vez de curar, pelos vistos, mata. Não só em sentido figurado, mas até, ao que parece, no verdadeiro sentido da palavra.
1 comentário:
Ontem, a troika devia ter ido ouvir o Krugman. Talvez tivesse aprendido alguma coisa...
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