Parece evidente que Passos Coelho, pela forma como procedeu, sem ouvir os parceiros sociais e sem ao menos se ter concertado com o seu parceiro de coligação, ao anunciar as novas e mais duras medidas de austeridade que mais não são que o resultado do seu próprio falhanço, pois, apesar da gravidade das medidas anteriores, nem sequer conseguiu atingir as metas previstas para o défice público, meteu-se numa camisa de onze varas de que agora não será fácil sair.
Perante a reacção da população, bem demonstrada nas manifestações do passado sábado e que vão ter continuação pois já estão outras anunciadas e, não contando, sequer, com a aceitação das medidas por parte dos seus pretensos beneficiários (as empresas) como já hoje se confirmou novamente, é evidente que algumas das novas medidas e, designadamente, as alterações na Taxa Social Única, não têm hipótese de vingar, a menos que o governo esteja preparado para aguentar uma fortíssima contestação social que não se sabe, por ora, até onde poderá ir.
Por outro lado, um recuo na adopção das medidas por parte do governo, deixaria a claro (o que para muita gente já não é novidade) que o governo é dum amadorismo que até confrange, pois revela uma completa incapacidade para tomar as medidas adequadas para resolver as dificuldades do país. Amadorismo que, em conjunto com o fundamentalismo que Passos e o seu governo professam, só tem criado novas dificuldades, cada vez mais difíceis de ultrapassar. Hoje, este resultado até já é evidente para muitos dos apoiantes deste governo e para os supostos beneficiários das medidas entretanto tomadas.
Significa isto que Passos Coelho e o seu governo já não têm saída?
À pergunta, eu respondo que sim. Têm saída pela porta dos fundos. Passos Coelho que ultimamente já só usa a porta dos fundos para entrar em qualquer lugar, até já conhece o caminho.
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