terça-feira, 18 de setembro de 2012

O facto (in)consumado

Em editorial, o "Público", na sua edição de hoje considera que, por pressão da Comissão Europeia, o governo já não pode recuar na aplicação das anunciadas alterações da Taxa Social Única através das quais se opera uma brutal transferência de rendimentos dos trabalhadores para os detentores do capital. Essas alterações seriam, na perspectiva do "Público" um "facto consumado".
Como assim?
Pressão por pressão, ainda estou para ver qual das pressões é mais "pressionante" (passe a redundância): se a pressão da Comissão Europeia, se a pressão do povo.
Além do mais, é bom não esquecer que foi este governo quem sugeriu à troika a adopção dessa e doutras medidas para remediar o fracasso da sua própria política, inclusive no que respeita à consolidação das contas públicas. 
Se agiu impensada e estupidamente e colocou o país numa situação absurda, cabe-lhe a ele resolver o problema, com a apresentação de outras medidas que não firam o sentimento de justiça dos portugueses. E, depois disso, ficar-lhe-ia bem demitir-se para dar o lugar a alguém que tenha a prudência e a competência que este governo comprovadamente não tem.

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