Cavaco confessou que não viu as imagens dos desacatos e da carga policial ocorridos, ontem, frente à Assembleia da República e Passos Coelho não sei se as chegou a ver. Facto é que nem um, nem o outro se dispensaram de fazer comentários sobre os acontecimentos, elogiando, sem mais, a actuação policial.
No caso de Cavaco Silva é simplesmente espantoso que alguém que não viu o que se passou possa, quando questionado sobre se não tinha havido excessos por parte das forças policiais, retorquir que "afirmações desse tipo só podem ser um insulto à polícia". Espantoso e preocupante, para não ir mais longe.
No caso de Passos Coelho, como digo acima, não sei se as chegou a ver. Em todo o caso, para fazer os comentários que fez, não deve ter tido tempo para as ver bem.
Em qualquer caso, pode em relação quer a um, quer ao outro, aplicar-se o que escreve Vítor Belanciano num artigo de opinião com o título que serve de epígrafe a este "post", artigo que é, ao mesmo tempo um testemunho presencial dos factos e cuja leitura se recomenda, sobretudo a Cavaco Silva e a Passos Coelho. Isto, claro, partindo do pressuposto de que, embora não tenham aprendido nada, até agora, ainda queiram aprender para tirarem as devidas conclusões. Não sei é se, tal como conclui Vítor Belanciano, não é já tarde de mais.
Esperemos que não.
2 comentários:
Subscrevo, obviamente
Estes fulanos só me fazem lembrar uma personagem de uma novela brasileira de há uns anos - talvez o Senhorzinho Malta, representado pelo excelente Lima Duarte - que, quando não queria saber as coisas, tapava os ouvidos e dizia: «Não mi digui nada!»
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