Sucedem-se os apelos dirigidos ao PS para que colabore na "refundação" à moda de Passos Coelho ou "na redefinição das funções do Estado", para utilizar a expressão do rapaz da JSD.
Tanto apelo só pode significar que estamos perante um naufrágio iminente. Mesmo assim, não deixa de ser surpreendente que tais apelos partam precisamente de um partido que recusou o PEC IV, com a alegação de que bastaria afastar José Sócrates do Governo para que todos os problemas do país se resolvessem. Mais que preparados para realizar tal feito, estavam eles. Com eles no governo, diziam, Portugal seria uma terra onde correria o leite e o mal.
Não respondeu, na altura, o PSD aos apelos do Governo do PS, pelo que não se compreende a insistência nos apelos à colaboração deste partido, insistência tanto mais incompreensível quando é certo que, ao longo de toda a actual legislatura, o governo e os partidos da maioria, tudo têm feito para isolar e hostilizar o PS.
Acontece, por outro lado, que as circunstâncias actuais são muito diferentes das existentes em 2011, pois o governo dispõe de uma maioria parlamentar que o sustenta no Parlamento e, consequentemente, não carece do apoio do PS para adoptar as políticas que bem entenda. Aliás, é isso mesmo o que tem acontecido e o que acaba de suceder com a aprovação, na generalidade, do Orçamento do Estado. Assim sendo, estes urgentes apelos só podem ser vistos como tentativas de comprometer o PS com políticas que não são as suas.O PS tem não só o direito, mas também a obrigação assumida, perante os seus eleitores, de não aceitar tal compromisso.
Será que o naufrágio da actual equipa governativa é de tal forma iminente que nem sequer lhes permite discernir que o PS tem, de facto, o direito de não assumir compromissos com os partidos da direita sobre tais matérias?
2 comentários:
BOA, Francisco!... É isso mesmo! Como a formiga disse à cigarra: «Cantaste? Pois agora dança!»...
O PS tem não só o direito, mas também o dever de não alinhar com esta escumalha.
Abraço
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