sábado, 28 de março de 2015

O adjunto de Marco António

Cavaco Silva, á medida que a data das eleições legislativas se vai aproximando, vai também perdendo a réstia de pudor com que, durante algum tempo, procurou disfarçar a sua indisfarçável colagem a este governo irresponsável*. De facto, Cavaco entendeu assumir as funções de agente de propaganda governamental tão descaradamente (**) que não pode deixar de causar desconforto mesmo aos seus  apoiantes que tenham a justa noção  do que seja a função presidencial. Os que já não tinham ilusões sobre a parcialidade de Cavaco no exercício das suas funções e já só esperam que chegue o dia da saída de Cavaco de Belém pela porta dos fundos, não podem deixar de abrir a boca de espanto perante tamanha desfaçatez. 
Comungo, naturalmente, desta opinião e constato que as coisas chegaram a tal ponto que já só me pergunto se Cavaco pretende assumir as funções do sempre-em-pé Marco António Costa, ou se se contenta com ser seu adjunto.
(*Irresponsávell, porque, em circunstância alguma, como se tem visto, assume as suas responsabilidades. Nem o governo, enquanto tal, nem os seus membros. )
(** Para que se não diga que estou a falar de cor, aqui fica a referência a dois casos recentes suficientemente ilustrativos da afirmação: «Cavaco Silva reduz dívidas de Passos Coelho a "lutas político-partidárias"»; «Cavaco critica os que querem esconder as "boas notícias"». Outros poderiam ser alinhados. Brevitatis causa, ficam a próxima.

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