quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Mário Soares, no seu melhor !

Mário Soares dixit.
Subscrevo.

12 comentários:

MFerrer disse...

Veja lá o Franisco que a perseguição aos professores que pensam,aos que se dedicam, é de tal ordem que andam a investigar quais as minhas relações com a profissão.
Por que não perguntam?
O Mário ainda esta bem lúcido!

ARISTIDES DUARTE disse...

Claro. O Soares está a pagar o apoio que lhe deram nos 14% das presidenciais. Mas, ainda bem que não é mal-agradecido, como muitos outros que se esquecem sempre de tudo.

Anónimo disse...

?Coragem por : desautorizar professores, incrementar a indisciplina, manipular a informação, promover a mudança do acessório (não do essencial) por decretos avulso, incoerentes e mal preparados, insistir num modelo reconhecidamente incompetente, para salvar a face,por estar contra a maioria dos agentes de educação deste país, ...??! Está aqui está a dizer que Robert Mugabe, Karadzic, e outros que tal , são de uma coragem invulgar ! Que tristeza ver um homem que foi um lutador pela liberdade num periodo critico da nossa história, a lutar hoje pela sua sobrevivência como peça de engrenagem num partido de poder , sem olhar a meios nem atender aos valores básicos de democracia, de bom senso e de sentido de estado, que deveriam nortear a sua postura.

Anónimo disse...

Se as sondagens forem como as que davam vitória a Fernando Gomes sobre Rui Rio no Porto...
Está tudo dito.

Anónimo disse...

O Rui Rio ganhou por uma unha negra, cerca de 200 votos e provenientes dos Bairros sociais se não estou em erro, de pessoas que deveriam provavelmente ter votado no PCP.
Os professores terão de perceber de uma vez por todas que não podem ascender todos ao topo da carreira e que terá de haver avaliação, esta ou qualquer outra e não pode ser a brincar ou ao faz de conta.
Dito isto que funcione a democracia. Que manda a maioria e isso depois se verá em votos nas eleições.Se em 2009 o partido que estiver no poder pelo voto dos professores e seus apoiantes o entender que altere a lei em vigor. Até lá toca a cumprir.
Não podem ser 100 ou 200 mil a governar na rua um país.
Mas habituem-se: não há NEM VAI HAVER dinheiro para pagar essas reivindicações.

psergio57 disse...

Mário Soares deveria estar é caladinho. Como dono de um Colégio privado é parte interessada em tornar a escola pública sinónimo de indigência (para professores e alunos)e aumentar a cota de mercado dos privados. E não há nada de novo nestes elogios a mulheres fortes (Édipo?). Lembro o apoio que deu a Beleza na questão dos hemofílicos. Só que esta ministra já dá sinais de exaustão. Se Sócrates conhecesse a virtude da compaixão, há muito que a teria libertado do calvário...

Anónimo disse...

Tenho estado a observar os intervenientes neste blogue e acho que a luta dos professores já foi chão que deu uvas.
O país está com sérios problemas e há que debater esses problemas.
Passemos à frente. Estou como o anterior, não há dinheiro para a fartura que os professores querem.O ensino está uma lástima, esperemos para ver se os culpados não serão os profs.
Toca a debater a saúde, a justiça, a poluição e as obras públicas e a economia em geral.

Francisco Clamote disse...

Psergio57:
Então que ideia de democracia é a sua? O Mário Soares caladinho? Só fala quem o senhor quer, é isso ?

psergio57 disse...

Mário Soares como qualquer pessoa é livre de exprimir opinião.Quis realçar o simples facto que lhe convém a destruição da Escola Pública para aumentar o seu património. Mário Soares não tinha era a mesma opinião em 1993 quando era Ministra a Drª Manuela Leite.

Quanto ao apoio a Sócrates e à incompetência de Maria de Lurdes Rodrigues só se pode compreender no âmbito dos suportes continuados, generosos e regulares que a sua Fundação tem recebido, não se sabe bem para fazer o quê.

Não deveria também confundir teimosia, prepotência ou arrogância com coragem.

Coragem é ser professor nas condições patéticas, ridículas e ofensivas criadas por este governo.

Coragem é ainda hoje ser capaz de entrar numa sala de aulas e tentar que os alunos aprendam.

Coragem é ser professor, é estar 45 horas numa escola, metade das quais em reuniões absurdas e sem propósito ou então a tratar de burocracria desnecessária.

Coragem é continuar a trabalhar na Escola Pública sem apanhar uma depressão ou uma doença má, numa sociedade com os valores em desagregação, com alunos cada vez mais difíceis e com todo o cortejo dos ataques, das intimidações e da chantagem desta equipa ministerial.
Isso é coragem porque os professores não contam com o apoio de grande parte da opinião pública por serem um símbolo de cultura e saber neste mundo mediocre de prazer imediato e consumismo. Em Portugal ainda se resiste muito à libertação que o conhecimento proporciona, antes se prefere a preguiça mental e o vazio cultural.

Coragem é, finalmente, a dos avaliadores e da comissão de acompanhamento da avaliação(supostamente a 'casta superior' da escola) da Escola Secundária de Bocage-Setúbal que se demitiram em bloco.

Tudo isto é que é, para mim, coragem!

Francisco Clamote disse...

Psergio57:
O meu conceito de coragem não é, na verdade, o mesmo que o seu. Diria que o seu conceito de "coragem" está mais próximo do meu conceito "cumprir a sua obrigação" e é para cumprir a sua obrigação que os professores, tal como qualquer outro profissional, é pago. Quanto ao resto, permito-me trancrever para aqui um "post" lido noutro blogue que, mutatis mutandis, tem algo a ver com o seu comentário.

"Como toda a gente com um mail público, recebo ultimamente muitos mails assinados por professores. Um dos últimos que recebi, "o professor do ano não é o da ministra", é uma espécie de elegia, com frases como "Professor do ano foi aquele que, com depressão profunda, persistiu em ensinar o melhor que sabia e conseguia os seus 80 alunos"; "aquela que tinha cancro e deu as suas aulas até morrer". Ou estas: "aquela que teve 5 turmas e 3 níveis diferentes"; "aquele que fez mestrado suportando todos os custos e sacrificando todos os fins-de-semana com a família"; "aquele que sacrificou os intervalos e as horas de refeição para tirar mais umas dúvidas". E ainda estas: "aquele que encontrou forças para motivar os alunos depois de ser indignamente tratado pelos seus superiores do ME"; "aquele que se manifestou ao sábado sacrificando um direito para preservar os seus alunos".

A mistura entre situações tão diversas e desconexas como um martírio relacionado com uma doença (que, a existir, só pode ser tratado como excepcional), ocorrências normalíssimas (que terá de especial ter cinco turmas de três níveis? Ou fazer um mestrado do seu bolso e no seu tempo livre?) e a obrigação de não prejudicar os alunos devido à exasperação com o ministério ou a decisão de escolher um sábado para uma manifestação é muito eloquente quanto à visão que muitos professores terão de si e do que a sociedade lhes deve. Lêem-se estas frases e fica-se com a sensação de que os que as escreveram e os que nelas se revêem se acham incrivelmente sacrificados e maltratados, e se encaram como missionários sem par no mundo do trabalho. Esta trapalhada, que não chega a ser um argumento, é o caldo de cultura do conflito que opõe a classe (se se pode falar de uma oposição da classe) ao ministério. Um caldo que ignora factos como o de que a comparação entre o tempo total de trabalho, o ratio professor/aluno e o nível salarial dos professores portugueses com os seus congéneres europeus (e não só) é, de acordo com um recente relatório da OCDE sobre educação (Setembro de 2008), muito favorável.

A nível do ensino básico, o ratio professor/estudante é de um para 11, abaixo da média da OCDE (16); e no secundário é o mesmo, também abaixo da média (13) - com a curiosidade de no privado haver um ratio superior. Sendo um dos países da OCDE com menor PIB per capita, Portugal está, nesse grupo, entre os que melhor paga aos professores. Por outro lado, se os professores portugueses em início de carreira estão entre os mais mal pagos da OCDE (em termos de poder de compra comparativo), a partir de 15 anos de carreira sobem na escala, ultrapassando a Suécia, a Itália e a Noruega, e no topo estão ao nível dos salários dos seus congéneres alemães e finlandeses, acima da Dinamarca, do Reino Unido e da França. Por fim, o tempo total de trabalho exigido aos professores portugueses (1440 horas/ano) está mais de 250 horas abaixo da média da OCDE. Dificilmente o retrato de uma classe mártir e explorada. Antes pelo contrário."

Endereço: http://jugular.blogs.sapo.pt/547615.html
Cumprimentos.

Anónimo disse...

Esse artigo do " jugular" vem publicado no DN de hoje sexta-geira e está assinado pela jornalista Fernanda Câncio.
Não podia estar mais de acordo, isto salta aos olhos, é ridícula a atitude de apresentar a questão por esse prisma e de se vitimizarem, assim como é infantil dizer ou insinuar: ah! cuidado que assim eu não vou votar no PS, vocês vão perder as elições...
Coitadinhos! Mas é claro que toda a gente sabe distinguir um professor probo e que sabe estar, deste outro grupo que se comporta como garotos malcriados e birrentos.
Admiro Antas

psergio57 disse...

Fernanda Câncio, OCDE etc e tal... Quanto à primeira, e já que o tom é de achincalhamento, quem sabe a sua opinião estará condicionada pelos ataques de mau feitio doméstico de Sócrates desde que os professores se recusaram a ser os bodes expiatórios de tudo o que vai mal na educação e sairam à rua...!?
Quanto à segunda não tem em conta o aumento (brutal) da carga horária destes últimos anos e deixa-me muitas dúvidas em termos de salários e fiabilidade do cálculo. Devem ter contado com os milhares professores dispensados da carga lectiva por estarem destacados...
O resto é desconhecer a realidade da maior parte das escolas. O 'estágio' de uma semana frente a uma turma de CEF's tirariam as peneiras a qualquer um, até à jornalista Fernanda Câncio (com quem aliás costumo estar de acordo...)
Não sou da opinião que o que as escolas funcionavam bem e de que não havia laxismo ou abusos. Mas o mal estar dos professores não vai desaparecer nem com imposições nem com desonestidades intelectuais. O fundo da questão é que esta avaliação de professores é, além de aberrante, iníqua porque se baseou num Estatuto de Carreira que de repente e de forma aleatória, fracturou a carreira, decidindo que alguns, que nunca foram avaliados e por serem mais velhos, são competentes para avaliar outros. Passo a citar Mª do Rosário Gama, alguém com a autoridade de quem sabe do que fala e com que estou absolutamente de acordo:'Se o Ministério pretender continuar a defender a política economicista patente no actual modelo de avaliação, então para a progressão na carreira, defina um procedimento concursal, com ou sem quotas, mas acabe com mais uma das muitas injustiças que está a impor, para mais tarde reconhecer o erro e ter que voltar atrás: Acabe com as quotas na avaliação de desempenho, limite-se a definir os critérios do mérito, e que este seja atribuído a quem realmente o mereça'.(in Público 11/12/08)
O releva também nesta questão é que o facto de se desviar a atenção do que deveria ser uma profunda remodelação sistémica da escola pública- ao nível de currículos, programas, avaliação de alunos, medidas eficazes contra a indisciplina, etc.,etc.- não vai resolver os problema do ensino e da qualificação dos Portugueses, nomeadamenta as novas gerações.