quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

ANO NOVO : Um discurso apaziguador

A mensagem de Ano Novo do Presidente da República constituiu, no essencial, um novo apelo dirigido aos portugueses e, em especial, às forças políticas no sentido de unirem esforços para enfrentar as dificuldades que o ano de 2009 nos trará, em boa parte devido à crise económica internacional.
O discurso presidencial, bem apaziguador de tensões, foi certamente uma desilusão para quem, como é o caso de alguma comunicação social, apostava num discurso fortemente crítico da política governamental. Ao invés, o discurso cauciona, quase explicitamente, a orientação seguida pelo Governo.
Muita gente ficou, por isso, de monco caído e alguns até eu conheço. Quem aposta mais nas próprias aspirações e desejos do que no pensamento publicamente manifestado pelo PR corre esse risco. Helas !
Parafraseando o Banco Corrido, é caso para dizer que ainda por aí muito "SOL" enganador !
Aditamento: Embora com leituras diferentes, PS, PSD, CDS e até o BE, toda a minha gente apreciou positivamente a mensagem presidencial. Ora ainda bem !
Por sua vez, o PCP, regressado das festas de fim de ano, subscreve o diagnóstico presidencial, mas entende "que não há soluções para os problemas dos trabalhadores, das populações se a mesma política for seguida". À bon entendeur, discorda. Nada de novo, pois.

4 comentários:

Unknown disse...

Quando coloca "A Mensagem do Presidente da República" e faz um link à notícia que está no Público, publicada pela LUSA, e que (sabemos bem porquê) omite todas as críticas que o PR faz, penso que não é o mais correcto.

Deveria manter o link ao Público, mas era mais transparente o seu Post se tivesse link à mensagem integral e não à notícia editada pela Lusa.

Francisco Clamote disse...

Admito que o procedimento sugerido na parte final do seu comentário poderá ser mais transparente, mas não me parece que seja indispensável pela razão simples de que quem aceder à notícia também tem possibilidade de aceder à mensagem.
Quanto ao resto do seu comentário, devo dizer-lhe que ouvi, na íntegra, a mensagem do PR e não me dei conta de que nela existam quaisquer críticas que a notícia da Lusa (veículada pelo "Publico") tenha omitido. Onde é que as que as viu ? E já agora esclareça-me lá sobre os porquês das omissões da Lusa. É que, ao contrário do que afirma, nem todos sabemos. Eu, por exemplo.

Unknown disse...

Eu sei que o Público colocou link para a mensagem, o meu reparo tem a ver que a forma como faz o link com o texto "A Mensagem do Presidente da República" quando não corresponde na realidade à dita mensagem, mas sim a um take da Lusa que representa uma leitura "à Lusa" da mensagem.

Apenas 3 pequenos exemplos:
- Ignora a crítica clara à falta de apoio aos pequenos comerciantes

- Ignora a crítica clara sobre os apoios aos agricultores, por alguma razão o PR apenas referiu estes 2 grupos, porque razão a Lusa ignora estas duas críticas claras?

- Ignora ainda a crítica que há oito anos, Portugal tem vindo a divergir do desenvolvimento médio dos restantes países da União Europeia, preferindo usar antes a passagem de que existe um caminho (estreito) para "Portugal sair da quase estagnação económica"

Estas são apenas 3 das mais gritantes, mas há mais críticas não apontadas, algumas menos directas por parte do PR. Mas estas 3 são tão directas que não se entende a forma como são tratadas.

Em relação aos porquês das omissões da Lusa, penso que o assunto é já demasiado evidente para até os Gatos terem brincado sobre o assunto, mas se por acaso não viu o sketch, acho que vale a pena, ele responde ao que me questiona.

Continuação de bons pots, não o disse antes, mas gosto de o ler e hoje achei que devia fazer esta crítica construtiva, mas compreendo o link ao Público, ele traz sempre mais visitas que o site da PR ;)

Francisco Clamote disse...

Grato pela resposta.
Admito que a referência aos agricultores e aos pequenos comerciantes possa ser entendida como uma crítica ao Governo, embora me pareça que deva ser vista mais como uma recomendação para o futuro, tendo em conta a actual situação de crise económica que só se tornou mais evidente nos últimos meses do ano.
Há sempre, como vê, duas (ou mais) maneiras de interpretar um texto.
Quanto à divergência com a UE não estou a ver como tal referência pode ser entendida como uma crítica ao actual Governo: 8 anos não são 4 (os da da actual legislatura) e o PR não ignora que o ponto de partida da economia portuguesa no início da legislatura (com um défice superior a 6%) não era o mais favorável para ultrapassar a situação de divergência e muito menos nas actuais circuntâncias, sendo Portugal uma das economias mais abertas e por isso mesmo uma das mais afectadas pela recessão ou pelo fraco crescimento económico dos países com os quais temos uma relação comercial mais forte.
Quanto ao resto:
Tem razão quanto ao link ao Público; aproveitarei para ver o sketch.
Agradeço os cumprimentos (que sinceramente considero não merecer) e que, sem favor, retribuo relativamente aos seus comentários.