Passados que são 15 dias sobre o início da ofensiva israelita na Faixa de Gaza, torna-se cada vez mais evidente que não é através da guerra que a paz chegará àquela região do globo. Com efeito, apesar do empenho de grandes forças militares, Israel não conseguiu vencer a resistência do Hamas e, como já se deixou dito aqui, não o vai conseguir, por mais dura que seja a sua "mão de ferro", sobretudo porque para o Hamas é indiferente o número de mortos entre os palestinianos e o grau de destruição já provocado na Faixa de Gaza.
De alguma maneira, quem se encontra, nesta altura, num verdadeiro impasse, é, uma vez mais, o Estado de Israel, que não vê maneira de sair do atoleiro em que se meteu e que, pelos vistos, pouco aprendeu com a guerra no Líbano, contra o Hezbollah. Um movimento que se confunde com a população e para quem até a morte é uma forma de Jihad, é invencível militarmente, por muito pesadas que sejam as perdas de vidas e os danos materiais. Nesta perspectiva, a proclamação de vitória por parte do governo do Hamas, por muito contraditória que possa parecer, faz sentido.
Seja, porém, como for, uma coisa me parece certa: Israel e a Palestina estão, hoje, mais longe da paz do que antes do início da ofensiva, pois, repetindo-me, não é através da força, que se conquista o coração dos povos. Gaza não é excepção.
Israel acabará por sair, porque não lhe convém ficar e, por certo, cantará vitória, mas, a meu ver, só terá conseguido um objectivo (?): criar mais ódio.
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