A mensagem de Ano Novo do Presidente da República já foi glosada pelas mais diversas formas, não só pelas forças políticas, mas também pela comunicação social, podendo afirmar-se ter sido recebida com públicas e gerais manifestações de agrado e aplauso.
Tal significa, a meu ver, que a mensagem, não obstante ser portadora de diversos recados, é também suficientemente abstracta para permitir as mais diversas leituras pelas diferentes correntes de opinião. De tal forma que, nem as forças políticas sentem que as interpelações feitas tenham sido dirigidas a cada uma delas, nem a opinião pública se mostra muito sensibilizada para os avisos dirigidos a todos portugueses. E, na mensagem, há um pouco de tudo isto (interpelações e avisos).
Refiro-me, em particular, no que respeita às forças políticas, ao apelo presidencial no sentido de porem de lado as querelas e as divisões inúteis e, no que respeita aos portugueses em geral, aos alertas relacionados com o nosso excessivo endividamento externo.
"Nesta fase da vida do País, devemos evitar divisões inúteis" diz o Presidente da República às forças políticas, ao mesmo tempo que chama a atenção dos portugueses para o facto de que "Portugal gasta em cada ano muito mais do que aquilo que produz".
Parece, pelo que vejo, que não há por aí muita gente a levar a sério estes recados, que, a ser assim, terão mais uma vez caído em saco roto. Hélas !
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