Embora reconhecendo, de há muito, que José Saramago é um grande escritor (o "Memorial do Convento" é uma obra prima, na modesta opinião cá da casa) não sou um seu incondicional, discordando de muitas das opiniões que, sobretudo depois da atribuição do Nobel, vem emitindo sobre os mais diversos assuntos. Todavia, a sua recente tomada de posição em relação às FARC, ao afirmar que estas "não nos oferecem mais do que o poder tem feito sempre, ao longo da história, que é exercer a força contra os mais fracos", contrariando com tal afirmação e frontalmente as teses do seu próprio Partido (o PCP) revela uma lucidez e uma independência de espírito que me apraz saudar.
3 comentários:
já tardavam os seus pertinentes e sagazes comentários! embora nos tenha graciado com belos postais.
Se muitos que são PS fosse, então, como o Saramago, estaria a coisa diferente. Mas os do Ps é seguidismo puro, por causa dos tachos.
Caro Aristides Duarte:
Desculpe a franqueza, mas não me parece que o seu comentário faça muito sentido. É que, se de facto existe seguidismo no PS, não me parece este partido seja o melhor exemplo nesse aspecto. Recordo-lhe os nomes de Manuel Alegre, Ana Gomes, João Cravinho, Paulo Pedroso, Vera Jardim, Henrique Neto, Edmundo Pedro, só para citar casos recentes. Em matéria de seguidismo (ou de unanimismo se preferir) há casos bem mais exemplares. O PCP, por exemplo. Não me lembro, com efeito, de ouvir vozes discordantes na Assembleia da República, para já não falar nos Congressos do Partido.Pelo contrário, no PS não são raros os casos em que deputados tomam posições divergentes em relação à linha oficial. Alguns dos nomes citados têm dado provas disso mesmo e não são caso único, como sabe. Cumprimentos.
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