Ao contrário do Bloco de Esquerda (BE) que afasta a hipótese de qualquer compromisso com o PS em matéria de governação, Jerónimo de Sousa admitiu a possibilidade de um acordo pós-eleitoral com o PS, na Grande Entrevista Rádio Clube/Correio da Manhã que irá para o ar no próximo domingo.
Não excluo a hipótese de esta inesperada abertura para um acordo com o PS, por parte do PCP, estar relacionada com os resultados das últimas sondagens que, nos últimos tempos, têm relegado o PCP para uma posição atrás do BE. Se for o caso, como julgo, parece-me que esta mudança de estratégia (que, queira-se ou não, representaria uma aproximação ao PS) faz todo o sentido, numa perspectiva de captação do voto. Perante a intransigência do BE, repetidamente manifestada, em entrar em alianças ou aceitar compromissos (intransigência que, em última análise, poderia levar a uma situação de ingovernabilidade do país, se o PS não viesse a atingir a maioria absoluta), a maior maleabilidade por parte do PCP em aceitar um acordo com o PS por forma a que a governabilidade fosse assegurada, representaria sem dúvida um bom trunfo a seu favor.
Será este o sentido e o propósito da mudança de estratégia que Jerónimo de Sousa vai anunciar ao país? Eu diria que sim e, se for, a meu ver, não está mal pensado.
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