Na política à portuguesa, nunca há um "sim" puro e simples, mesmo quando a oposição faz o favor de concordar com as decisões do Governo. Há sempre um "mas" para atravessar e para atrapalhar. Para não fugir à regra, o PSD e o PCP estão de acordo com a decisão do Governo de não assumir as responsabilidades decorrentes de relações contratuais estabelecidas entre o BPP e os seus clientes e relacionadas com a gestão de carteiras de investimento e com a gestão de fortunas pessoais.
Mas (lá vem o "mas") o PSD entende que a decisão carece de ser esclarecida em relação aos depósitos de clientes do BPP e questiona-se mesmo sobre quais os depósitos que são abrangidos e até que montante. Ora, julgo que até o próprio Paulo Rangel tem a resposta, já que sabe que só os depósitos bancários até 100 mil euros é que têm cobertura legalmente prevista.
Por seu turno, o PCP declara que "a decisão, [...] vai ao encontro do que temos vindo a defender nas últimas semanas" mas tal "não anula [antes] releva até para primeiro plano, a necessidade de o Governo dar explicações muito precisas". As explicações de que o PCP precisa, não dizem, no entanto, respeito ao caso BPP, antes se referem à renegociação de "empréstimos leoninos" junto da CGD com os empresários A e B.
Na minha terra chama-se a isto desconversar e, assim sendo, digo eu: Ora bolas !
3 comentários:
POis! Ora bolas, bolas!
Pois é, desconversam. E eu, estarei a desconversar se disser que a conversa do governo é areia para os olhos do pessoal e perguntar porque enterraram e para onde foram os 450 milhões avançados por bancos com aval (doação!!!) do Estado? Devolvam os 450 milhões aos bancos emprestadores, anulem o aval do Estado e eu acredito. Assim... estarei a desconversar?
Não está a desconversar, pois está a dar a sua opinião, que respeito, mas com cuja conclusão não posso concordar. E, por uma razão simples: Os contratos são para respeitar.
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