segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Eternamente Presidente

Os venezuelanos já têm o seu Presidente eterno. Não os felicito, mas já que assim o decidiram que o aturem. Se o conseguirem. Do que duvido. Em todo o caso, bom proveito lhes faça.

8 comentários:

Anónimo disse...

Isto, é ao que o seu amigo Sócrates aspiraria.
Vamos a ser comedidos!

O homem lá terá os seus defeitos, mas para ser reeleito precisa de 3 coisas:

PRIMEIRO: - candidatar-se o que pode dar algum trabalho;

SEGUNDO: - Fazer campanha eleitoral o que enerva e desgasta um pouco;

TERCEIRO: Ganhar as eleições e tomar posse, o que pode estar facilitado por ter o poder de pretérito.

Enquanto isto acontecer nestes cânones, há parecenças com uma democracia.

Quem não estiver de acordo com ele, vai ter de aguentar muito, mas a gente aqui tb atura o nosso amigo e camarada Sóscrates.

Francisco Clamote disse...

As parecenças, tendo em conta os presentes e os antecedentes são poucas. Quanto ao "meu amigo Sócrates" não sei se ele tem tais aspirações, porque não o conheço pessoalmente. Eu, no lugar dele, não as teria. Seguramente!

Anónimo disse...

E diz muito bem: "no lugar dele, não as teria".
Ainda bem, porque assim só confirma que é uma pessoa de bem.

Seguramente que não pode garantir que ele não as tenha.

Mas olhe que o Chavez deve ter ganho por menos % que o Sr. Engº no Congresso.
Dizem que quanto menor é a percentagem ,maior é a probabilidade de existir democracia ou pluralidade de idiosincrassias (que podem conviver mal).

Outra questão bem diferente, é a de as maiorias respeitarem as minorias.
Provavelmente na Venezuela, os antecedentes e os presentes podem não tender para aí, mas isso só vem mostrar quem quem vota ainda tem o privilégio de poder votar num ou noutro, e aqui, até era, escolher entre o "sim" e o "não".
Seguramente que não se compara com Cuba ou com a Coreia do Norte, mas ainda acredito na genuidade e na liberdade do voto na Venezuela.
O outro foi expulso, mas não consta que tivessem feito o mesmo aos demais observadores e seguramente eram bastantes.
Vá, reconheça que o Chavez tem feito muito pelo bem-estar dos pobres e que com ele as classes desprotegidas nos governos amigos do USA, hoje estão bem melhor.
Se isto é populismo, seja. Há quem goste.
Obrigado por este espaço de diálogo e de divergência.

A. Moura Pinto disse...

Não gosto de comentar comentários. Mas trazer JS para o assunto, só mesmo para responder a alhos com bugalhos, à falta de melhor.
Claro que temos uma diferença com a Venezuela: cá o projecto de Chavez não passaria; cá o contexto não permitiria a demagogia tolerada quanto a Chavez.
Podemos não ter uma democracia perfeita, mas não há motivos para dizermos termos "umas parecenças com uma democracia".

Anónimo disse...

Também não estou lá muito de acordo consigo, amigo Clamote:
Olhe que aqui na "Onião Urupeia" também com o tratado as coisas em matéria de democracia andam muito a desejar.
Veja o que diz o amigo Tourais:
«Terá a democracia europeia autoridade para criticá-lo? O Tratado de Lisboa foi aprovado por uma elite restrita e controlada, sem ir a votos. E no único país onde houve referendo, na Irlanda, porque o resultado foi um “NÃO” rotundo, a consulta popular quer-se repetida até que dela saia o resultado pretendido, sem que se ouvisse ninguém chamar louco ou ditador a ninguém. Imagine-se que do referendo venezuelano saía um não e Chavez decidia repeti-lo? Pois. Eu não sou adepto de Chavez, clarifico-o já. Mas na Europa não estamos melhor. Na Venezuela manda Chavez, assim o quiseram os venezuelanos. Na Europa mandará um directório, porque assim o quis o próprio directório. E a avaliação da democraticidade de um regime nunca por nunca será função do agrado ou desagrado que possam suscitar estilos pessoais mais exuberantes.

Código de barras: Hugo Chavez, Tratado de Lisboa, Venezuela

Empurrado por Filipe Tourais - Segunda-feira, Fevereiro 16, 2009 3 Puxões e esticões adicionais »

Bom, o Chavez se calhar já é a segunda vez que pergunta, estarei enganado?

Amigo da Onça

Francisco Clamote disse...

Eu também ainda não comparo a Venezuela com Cuba ou com a Coreia do Norte, mas penso que para lá caminha ... para Cuba, que a Coreia do Norte é algo bem pior. Os elogios e a amizade de Chávez para com Fidel são, pelo menos, indícios disso.Oxalá eu me engane, até porque durante muito tempo pensei que Chávez seria uma boa solução para a Venezuela. O seu desejo de se perpetuar no poder é que me faz desconfiar.
Mudando de assunto: Desculpar-me-á, mas não me parece que se possa comparar o referendo na Venezuela, com a eleição de Sócrates, como secretário-geral do PS, pois, não só são realidades distintas, como se deu o caso de Sócrates ser o único candidato ao lugar. Por certo, não põe em causa a lisura da eleição.

Francisco Clamote disse...

O meu comentário anterior era resposta ao Anónimo das 0:52.
Ao Amigo da Onça, direi apenas que o Filipe Tourais não goza de infalibilidade.Não é papa. E, neste caso, até nem concordo com ele pela razão simples de que quem faz parte do "Directório" foi eleito democraticamente. Ou não?

A. Moura Pinto disse...

Bom, vejamos as elites.
Nos outros países, excepto a Irlanda, foram os parlamentos que aprovaram / ractificaram as assinaturas feitas em Lisboa. Ou não?
E porquê? Porque o podem fazer, não foi necessário fazer lei alguma que autorizasse os parlamentos a ractificar. Os parlamentos já tinham tais competências.
Na Irlanda o parlamento não goza da mesma competência, tendo que se socorrer do referendo.
Já agora: estivesse a Irlanda fora da zona euro com a bronca da crise. E ver-se-ia o que lhe aconteceria. E, no entanto, à conta da UE, foi um fenómeno no crescimento, embora tb com mérito próprio, naturalmente.
Vendo bem, um dos países que mais ganhou, foi quem decidiu (tem o direito a isso)dizer não. Depois de papo cheio, há que reconhecer.