Já disse algures que o país fervilha de suspeições. Não há negócio que não suscite interrogações e não sofra constestação, como foi agora o caso do negócio entre a Caixa e o empresário Manuel Fino a que me refiro na mensagem anterior.
Afinal, a explicação sobre a "bondade" do negócio até é simples: de acordo com a administração da Caixa, a posição de que passou a ser detentora corresponde a uma participação financeira ‘charneira’ que, para analistas de bancos de investimento que consultou, tem um valor superior ao preço pago pela Caixa. Segundo os analistas, o preço-alvo para a cimenteira que é de 5,55 euros por acção, ou seja, 14% superior ao preço pago pela CGD.
Não discuto se o valor indicado pelos analistas é ou não o preço justo. O que digo é que não é um valor fixado arbitrariamente pela administração da Caixa e, consequentemente, também não é um preço de favor.
Acrecente-se que, ainda de acordo com a Caixa, a execução das garantias do empresário Manuel Fino era uma “solução precipitada” e que poderia “também criar forte instabilidade na estrutura accionista da Cimpor”, alegação que também merece algum acolhimento, acho eu.
Sendo assim, como justificar tanta suspeição ?
Não dará para ver que, com tanta suspeição, o ar já fede?
E a quem aproveita ? Ao país, não. Seguramente. Acho eu.
1 comentário:
Caro Francisco, aquilo que no seu texto o sr não discute é precisamente o que deveria ser discutido (o preço alvo). A Cimpor fechou ontem a 3,09 €. Se o preço alvo é 5,55 € porque não investe o sr na Cimpor? A fazer fé nos tais analistas o sr já estaria a ganhar 2,46 € por acção.É obra. Porque será que perante tal oportunidade de investimento, não se verifica uma procura maciça de acções da Cimpor? Será que só a CGD confia nos analistas?
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