quarta-feira, 17 de junho de 2009

Moção de censura: um tiro pela culatra

Já se sabia, à partida, que a moção de censura ao Governo apresentada hoje pelo CDS na Assembleia da República era um acto inútil, pois, a três meses de eleições legislativas, nenhum resultado relevante dela resultaria, mesmo que fosse aprovada, o que não aconteceu, como também era previsível que o não fosse.
O que não se esperaria é que moção acabasse também por ser um tiro saído pela culatra. Virando-se o feitiço contra o feiticeiro, o debate da moção demonstrou que a direita parlamentar, constituída pelo partido proponente (CDS) e pelo partido que a votou favoravelmente (PSD) é incapaz de apresentar uma alternativa de Governo. Diga-se que, em boa verdade, aqueles partidos nem sequer tentaram fazê-lo. Não o tentou o partido proponente, que transformou a moção numa série de perguntas ao Governo como se estivesse num debate parlamentar e não o tentou o PSD, que continua enredado na "grande" questão do TGV, como se este fosse o grave problema com que o país se confronta.
Uma tristeza !
Adenda:
Embora a probabilidade de, alguma vez, estar de acordo com Alberto João Jardim, fosse diminuta, acabou por acontecer com a sua afirmação de que a "moção de censura do CDS ao Governo de José Sócrates foi um "favor" de Paulo Portas ao primeiro-ministro". E ao PS e ao Governo, tendo, para o efeito, contado com a prestimosa colaboração do PSD, acrescento eu.

1 comentário:

mdsol disse...

Não sou capaz de um distanciamento mínimo. Não suporto o CDS do PP. E a partir daí fica tudo inquinado. Ainda assim, acho puro exibicionismo a apresentação desta moção.

:)))