Graças ao artigo de Fernando Lima, publicado no "Expresso" da semana passada, já
aqui comentado, o "caso das escutas" está de volta, pois o referido semanário promete para a edição de amanhã, segundo se lê
aqui, um artigo de resposta do assessor de Sócrates, Rui Paulo Figueiredo, o alegado "espião do Governo", na versão Fernando Lima
et alii.
Já o disse e repito: ainda bem que Lima se lembrou de trazer de novo o assunto à baila, porque ainda está por esclarecer, pelo menos para uma boa parte da população, o papel que Cavaco Silva desempenhou em toda a história e pode bem ser que, levantado de novo o véu sobre tão escabroso caso, ainda se possa vir a tirar uma conclusão definitiva sobre o verdadeiro carácter do actual inquilino de Belém.
Estranha-se, entretanto, que as duas pessoas que poderiam dar uma boa achega para esclarecimento do caso, José Manuel Fernandes e Luciano Alvarez, (ao tempo director e jornalista do "Público", respectivamente) se tenham mantido em silêncio, não obstante Lima, com a sua ""Verdade", ter posto em causa a actuação do jornal e dos citados, ao atribuir ao jornal o despoletar de toda a "estória".
Estranha-se, mas compreende-se: Fernandes e Alvarez "comem e calam", como acontece habitualmente a quem se sujeita a servir de "capacho". É que, para se defenderem, um e outro teriam de confirmar a fama de que o "Público" foi por eles transformado em órgão oficioso de Belém, fama de que, no entanto, já não se livram. Ora, tal confirmação não só afectaria a credibilidade do jornal, como feriria, por certo, outros "interesses" do "patrão". Que, afinal, é quem manda.
Não vejo outra explicação.