sábado, 7 de maio de 2011

Sem perdão

Continuemos  pelo Europarque a ouvir Passos Coelho:
O que aconteceu em Portugal nos últimos seis anos não tem qualquer espécie de perdão”; “Este Governo não tem desculpas porque tudo aquilo que se propôs fazer para resolver o problema financeiro e económico de Portugal resultou num fiasco e num fracasso, e não foi por não ter tido apoio para essas medidas".

Eis a  "Política de Verdade", de novo, em todo o seu esplendor. Para Passos Coelho:
- a crise económica mundial nunca existiu;
- a crise da dívida soberana a nível europeu não passa duma patranha;
- as dificuldades  da Grécia, da Irlanda, para não falar da Espanha, da Itália, da Bélgica e, imagine-se, da França, são obra do "poderoso" Sócrates;
- o Governo dispôs sempre, como é sabido, do "apoio" do PSD para tomar as medidas que  achou por bem, em todos os domínios da governação, designadamente na área da Educação, Saúde, Justiça, Finanças e Segurança Social;
-  o PSD concertado com a restante oposição nunca revogou qualquer medida tomada pelo executivo do PS;
- o PSD nunca rompeu o acordo para a reforma da Justiça;
- o PSD nunca pôs em causa a honorabilidade do primeiro-ministro, nem o atacou da forma mais ignóbil e sempre recusou instrumentalizar as comissões parlamentares de inquérito e magistrados para atacar o primeiro-ministro;
- o PSD nunca se serviu de todos os expedientes para ter acesso a conversas privadas do primeiro-ministro escutado ilegalmente no processo "Face Oculta";
- não foi o PSD, conluiado com a restante oposição, quem rejeitou o PEC IV e muito menos é responsável pela crise política subsequente e que esteve na origem do aumento exponencial das taxas de juro da dívida pública, aumento que, obviamente, também lhe não pode ser imputado;
- e, para também chamar à colação o PR, que bem o merece, pela sempre afirmada cooperação institucional, o caso das escutas em Belém não passou duma invenção jornalística.

Passos Coelho, porém, tem razão quando diz que o Governo não tem perdão, pois, de facto:
- nunca se investiu tanto na educação; na ciência;  nas novas tecnologias; e nas energias renováveis;
- fica a dever-se ao Governo do PS a sustentabilidade da Segurança Social através da reforma realizada;
- os governos do PS e, em particular, o primeiro-ministro, apostaram fortemente na diversificação dos destinos para as nossas exportações, com reflexos bem visíveis no seu aumento.

E fiquemo-nos por aqui, que isto é quanto basta para "condenar" o PS a colher os frutos de tanto "desperdício".

1 comentário:

Anónimo disse...

Muito bom, exaustivo, coerente defesa do que o Governo e PS fizeram...

Parabens e obrigado

abraço