quarta-feira, 25 de maio de 2011

Sejamos justos!

O ministro da Presidência, Silva Pereira disse em Vila Real e pode ser ouvido aqui, que o PS dispõe de um ás de trunfo que é a "obra feita" e, em contraponto, afirmou que no PSD o que há é um apagão e não pequeno, um grande apagão.
Ora esta afirmação de Silva Pereira constitui uma grande injustiça, que cumpre reparar. É que o PSD e Passos Coelho, apesar do curto currículo político deste e da sua completa inexperiência governativa, (como diz o sempre exagerado Vasco Pulido Valente, Passos Coelho nunca entrou num ministério, nem sequer numa secretaria de Estado) têm também "obra feita". Importa com efeito lembrar, pelo menos, dois "feitos" de grande alcance.
Desde logo, o projecto de revisão constitucional, apresentado, se não estou em erro,  por Passos Coelho, logo no Congresso a seguir às Directas de que saiu vencedor, como a sua grande prioridade política. Trata-se, como é sabido, do projecto mais radical no sentido do neo-liberalismo alguma vez apresentado na Assembleia da República. Tão radical ele é no sentido da liberalização nas áreas da saúde e educação, designadamente,  que o líder do PSD pede agora a todos os anjos e santos que, durante a campanha eleitoral, não se fale desse famigerado projecto (como ainda recentemente se viu, durante o debate Sócrates/PPC). É lá, no entanto, que se  encontra, sem disfarces eleitorais, o pensamento e a estratégia política da actual liderança do PSD. Recomenda-se, pois, a sua leitura e o confronto com o actual texto constitucional para avaliar a grandeza da "obra".
E depois também não se podem negar ao PSD  e a PPC os créditos que lhe são devidos pelo derrube do Governo, que teve como consequências perfeitamente previsíveis, a descida abrupta dos "rating" da dívida soberana, a subida vertiginosa das taxas de juro e, por último, a inevitabilidade do pedido de ajuda financeira externa.
Bastam, a meu ver, estes dois "feitos" para justificar a gratidão que o povo português não deixará de mostrar ao PSD e ao seu líder, nas próximas eleições. Que me dizem da ideia de mandar Passos Coelho de volta para o "remanso" de Massamá ? Ele merece...

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