O “consenso” sobre a renegociação da dívida, é a “maior vitória política do Bloco até hoje”, segundo Francisco Louçã.
Lê-se, mas não dá para acreditar. A vitória de que fala Louçã, não é grande, nem pequena, é uma vitória de "coisíssima" nenhuma, pois, em boa verdade, não há, sequer, algum consenso.
De facto, para se poder falar em consenso, mister seria que os vários partidos tivessem o mesmo entendimento sobre o que é a "renegociação da dívida". E não me parece que seja o caso: se por "negociação da dívida" se compreender a necessidade de acordar com os credores as condições dos empréstimos, contemplando, designadamente, o alargamento do prazo e a descida das taxas de juro, o consenso entre os partidos estava assegurado à partida, pois nenhum partido é tão masoquista que não almeje alcançar tais objectivos. Não tem sido esse, porém, o entendimento do Bloco (e do PCP) que sempre falaram em "reestruturação da dívida" concebida como recusa do pagamento, nos termos a que o Estado está vinculado, independentemente de qualquer negociação prévia com os credores.
Será que, ao falar em consenso, o Bloco quer significar que abandonou a sua tese e alinha agora com os partidos que aceitaram a negociação da "ajuda" financeira externa ?
Não acredito, mas admitindo que é essa a leitura correcta das palavras de Louçã, então estaríamos de facto perante um consenso. Só que, em tal tal caso, o que Louçã teria para apresentar não era "a maior vitória política do Bloco" mas antes a derrota mais rotunda. Das suas teses, claro está.
Será que, ao falar em consenso, o Bloco quer significar que abandonou a sua tese e alinha agora com os partidos que aceitaram a negociação da "ajuda" financeira externa ?
Não acredito, mas admitindo que é essa a leitura correcta das palavras de Louçã, então estaríamos de facto perante um consenso. Só que, em tal tal caso, o que Louçã teria para apresentar não era "a maior vitória política do Bloco" mas antes a derrota mais rotunda. Das suas teses, claro está.
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