Depois de ontem ter recomendado ao seu sucessor (Barack Obama) que pensasse duas vezes antes de pôr termo às práticas de tortura, que a sua administração autorizou e promoveu, George W. Bush, o ainda presidente do Estados Unidos (felizmente, por poucos dias) vem declarar que a possibilidade de um atentado terrorista em solo americano é “a mais grave ameaça” com que Barack Obama poderá ser confrontado durante a sua presidência.
Esta afirmação não é mais do que o reconhecimento de que a política seguida por Bush, na luta contra o terrorismo é um rotundo fracasso. Na verdade, se a ameaça terrorista permanece, tal fica a dever-se, em boa medida, às políticas erradas que ele seguiu, designadamente no Iraque, e ainda agora, em relação à Palestina, pois em vez de solucionar conflitos, ou os criou ou não os soube evitar. Mesmo para quem assim não entenda, é indesmentível que ele foi incapaz de a debelar a ameaça, o que significa que a política que ele seguiu foi, pelo menos, completamente ineficaz.
Se, em matéria de política internacional, é a desgraça que se sabe, o desempenho da administração Bush deixa, em matéria de economia, um legado que se traduz na maior crise económica das últimas décadas, crise que, embora nascida nos Estados Unidos, já afecta, por forma que ainda estamos para ver, toda a economia mundial.
E, mesmo assim, Bush (fracasso em toda a alinha) a permitir-se dar conselhos! Teria graça, se os problemas com que o presidente eleito vai ser confrontado, já a partir do próximo dia 20, não fossem demasiado sérios e de difícil resolução.
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