quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Impensável, digo eu...

É o que afirma Manuela Moura Guedes em entrevista dada ao "Público", embora não se percebam as suas razões de queixa quando, afinal, segundo confessa, até já teve "alguns secretários de Estado" no seu "jornal".
Impensável é, de facto o que Manuela Moura Guedes pensa. A liberdade para fazer o que bem entenda, é para a "jornalista" em causa um exclusivo seu. O Governo pelos vistos não tem liberdade de escolha. Ou vai ao seu "jornal" quem ela quer e quando ela quer, ou então é a democracia (dela) em perigo.
Não menos impensável é que um "jornal de referência" dedique à entrevista a tão alto expoente do jornalismo mais rasca deste país, duas páginas inteiras da sua edição impressa de hoje, reproduzida também, com grande destaque, no PUBLICO.PT.
É impensável, mas compreende-se. O director do "Público", vive realmente num mundo paralelo. Não será o mundo que ontem reivindicou nas páginas do "Público" (Caderno P2), mas sim o da baixa política e do jornalismo rasca.
Salvem o "meu" jornal!
Adenda:
O "jornal" de Moura Guedes foi suspenso. Compreende-se agora melhor a razão da entrevista. A estratégia de antecipação não resultou. Não serei eu a lamentar a decisão, por uma razão simples: Manuela Moura Guedes, pode ser o que muito bem quiser. "Jornalista" é que ela não consegue ser. Falta-lhe, além do mais, isenção e sentido das proporções.
Já agora, acrescentaria, porque a hipótese é aventada ou admitida, por alguns, e dada como certa, por outros, que não acredito que tenha havido qualquer interferência do poder executivo na tomada da decisão. Considero a hipótese simplesmente absurda, pois tal interferência, depois de tudo o que se passou com o folhetim Moniz, teria sido pura estupidez.
(reeditada)

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