sexta-feira, 30 de julho de 2010

Museu do Côa

Inaugurado hoje o Museu do Côa
Nascido numa terra que leva no nome o do rio das gravuras, tenho todas as razões (e mais essa) para me congratular com o facto.
"Este museu é a gravura que nós deixamos às futuras gerações", disse o primeiro-ministro no acto inaugural.
Espero que assim seja!
(Imagem daqui)

Como cães ao osso

As perguntas que os procuradores deixaram no despacho final na instrução do processo Freeport como sendo as que gostariam de ter feito ao primeiro-ministro e que, segundo alegam, não fizeram por falta de tempo ao fim dos seis anos (!?) que tantos foram os que a investigação durou, têm servido para a comunicação social continuar a alimentar a campanha caluniosa lançada contra o primeiro-ministro, agora sob o pretexto de que a investigação não foi levada até às últimas consequências, nem decorreu de molde a afastar todas as dúvidas, como se o afastar das dúvidas fosse obrigação de José Sócrates e não dos investigadores.
Ora, a verdade é que as perguntas que ficaram (?) por fazer nada adiantariam ao esclarecimento dos factos, uma vez que não existe no processo qualquer indício que pudesse servir de fundamento à incriminação do primeiro-ministro. Não seria, seguramente, nas eventuais respostas que viessem a ser dadas ás perguntas que os investigadores encontrariam os indícios que, ao longo de seis anos, não conseguiram encontrar. Se alguém admite o contrário é porque, ou é louco varrido, ou não está de boa fé, ou não faz a mínima ideia do que seja uma inquirição.
As perguntas não são, de facto, um naco de carne suculento. Não são mais que um "osso" descarnado. Em todo o caso não admira que a comunicação social se tenha lançado sobre o assunto como cães ao osso. Qual o "cão" que resiste a um "osso"?
(Imagem daqui)

A prova perfeita

Perante a nota da Procuradoria-Geral da República que garante que “nunca colocou qualquer limitação” à investigação do Freeport, designadamente “de tempo ou lugar, concordando inclusive com todas as deslocações ao estrangeiro” que os magistrados entenderam fazer, fica claro que os procuradores Paes de Faria e Vítor Magalhães, que tiveram a seu cargo a direcção do processo durante 19 meses, dispuseram  de tempo mais que suficiente para desenvolver as diligências que muito bem entendessem, incluindo a inquirição do primeiro-ministro e de Rui Nobre Gonçalves (secretário de Estado do Ambiente ao tempo do licenciamento do Freeport) se tivessem entendido que eram necessárias. 
Tendo em conta o tempo decorrido e a autonomia de que dispuseram, as considerações exaradas no processo pelos ditos procuradores são uma rematada "tolice", como já dissemos noutro local. Podemos, porém, ir mais longe, pois, como muito bem salienta o Valupi, o argumento da falta de autorização do Conselho de Estado, em relação a Rui Nobre Gonçalves, não pega, porque a sua audição não dependia e não depende de tal autorização. Ora, sendo assim, as considerações e a explicação dos procuradores, além de "tolas", são também falsas
Não obstante estarmos perante um "vómito" (largado a páginas 100 do despacho final assinado na passada sexta-feira, como o Cerejo tem o cuidado de nos elucidar) há motivos para agradecer aos procuradores do processo.  Não restam dúvidas, face ao "vómito", de que vontade de incriminar o primeiro-ministro não faltou aos ditos procuradores. Os factos é que não ajudaram.
Tal verificação, embora contrarie o intuito dos procuradores, contitui a prova perfeita da inocência do primeiro-ministro: se não o acusaram foi porque, contrariamente aos seus desejos, não dispunham de factos, nem de indícios para o fazer.
E se chego a esta conclusão, também tenho que concluir que a "tolice" que afecta os procuradores não é apenas "tolice" entre aspas. É mesmo tolice, com todas as letras. Ou dito de outra forma para que fique claro: os procuradores não são apenas "idiotas" entre aspas. São mesmo idiotas.
Além de aldrabões, porque  quem faz afirmações falsas não merece outro nome.

Post scriptum:
As queixinhas sobre "pressões" apresentadas ao latifundiário e militante do PSD (segundo Angelo Correia ao Expresso) e também presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, João Palma, e que estiveram na origem do processo disciplinar instaurado ao procurador-geral adjunto Lopes da Mota já eram suficientemente esclarecedoras relativamente à qualidade da massa de que os citados procuradores são feitos. Mas, realmente, a gente esquece...

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Os "idiotas" de serviço

Se, ao fim de seis anos, que tantos durou a investigação, os  procuradores responsáveis pela instrução do processo Freeport  (Paes de Faria e Vítor Magalhães) acharam por bem referir, no despacho que encerrou a instrução, que havia interesse em ouvir José Sócrates, e que a diligência que só não foi realizada por falta de tempo, uma conclusão se impõe: estes procuradores não se importam de passar por idiotas.  Digo "passar por", porque, em boa verdade, o que eles escrevem é pura idiotice, mas eles idiotas não são. Pelo contrário, vendo o seguimento dado pelo "Público" ao assunto, tudo indica que estamos perante um serviço combinado para que a campanha caluniosa não chegue aos "finalmente". Esse é, pelo menos, o desejo quase confessado pelo  José António Cerejo na peça onde nos é revelado o conteúdo do despacho, no que interessa ao prosseguimento da campanha.
Este desenvolvimento tem, aliás, toda a lógica, se atentarmos na forma como o "Público" tratou, na edição de ontem, do encerramento da instrução do caso Freeport. Num quarto de coluna, o jornal titulava, ontem, muito significativamente, que ""Sócrates conclui que a verdade veio ao de cima". Para o jornal, pelos vistos, a conclusão do processo não conta. O que conta é a idiotice dos procuradores, idiotice a que são atribuidas grandes parangonas na 1ª página da edição de hoje.
A verdade, neste caso, concluo eu, é que, por mais esforços que o jornal desenvolva para alijar as responsabilidades da comunicação social em toda a campanha caluniosa, não é só a justiça que está ferida de morte, como assegurava o editorial de ontem. A justiça está, na verdade, ferida de morte, mas o mesmo se pode dizer da credibilidade do "Público". Pelos vistos, quer os magistrados do processo, quer o "Público" prestam-se a fazer de "idiotas" úteis. Ao serviço de alguém. Veja-se a quem aproveita a "idiotice" e conclua-se ao serviço de quem.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Silêncio revelador

Depois da conclusão da investigação do processo Freeport, seria expectável que todos os que, nos media, se afadigaram  na divulgação de calúnias visando atingir o primeiro-ministro, pessoal e politicamente, apresentassem um pedido de desculpas a José Sócrates.
Seria expectável,  se essa gente (Manuela Moura Guedes, Eduardo Dâmaso, José Manuel Fernandes, Mário Crespo, José António Saraiva  e tutti quanti - com um veemente pedido de desculpas aos não explicitamente mencionados -) tivesse a honradez de fazer mea culpa e de reconhecer o erro. 
Uma tal atitude seria até inteligente, porque teria a virtualidade de, ao menos, dar alguma consistência, à repetida alegação de que estariam apenas a cumprir um dever de ofício: dar notícia de factos. O seu silêncio acaba, assim, por ser revelador das suas veras intenções: a campanha caluniosa é que os motivou. Não foi a verdade e a objectividade dos factos.

Na imprensa: verdade e calúnias

As calúnias:*
A verdade:

O contraste entre relevo dado pela nossa imprensa à divulgação de calúnias (no âmbito do caso Freeport) e à reposição da verdade (no mesmo caso) não podia ser mais flagrante. Nem é preciso folhear os jornais para confirmar o facto. Basta uma vista de olhos pelas primeiras páginas. E, sendo assim, das duas, uma: ou a nossa imprensa não faz a miníma ideia do que é a ética jornalística, ou a direita política tem os jornais ao seu serviço. Na dúvida, opto pelas duas hipóteses. Ao leitor reconheço a liberdade de escolha.
(* As imagens subordinadas à epígrafe "As calúnias" foram copiadas daqui.)

terça-feira, 27 de julho de 2010

Freeport : Factos e consequências

Finda a instrução do processo Freeport, importa reter os factos mais relevantes:
1. Não foi detectada qualquer irregularidade no licenciamento do 'outlet' de Alcochete, nem foi formulada qualquer acusação de financiamento ilegal a partidos ou tráfico de influências;
2. Como escreve Ferreira Fernandes, "Sócrates não é [nem foi] arguido, nem acusado, nem sequer testemunha no processo".
3.  Sócrates foi vítima da mais hedionda, feroz e prolongada campanha de calúnias de que há memória, visando atingir politica e pessoalmente a pessoa de um primeiro-ministro em exercício, indo-se ao ponto de se considerarem as compreensíveis afirmações de inocência por parte do visado como uma campanha de vitimização.
Sabe-se que o  processo e a campanha teve origem numa carta anónima de um tal Zeferino Boal, militante do CDS.
Não sei se alguma vez se apurará quem foram os orquestradores da campanha, embora se saiba a quem aproveitou. Sabe-se, todavia, quem foram os "jornalistas" que, em conluio com operadores judiciários (a apurar) se envolveram e empenharam na divulgação das calúnias e, assim sendo, conhece-se o suficiente para que uma tal campanha não fique impune, quer politicamente, quer criminal e civilmente. A responsabilidade civil e criminal parecem óbvias, mas cabe aos tribunais julgá-las. Já quanto à responsabilidade política, o julgamento cabe a todo e a qualquer cidadão, pois tal responsabilidade deriva do aproveitamento, não inocente, que do caso fizeram algumas forças políticas. Que cada um julgue sobre quem dele tirou dividendos e proceda em conformidade.

Em diferido...

Conjunto escultórico na praia de S. Pedro de Moel: Rei D. Dinis e Rainha Santa Isabel
(Clicando na imagem, amplia)

O discurso da "tanga" regressa dentro de momentos...

sexta-feira, 23 de julho de 2010

É o "salve-se quem puder"*

Até poderia estar tentado a dar o benefício da dúvida a todos quantos sustentam que a proposta de revisão constitucional em matéria de saúde apresentada pelo PSD, ao prever o desmantelamento do actual sistema público de saúde "tendencialmente gratuito", se funda na necessidade de assegurar a sustentabilidade do sistema e em considerações de justiça social.
A minha boa vontade tropeça, porém, ao verificar, por um lado, que a justiça social pode ser  (e tem sido) assegurada, através da progressividade dos impostos e que o mesmo se pode dizer da sustentabilidade que pode ser (e tem sido) garantida, através do actual nível de fiscalidade e ao constatar, por outro lado, que os factos contradizem as propaladas boas intenções. Com efeito, noto:
a) que aquelas "almas generosas" se contam entre os que se opõem à actualização das taxas moderadoras e entre os que consideram que Portugal tem um nível de fiscalidade muito elevado, o que, a admitir-se, só pode ser verdade em relação aos mais ricos, pois é sabido que existem milhões de portugueses (os mais carenciados) que que não pagam um tostão de imposto sobre o seu rendimento;
b) e que são os mesmos que não aceitam limites à dedução das despesas de saúde, em sede de IRS, limites que afectariam os mais ricos e não os mais pobres, como é evidente.
Tudo leva, pois, a concluir que, afinal, a alegada preocupação com os mais carenciados serve apenas de cortina para encobrir a transformação do actual sistema de saúde baseado na solidariedade entre todos os cidadãos num sistema do "salve-se quem puder" de que sairiam beneficiados todos os que dispusessem de meios (os mais ricos, seguramente) para pagar os cuidados de saúde, mormente os prestados por estabelecimentos privados, e de que sairiam prejudicados todos os demais cidadãos. De facto, assistir-se-ia ou  à degradação dos serviços públicos de saúde, por insuficiência de verbas, ou teriam os menos ricos que suportar um agravamento dos impostos, pois é evidente que a manter-se o abatimento de todas as despesas de saúde, a quebra de receita fiscal proveniente dos mais afortunados seria inevitável.
(* Título reeditado)

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Assim dá para compreender

A repetida afirmação de Passos Coelho de que o PSD não aceitará que o próximo Orçamento de Estado estabeleça um tecto para as deduções em sede de IRS no que respeita às despesas com saúde e educação (pese embora o facto de a medida estar incluída no PEC II, se não estou em erro) compreende-se agora, depois de conhecida a sua proposta de revisão constitucional sobre essas matérias. De facto, para quem defende  o desmantelamento dos sistemas  públicos de saúde e de educação, nos termos que a Constituição actualmente consagra, o estabelecimento de limites às deduções é, de facto, inaceitável, pois constituiria um forte entrave à utilização dos serviços privados nessas áreas, quando, manifestamente, a intenção subjacente às propostas do PSD é favorecê-los.

Os pontos nos is

Nenhumas dúvidas podia haver sobre o tema, julgo eu, mas após a reunião do Secretariado Nacional do PS, que hoje teve lugar e em que se definiu uma posição em relação ao anteprojeto do PSD de revisão constitucional, ficou claro que as propostas do PSD em tal sede, orientadas no sentido de  "permitir os despedimentos individuais sem justa causa, acabar com o Serviço Nacional de Saúde universal e tendencialmente gratuito e acabar com a garantia de um sistema público de educação"  não têm, nem terão, o acordo do PS.

"Publicidade enganosa"

"Antes de propor a revisão da Constituição da República, este PSD deveria rever a sua própria constituição, porque a designação social-democrata é neste particular um caso de publicidade enganosa."

terça-feira, 20 de julho de 2010

Juvenis, mas perigosos

As alterações que o PSD pretende introduzir na Constituição são de tal monta e descaracterizariam a tal ponto o Estado Social em que vivemos, que não têm a mínima hipótese de vir a integrar o texto constitucional. Para tal concluir, basta atentar nas tomadas de posição já conhecidas, partindo, quer das organizações de trabalhadores ( UGT e CGTP), quer de diversas forças políticas (PS PCP e BE), para além de estarem longe de recolher  consenso dentro do próprio PSD, como se pode concluir da tomada de posição de Alberto João Jardim que não esteve com meias medidas e chegou ao ponto de declarar: "Estou frontalmente contra e estou no direito de estar contra. Expulsem-me, que é um favor que me fazem”.
Embora não venham a obter vencimento, em sede de revisão constitucional, como estou certo, as propostas do PSD mostram o que poderíamos esperar de um Governo liderado por Passos Coelho. Tais propostas têm, além do mérito de nos esclarecer sobre o ideário do actual PSD (onde não há lugar para preocupações sociais), um outro que é o de  pôr termo à tese do PCP e do BE de que não há diferença entre o Governo do PS e um governo liderado pela direita liberal de Passos Coelho.
Estranha é a "ingenuidade" da direcção do "jovem" Passos Coelho que, por certo, não antecipou o coro de protestos com que as suas propostas viriam a ser acolhidas. Tal, só por si, revela a imaturidade da equipa que ele lidera. É mesmo próprio duma equipa de juvenis. Juvenis, mas, pelos vistos, perigosos.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

O discurso da tanga segue dentro de momentos

Elementar, meu caro Watson ...

Se, como se pode ler nesta caixa de comentários,  "O que a sociedade quer ouvir de Passos Coelho não é, por exemplo, que o PR tenha o poder de demitir o Governo ou que o mandato do Governo ou do PR devam ter uma duração maior. É sim o que Passos Coelho pretende fazer para reduzir o nível de desemprego e combater o trabalho precário, é sim o que Passos Coelho pretende fazer em matéria social, é sim o que Passos Coelho pretende fazer em matéria económica, é sim o que Passos Coelho pretende fazer para reequilibrar as contas do país, é sim o que Passos Coelho pretende fazer para revalorizar a escola pública, no sentido de mais qualidade, exigência e motivação, é sim o que Passos Coelho pretende fazer para tornar os produtos portugueses mais competitivos, é sim o que Passos Coelho pretende fazer em matéria cultural e assim por diante" e se ele (Pedro Passos Coelho) nos continua a entreter com a novela sobre a revisão constitucional, está visto que o PSD tem mesmo uma "agenda escondida".
"Elementar, meu caro Watson" remata o nosso convidado Sherlock Holmes.
(Imagem daqui)

domingo, 18 de julho de 2010

O "mistério" da revisão constitucional

Mesmo que os sucessivos "ameaços" de Pedro Passos Coelho (PPC) em matéria de revisão da Constituição da República  possam ser considerados como uma forma de "esconder a agenda ultraliberal que tem para aplicar caso chegue ao poder", (o que não me custa a crer) a verdade é que mesmo assim, a razão  da insistência de PPC no tema constitui um verdadeiro "mistério".
De facto, Passos Coelho sabe que a revisão constitucional não é considerada necessária (e muito menos urgente), não só pelas restantes forças partidárias, como pela maioria dos constitucionalistas (com Jorge Miranda à cabeça), como sabe também que as propostas que tem avançado no sentido de conferir à Constituição uma feição mais liberal não têm hipóteses de ser aceites pelas forças políticas à sua esquerda e que a última (sobre o reforço dos poderes presidenciais)  menos hipóteses tem ainda de algum dia vir a ter acolhimento no texto constitucional, pois não são apenas os partidos à esquerda que se lhe opõem, já que conta também com a oposição do CDS e nem sequer é pacífica no interior do PSD, pois, como salienta Santana Lopes, vai contra a história do partido.
O "mistério" resolver-se-ia, se se admitisse que o "jovem" PPC e a sua equipa pensam ser possível obter, em futuras legislativas, uma  maioria de dois terços que lhe permitiria fazer a revisão como bem lhes aprouvesse.
Só que admitir uma tal hipóteses seria reconhecer que PPC e a sua equipa nem sequer teriam condições para jogar numa equipa de juvenis. O seu lugar seria, sim, numa equipa de infantis.
Faço-lhes o favor de não ir tão longe. Por isso, pedi a intervenção do Sherlock Holmes. Para resolver o "mistério".  
(Imagem daqui)

sábado, 17 de julho de 2010

Um "case study" em duplicado

O BCP de Jardim Gonçalves foi durante muitos anos considerado um "case study" de sucesso. Agora, depois Banco de Portugal ter aplicado pesadas coimas a sete antigos administradores do Banco, chegou a vez da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que decidiu aplicar coimas por prestação de informação falsa ao mercado, a nove ex-gestores do mesmo Banco. E desta vez não escapou  Paulo Teixeira Pinto, o presidente do Conselho de Administração  escolhido (com geral surpresa) por Jardim Gonçalves para lhe suceder e o também  escolhido, não menos surpreendentemente, por Passos Coelho para elaborar o projecto de revisão constitucional do PSD.
Depois de um "case study" como exemplo de sucesso a seguir, não será caso para abrir um novo "case study" para servir de exemplo a evitar ?

Igualdade de género ... em pedra

Bem singular é este Pelourinho da Lousã.
A coluna é encimada por um bloco de pedra onde foram talhadas quatro faces (duas de figuras femininas e outras tantas de figuras masculinas. Dir-se-ia a consagração, em pedra, da igualdade de género.  Avant la lettre.
Segundo se informa no local, a peça é monumento nacional e trata-se de uma reconstituição, realizada em 1940, do original que se supõe ser anterior ao século XVI, original que foi derrubado e destruído por um carro de bois no final do século XIX.
(Clicando nas imagens, amplia)

sexta-feira, 16 de julho de 2010

O desespero em vários tons

Segundo vários dirigentes do PSD (Miguel Relvas deu o tom e ainda ontem Miguel Macedo, no discurso sobre o Estado da Nação, leu pela mesma pauta) o PS vive numa onda de desespero perante as sondagens que ultimamente se mostram favoráveis ao PSD. Segundo eles, só o desespero justifica as críticas às posições tomadas por Pedro Passos Coelho a respeito do veto do Governo ao negócio da VIVO e, em particular, às suas declarações durante a sua recente deslocação a Espanha, declarações que, segundo Vitalino Canas, representaram um "ajoelhar perante os interesses espanhóis".
Interessante é constatar que a onda  já terá ultrapassado as praias do PS, pois também atingiu uma Paula Teixeira da Cruz, (vice-presidente da Comissão Política Nacional do PSD que apoiou o veto ao negócio por parte do Governo) e um Marcelo Rebelo de Sousa (ex-líder do PSD) que, não poupando nas palavras, considerou que Passos Coelho andou "francamente mal em Espanha. [...] dando a sensação de querer ‘amanteigar’ os espanhóis" (Fonte).
Fico, entretanto, na dúvida sobre se a crítica mais certeira é o "ajoelhar", se o "amanteigar". O Relvas e o Macedo que decidam e já agora que se ponham a pau com a onda, não vá ela derrubar mais uns quantos.
Mudando de tom e para ser franco devo dizer que não vi sinais de desespero no discurso ontem proferido pelo primeiro-ministro no debate sobre o Estado da Nação. Vi sim a vontade de prosseguir no caminho das realizações e das reformas e a ambição de, dentro de dez anos:  ter  o território nacional integralmente coberto pela banda larga; ter 30% da energia consumida a ser proveniente de fontes renováveis; ter o país a investir 3% do PIB anualmente em investigação e desenvolvimento; e aumentar as exportações nacionais para 40% do PIB do País (Fonte). Quem tem uma tal ambição, não está desesperado, nem preparado para desistir. Está é pronto para recomeçar e continuar.
Continuando com igual franqueza, direi que desespero vejo eu nas hostes do PSD (do CDS nem falo, porque, sobre o seu desespero, disse ontem Paulo Portas tudo o que havia a dizer, no debate sobre o Estado da Nação). De facto, as  hostes do PSD  vivem entre a ânsia de "abocanhar" o poder (para utilizar a expressão da deputada Heloísa Apolónia, que não é santa da minha devoção, mas que, neste passo, utilizou um termo bem feliz) e a incerteza de o alcançar. Sim, porque vencer as próximas legislativas, não são favas contadas e as hostes sabem-no. E mais: se virmos bem, a verdade é que nem sequer está nas suas mãos a hora de ir a votos. Sozinhos não vão lá. Helas !

Antes um atacante !

Tal como eu e milhões de outros cidadãos e cidadãs, reúne condições para se candidatar e, obviamente, está no seu direito, mas cá por mim preferia um Atacante em vez de um Defensor!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Sobre o estado da Nação e das oposições

Sim, estive a assistir ao debate sobre o Estado da Nação. Se, de facto, o estado da Nação não é famoso, o que não é propriamente uma novidade, sabendo-se que a crise financeira e económica mundial persiste e que permanece de pé a necessidade de consolidação das contas públicas imposta pelas regras da Zona Euro, certo é também que o estado das oposições é deprimente. Nem uma proposta avançada para resolver os problemas do país. Resta-nos o discurso anedótico de um Miguel Macedo, líder da bancada do PSD, proferido do alto da tribuna, ou a insólita e risível proposta de Paulo Portas a candidatar-se a integrar um governo  PS/ PSD/CDS, talhado na hora. É pouco e nem sequer dá para rir.
Graças a Zeus, há Sócrates. Em boa forma.

Gente nobre e outra longe disso

 "Os que defendem que as comissões de inquérito podem utilizar escutas «também deveriam defender que elas podem ordenar escutas», o que é «absurdo»"  (Mota Amaral,  referindo-se à sua actuação na presidência da comissão de inquério ao negócio PT/TVI).
O argumento é demolidor e convincente, mas não para o deputado Pacheco Pereira, que em Junho ameaçava divulgar o despacho e a carta que acompanharam os resumos das escutas, se não houver uma decisão da comissão de inquérito na sexta-feira.
Um homem e um político sério e digno: Mota Amaral. O outro, nem uma coisa nem outra. Na minha terra, quem fizesse uma tal ameaça, corria o risco de lhe chamarem " chantagista".
Assim seja.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Diz-me com quem andas...

Desculpem se chego atrasado, devido a outros afazeres, mas não quero deixar passar em claro as jornadas parlamentares do PSD que, pelo que tenho lido, no rescaldo, são dignas de registo e merecem também aqui um comentário.
Fico-me pelos "fantasmas do passado" convidados, cujas intervenções são dignas de umas jornadas de terror que foi no que elas acabaram por se transformar. Mas, respigando aqui e ali, vejamos as receitas dos "ilustres" convidados:
Comecemos por Campos e Cunha:
À cabeça defendeu que "os partidos deviam ter a possibilidade, dado que são eles que estão representados, de dois dos seus deputados serem escolha da direcção". Uma ideia que tem tanto de original quanto de abstrusa. Que raio de democracia será a deste senhor ?
Não menos original é a sua proposta de revisão da  "remuneração da função política". Entende o cavalheiro que a remuneração "Podia ser perfeitamente a média de IRS declarada nos últimos três anos, mais 25% em cima, ou 10%, ou 15%, o que fosse". Num tempo de crise, em que se assiste um pouco por toda a parte a cortes nos vencimentos dos políticos, que mais não seja a título de exemplo de que a crise toca a todos, esta não lembrava ao diabo, mas lembrou-lhe a ele, por razões que ele lá sabe e que até eu consigo adivinhar, sabendo as razões por que se demorou tão pouco tempo no 1º Governo´de José Sócrates.
Para o ex-ministro das Finanças Hernâni Lopes, a receita para enfrentar a actual  situação é simples: cortes nos vencimentos de funcionários públicos, incluindo ministros, " na banda dos 15, 20, 30 por cento - 15 sem dúvida, 20 provavelmente"
Não sei se o que mais admirar, nesta posição: se o irrealismo da proposta, se a imprecisão dos números. Para quem é tão radical na medida, exigia-se, pelo menos, algum rigor nesta matéria. Fica-se com a ideia que mais importante que o corte, é o corte à bruta. Tem cara disso.
E por último, o convidado Vilaverde Cabral, mais preocupado com a reeleição de Cavaco, sugere ao PSD a apresentação de uma moção de censura. A meu ver, a sugestão chega tarde e encontrou ouvidos moucos. Pois não é evidente que, se o caminho do PSD fosse esse, já poderia ter aproveitado a boleia da moção de censura apresentada pelo PCP? Que não aproveitou. Perguntar-se-á porquê e a resposta não se antolha difícil. O PSD, manifestamente, não se sente capacitado para liderar o Governo, enquanto não cessar a borrasca da crise mundial. Medo é o que os tolhe.
Dizem por aí, as crónicas, que os parlamentares do PSD, perante algumas das propostas ficaram "gelados", ou aterrorizados, que vem a dar no mesmo.
Pois bem, se o provérbio "diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és" ainda é para levar a sério, diria eu, ao ver estes convidados numas jornadas parlamentares do PSD, que razão têm também os portugueses para ficarem aterrorizados com a perspectiva de um Governo da responsabilidade do PSD.

domingo, 11 de julho de 2010

Mundial de Futebol: España Campeã (Espanha 1 - Holanda 0 (Video - golo)

Um golo de Iniesta já no 2º prolongamento, precedido da falta não assinalada a favor da Holanda, ditou o vencedor de um jogo muito calculista de parte a parte e pouco interessante. A Espanha, com mérito, sem dúvida, e alguma sorte, que faz sempre falta, acabou por vencer o campeonato mundial de futebol. Leva, assim, a taça para casa. E convenhamos que a taça não fica muito mal entregue.
Veja-se o golo:

sábado, 10 de julho de 2010

Mundial de Futebol: Alemanha - Uruguai: 3-2 (Golos - vídeo)

Em jogo para atribuição do 3º e 4º lugares do Mundial de Futebol, a Alemanha acabou por vencer o Uruguai, por 3-2, ganhando, desta forma, direito a ocupar o último lugar do pódio. Não se pode dizer que o resultado seja injusto, bem pelo contrário, mas o jogo poderia ter tido outro desfecho, se a bola saída dos pés de Forlán na marcação de um livre, nos últimos segundos, não tivesse preferido ir embater na barra. Se, por centímetros, a bola tivesse feito o favor de entrar na baliza, outro galo poderia ter cantado, após prolongamento. Não entrou e o resultado tem que se aceitar: Naturalmente.
E também, naturalmente, passemos aos golos:

Golo de Müller (Alemanha)



Golo de Cavani(Uruguai)



Golo de Forlán (Uruguai)



Golo de Jansen (Alemanha)



Golo de Kedira(Alemanha)




Será do calor ?


O "Expresso" de hoje espeta com uma notícia na primeira página a dar-nos conta que "Sócrates tentou acordo com Portas em casa de Basílio" Horta e que Portas recusou.
Lê-se a notícia e o seu desenvolvimento na página 10 e  daí conclui-se que:
- O facto relatado, a ser verdadeiro*, ocorreu em Fevereiro.
- Sócrates (lê-se no desenvolvimento) não chegou a formalizar uma proposta.
Não se percebe, por isso, como é que Paulo Portas, pode ter recusado, como se afirma na primeira página, uma proposta que não lhe chegou a ser feita.
A notícia suscita, no entanto, mais umas tantas interrogações.
De facto, como é que se explica que o "Expresso" dê um tal relevo a um facto que, insisto, a ser verdadeiro, já tem barbas e das grandes? Será porque o "Expresso" passou, de semanário, a anuário, sem dar cavaco aos leitores? Como, por outro lado,  não me parece que a justificação possa ser a falta de notícias actuais, será que terei de concluir que é do calor? Sim que ele anda por aí. Como é costume, na silly season.
Aditamento:
* As minhas dúvidas, baseadas, inicialmente, apenas no desenvolvimento da notícia, têm agora outra base de sustentação. De facto, o gabinete do primeiro-ministro afirmou hoje ser falso que José Sócrates tenha alguma vez formulado um convite ao presidente do CDS, Paulo Portas, para integrar o Governo.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Os pruridos do arq. Saraiva


O semanário SOL ( um título bem adequado à mania das grandezas do seu director) na edição de hoje, em manchete na primeira página, atribui a Carlos Queiroz a afirmação de que «tendo em conta a estrutura amadora da Federação, as coisas correram muito bem à selecção», no Mundial de futebol, afirmação que Carlos Queiroz desmente formalmente, não poupando nos adjectivos para qualificar o jornalista (Pedro Prostes da Fonseca) a quem apelida de "vigarista, desonesto, aldrabão e execrável". Este, por sua vez, afirma-se "tranquilo" porque dispõe de gravação da entrevista.
Quando se esperaria que o SOL divulgasse a gravação para prova da seriedade e boa-fé do jornalista, eis que a direcção do semanário, encabeçada pelo arq. Saraiva, se recusa a divulgá-la, sob o pretexto de que se trata de "uma conversa entre jornalista e fonte".
Pela direcção do SOL deve andar uma grande confusão, para já não se fazer a distinção entre "entrevistado" e "fonte". Pergunto-me, de resto, se alguém acredita nos pruridos do arq. Saraiva, manifestados neste caso, quando se sabe que o SOL se tornou especialista na divulgação de conversas privadas, em segredo de justiça e obtidas ilegalmente e que até já chegou ao ponto de as publicar, desobedecendo a ordens judiciais.
Eu não.

Qual Portas, nem meio Portas...

Se dúvidas houvesse sobre a atracção que a actual direcção do PSD exerce sobre direita (atracção a que me refiro no "post" anterior), bastaria, para as remover, ter ouvido o discurso de António Lobo Xavier (ainda militante do CDS, se não estou em erro) ontem na Quadratura do Círculo, em defesa das teses de Pedro Passos Coelho (PPC) mostrando-se, de longe, mais entusiasmado do que o também presente José Pacheco Pereira (militante do PSD).
Para a direita, manifestamente, o que está a dar, é PPC. Paulo Portas já era.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Já terão, ao menos, avisado os militantes ?

É normal que qualquer nova liderança partidária procure conformar o partido com as suas ideias e que introduza alterações na linha política até então seguida. É dos livros. Todavia, a nova direcção do PSD, liderada por Pedro Passos Coelho, está, a meu ver, a provocar uma autêntica ruptura em relação ao passado, ruptura que vai no sentido de descaracterizar profundamente o partido.
Sabe-se que o PPD/PSD nunca foi um partido muito marcado ideologicamente, mas suponho não andar longe da verdade se disser que nele prevalecia uma corrente com preocupações sociais, alinhada com a doutrina social da Igreja, entidade à qual a maioria dos seus líderes estava ligada, efectiva ou afectivamente. Sá Carneiro, Sousa Franco, Cavaco Silva, Marcelo Rebelo de Sousa, são bons exemplos, para além de outros menos ostensivos. Julgo, aliás, que era essa orientação que, de alguma forma, legitimava o uso do qualificativo "social-democrata" apenso à designação do partido.
Pesem embora as contradições do discurso do novo líder, que ora vira o prego ao bico, ora o bico ao prego, parece manifesto que a preocupação ora prevalecente vai no sentido da defesa do "mercado", na linha dum neo-liberalismo pouco (ou nada) preocupado com as consequências que essa orientação política possa ter no plano social, designadamente, em matérias como a saúde, a educação e as prestações sociais. É, salvo erro, o que decorre das pretensões do partido em sede de revisão constitucional e esta é, pelo menos, a leitura que geralmente tem sido feita. Se erro, seguramente, não estou sozinho.
Os factos, porém, confirmam a leitura, muito para além das declarações e das propostas.
Tomemos como exemplo a posição defendida pela liderança do PSD em relação ao veto do Governo à compra da VIVO pela espanhola TELEFÓNICA, no uso dos poderes conferidos pelas acções preferenciais detidas pelo Estado. Dizem eles, Pedro Passos Coelho (presidente) e Miguel Relvas (secretário-geral) que o negócio era mau para a PT e, logo, contra o interesse do país. No entanto, declaram-se contra o uso do veto, em nome da vontade da maioria dos accionistas e das regras do mercado.
Dou de barato o quanto esta posição está nos antípodas das posições de anteriores direcções do partido, que não só criaram as acções preferenciais, como as mantiveram, quando o Governo era liderado pelo PSD. Dou de barato, mas vejo aqui mais uma prova de ruptura com o passado a que acima aludo. O que me interessa salientar é que, para esta liderança do PSD, mesmo o interesse nacional tem que ceder perante o "sacrossanto mercado". Se isto não é liberalismo puro e duro é o quê ?
É também a refundação de um partido a que agora se acolhe, de bom grado, boa parte da direita que votava CDS/PP e que já estará em debandada, a crer nas últimas sondagens.
Que esta direita já se deu conta da refundação do PSD, parece-me óbvio. Pergunto-me é se a nova liderança já terá avisado os próprios militantes. Pelas mesmas sondagens, diria que não. 

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Mundial de Futebol: Espanha na Final! (Espanha - Alemanha: 1-0) (Vídeo - Golo)

Frente a uma equipa alemã (muito diferente da que goleou a Argentina) a Espanha passou, muito justamente, à final do Mundial de Futebol, pois não só teve o domínio do jogo, como se revelou bem mais empreendedora e imaginativa que a equipa adversária. Terá agora que defrontar a Holanda. Que vença a melhor !

Vejamos o Golo de Puyol que ditou o resultado:

Imaturidades

Não digo que Vitalino Canas não tenha exagerado quando afirmou que Pedro Passos Coelho (PPC) foi a Espanha "ajoelhar-se aos interesses espanhóis”, a propósito das declarações proferidas pelo líder do PSD que, mais uma vez, se manifestou contra o veto do Governo português ao negócio da venda da VIVO à  TELEFÓNICA por parte da PT, no final de um encontro, em Madrid, com o líder do Partido Popular espanhol, Mariano Rajoy. Provavelmente, tudo o indica, PPC não se terá "ajoelhado". Terá simplesmente revelado falta de bom senso, próprio de um "jovem" que não tem sentido das conveniências. Defender em Madrid, uma tese favorável aos interesses espanhóis, não revela, de facto, grande maturidade política.
Certo é, porém, que maior maturidade não revela o secretário-geral do PSD, Miguel Relvas quando, ao comentar as palavras de Vitalino Canas, entendeu por bem declarar que “A política não pode baixar o nível mesmo que o desespero o justifique".
De facto, considerar que as palavras de Vitalino Canas representam um "abaixamento" do nível do discurso político, revela falta de atenção (própria de "jovem") ao que se passa no seu próprio partido. Já não falo do discurso de um Pacheco Pereira, de um José Eduardo Martins, ou  de uma Manuela Ferreira Leite, porque são casos perdidos. Falo dele próprio, que ao usar a palavra "desespero", reportando-o ao PS, não está, seguramente, a seguir o seu próprio conselho. E falo também do líder parlamentar do PSD, Miguel Macedo que ainda recentemente, numa intervenção acerca da introdução das portagens nas SCUT, se referiu ao Governo, como sendo "um Governo de calças na mão". Isto, sim, deve ser elevação do discurso político, porque não o ouvi, na altura, fazer qualquer reparo.
Por falar em "reparo", dou-me conta que não é só PPC que anda por Espanha. Miguel Relvas, pelos vistos, também anda por lá, pois fez as tais declarações, em Navacerra. Será que o seu "amor" a Espanha é tanto que a liderança do PSD está em vias de se mudar para lá ?

O discurso da "tanga" regressa dentro de momentos...

3. E outro bom exemplo:: 

Rui Rio "a ver navios"

Foi um ar que lhe deu. A realização da Red Bull Air Race, prevista para o rio Douro, em Setembro, já não vai ter lugar porque, segundo um comunicado da Red Bull Air Race GmbH, "não foi possível chegar a acordo com as diferentes entidades envolvidas no processo" e "o tempo, simplesmente, esgotou-se”.
Andou o senhor Rui Rio a fazer tanto barulho por causa da transferência da corrida para o Tejo e agora, em vez dos aviõezinhos, acaba por ficar "a ver navios".
Como é que ele irá descalçar esta bota?
Afinal é facil: "Surpresa !", diz ele.
(Imagem daqui)

terça-feira, 6 de julho de 2010

Mundial de Futebol: Uruguai - Holanda: 2-3 (Golos - vídeo)

Encontrada uma das equipas finalistas do Mundial de Futebol 2010, na África do Sul. Após um jogo emocionante, a equipa da Holanda, tida como favorita, acabou por vencer, por 3-2, a equipa do Uruguai, uma equipa aguerrida que ia dando água pelas barbas à equipa holandesa e que mostrou que tinha argumentos para estar nas meias-finais. Em resumo: uma equipa justa vencedora, a da Holanda, e uma equipa que, embora vencida, sai do Mundial dignificada, a do Uruguai.

Melhor resumo, só nos golos:

Golo de Bronckhorst (Holanda)



Golo de Forlán (Uruguai)



Golo de Sneijder (Holanda)



Golo de Robben (Holanda)



Golo de Maxi Pereira (Uruguai)

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Arrastão II

Uma zaragata entre jovens na praia do Tamariz, transforma-se, por vontade do senhor Capucho, presidente da Câmara  de Cascais, numa coisa do outro mundo, quiçá, num segundo "Arrastão", com mortos e feridos de nunca houve notícia. Como desta vez, em que, pelo que é relatado, o que de mais grave houve foi o facto de os clientes de uma esplanada se terem refugiado debaixo das mesas e o facto de uma pessoa ter sido ferida por esfaqueamento.
Casos destes são sempre de lamentar, como é óbvio, mas não se vê motivo para todo o alarmismo levantado à volta dos confrontos.  Vir reclamar, como o fez o senhor Capucho, a presença imediata do ministro da Administração Interna, como se  desacatos deste tipo fossem coisa nunca a vista, só serviu para empolar o caso. Se o senhor Capucho está preocupado com as repercussões no turismo, melhor fora que se deixasse de dramatismos.

domingo, 4 de julho de 2010

Médicos ?

Não há, por aí, ninguém interessado numa dor de dentes ?
Bem, de dentes, não. De dente.
Medicado desde segunda feira, com um antibiótico e um anti-inflamatório, num serviço de urgência, por um médico (que teve o cuidado de escrever no receituário que não autorizava a substituição por um genérico), acordei hoje com dores no dente e um grande inchaço na cara, inchaço que nem no início do tratamento tivera. Isto, não obstante ter seguido, rigorosamente, a instrução quanto às tomas.
Volto, rápido, ao "local do crime" e chegada a minha vez, conto a história, tim por tim, ao médico que me atendeu e mostro os medicamentos. Reacção do médico:
- Mas o senhor ainda não acabou a medicação!
 Viro-me para ele e pergunto:
- Até onde terá que chegar o inchaço para se poder concluir que os medicamentos receitados são ineficazes e que é necessário alterar a medicação ?
O senhor dr. embatucou, mas lá passou nova receita. Espero bem que, desta vez, resulte.
E esta, hein !
(Imagem daqui)

A "alma penada"

A "alma penada" do José Manuel Fernandes continua a vaguear, vai que não vai, pela páginas do "Público". Umas vezes, sob a pele do próprio, outras sob as vestes de um colunista, como o Lomba, por exemplo e outras vezes ainda, sob a capa de um qualquer editorialista.
Hoje, foi este o caso. E de que é o que  a " alma penada" se havia hoje de lembrar ?
Veio-lhe à mente, aparentemente, sem mais nem menos, a peregrina ideia de criticar o facto de o arquivamento da queixa da Guedes contra o primeiro-ministro ter sido anunciado no sábado. "Quase em silêncio", diz ela, o que não a impediu, nem a ela, nem a ninguém, de  ouvir. E ler. O que não é de admirar, pois no sábado (e no domingo) também se publicam jornais, incluindo o "Público" que se apressou a dar a notícia, on line, e a reacção da "queixosa", como é bom de ver. E que se saiba, os outros media não fecham.
O que terá, pois, de tão significativo e relevante o anúncio ao sábado, a ponto de a "alma penada" se ter dado ao trabalho de lhe dedicar um editorial ? Lendo-o, não se chega a nenhuma conclusão segura, a não ser que tal já não acontece pela primeira vez. 
No entanto, alguma explicação há-de haver. Eu é que não consigo descortiná-la, nem a razão do "escândalo". A verdade, porém, é que não tenho a clarividência geralmente atribuída às "almas penadas". Muito longe disso.
(Reeditada)

sábado, 3 de julho de 2010

Lixo é no caixote do lixo

Não era difícil prever o encerramento, agora noticiado, do inquérito instaurado na sequência da apresentação da queixa de Manuela Moura Guedes contra o primeiro-ministro.
Logo que anunciada a sua apresentação se considerou aqui que a queixa não passava de uma parvoice da senhora. Como tal, o seu destino só podia ser o caixote do lixo.
Pelos vistos, nem a dita "jornalista" se mostra surpreendida, embora não comungue do meu ponto de vista, como é óbvio. A senhora, no entanto, já alcançou o que pretendia (permanecer na ribalta e desencadear mais uma campanha contra José Sócrates, duas obsessões de tão "excelsa" pessoa). Mais do que isso estava fora do seu alcance. Como se concluiu.
No meio de toda esta "estória", o que é verdadeiramente digno de admiração e de espanto é que o processo tenha estado largos meses à espera do destino merecido e que, só há poucos dias, uns magistrados  tenham tido a ideia peregrina de endereçar à Assembleia da República um pedido de levantamento da imunidade parlamentar ao primeiro-ministro. O que não lembrava ao diabo, mas lembrou a tão "doutos" magistrados. E assim vai a Justiça!
(Imagem daqui)

Mundial de Futebol: Espanha - Paraguai: 1-0 (Vídeo - Golo)

Num jogo, com erros a mais, por parte da equipa de arbitragem, a Espanha venceu o Paraguai, pela diferença mínima. Outra poderia ter sido a história, se  o árbitro não tivesse anulado o golo marcado por Valdez (Paraguai) ainda na primeira parte, por inexistente fora de jogo e se Cardozo (Paraguai) não tivesse falhado na marcação de uma grande penalidade, por falta cometida por Piqué, contra o mesmo Cardozo. Reconheça-se, em todo o caso que a Espanha dominou o jogo em termos de posse de bola e que o Paraguai, durante boa parte da partida, se limitou a defender, aproveitando apenas as perdas de bola por parte da equipa espanhola para lançar perigosos contra-ataques.
Ao contrário do que se previa (com o favoritismo atribuído ao Brasil e à Argentina) vamos ter nas meias-finais 3 equipas europeias (Holanda, Alemanha  e Espanha), contra  uma sul-americana (Uruguai). Em vez da anunciada "Copa América" por pouco não vamos assistir ao final de um Campeonato Europeu.
Veja o golo de Villa (a bola não queria mesmo entrar).

Quando a esmola é grande, o pobre desconfia

É o que diz o ditado e é, segundo o "Expresso", o que se passa com o CDS em relação à promessa feita pelo secretário-geral do PSD, Miguel Relvas, de formar governo em coligação com o CDS, mesmo que, em futuras eleições, o PSD obtenha sozinho a maioria absoluta.
E, de facto, o CDS tem boas razões para desconfiar. À uma, porque não há nenhuma garantia de a promessa vir a ser cumprida, até porque a vitória do PSD em próximas eleições legislativas não é propriamente o mesmo que favas contadas. Depois, porque é evidente que o PSD, com a conversa, só tem um objectivo: neutralizar a importância política do CDS, reduzindo-o, de novo, à dimensão do "partido do táxi".
Paulo Portas, que não é parvo (longe disso) dificilmente, irá na conversa. Mesmo que a vaga promessa viesse a ser cumprida, a influência política do seu partido ficaria reduzida a próximo do zero e a dele próprio não iria muito mais longe. Não estou a vê-lo entusiasmado com desaparecimento do seu partido (inevitável em tais circunstâncias),  nem o estou a ver ansioso por suicidar-se politicamente.
(Imagem daqui)

Mundial de Futebol: Alemanha - Argentina: 4-0 (Vídeos - Golos)

Mais uma equipa dada como favorita, a Argentina, afastada do Mundial, esta pelos pés Alemanha e com uma goleada por 4-0. Impensável um tal resultado antes do início da partida, tal a constelação de "estrelas" da equipa argentina, com Messi e tudo. No entanto, ficou claro, no final da partida, que para uma equipa sair vencedora não bastar ter estrelas. É, sobretudo, necessária organização e alguma sorte. Que a Argentina não teve, pois Maradona pode  ter sido um excepcional jogador, mas treinador é que não é. E "a mão de Deus", desta feita, também não respondeu à chamada.
Registo dos golos:



Golo de Muller


Golo de Klose


Golo de Friedrich


Golo de Klose

sexta-feira, 2 de julho de 2010

A bola é redonda, logo não é quadrada


Ao 3º dia, Cavaco acabou por se pronunciar sobre o negócio da compra da VIVO pela Telefónica e sobre veto do Governo, para nos dizer que “Desde que se respeite o quadro legal, o Governo tem todo o direito de utilizar os instrumentos à sua disposição para defender aquilo que considera um interesse estratégico de Portugal”.
Monsieur de La Palice não diria melhor, para enunciar uma evidência, ou seja o mesmo que não dizer coisa nenhuma. Se Cavaco Silva não queria comprometer-se, mais lhe valia continuar calado e guardar, de Conrado o prudente silêncio. Escusava de cair no ridículo. A mim, no entanto, não me faz diferença nenhuma: pode cair no ridículo sempre que lhe apetecer.
(Imagem daqui)
(reeditada)

Mundial de Futebol: Uruguai - Gana 1-1 (4-2 nas g.p.) Os golos

Num jogo marcado pelo drama de uma grande penalidade falhada pelo Gana, mesmo no final da segunda parte do prolongamento, em que o resultado se mantinha no 1-1 que já vinha do final do tempo regulamentar, o Uruguai acabou por derrotar o Gana, através dos pontapés na marca das grandes penalidades (4-2), método que uma vez mais serviu para afastar da competição (neste caso, das meias-finais) a melhor equipa em campo: o Gana, sem dúvida.
Os golos:
Do Gana (espectacular):



Do Uruguai (livre de Forlani e guarda-redes do Gana mal batido):

Mundial de Futebol: Brasil - Holanda 1-2 (Golos - videos)

Surpreendentemente, dirão alguns, ou talvez não, digo eu, pelo que se tinha visto nas exibições anteriores das duas equipas, o Brasil, que foi a primeira equipa a marcar, foi afastada das meias-finais do Mundial de Futebol, pela Holanda, num jogo com muita emoção e uma asneira (de Felipe de Melo) que ditou a sua expulsão, ficando o Brasil reduzido a dez unidades, o que não facilitou a sua tarefa, como é evidente. A Holanda, mesmo depois de estar a vencer, não desistiu de fazer aumentar o marcador. Só por mero acaso e talvez por fadiga o não conseguiu, já quase no final, tendo a baliza do Brasil à sua inteira disposição. Venceu a melhor equipa.
Nada mais a acrescentar, salvo os vídeos dos golos (o do Brasil e o segundo da Holanda são dois excelentes golos, cá na minha maneira de ver: pela inteligência de quem os concebeu)

Golo do Brasil


Golos da Holanda


quinta-feira, 1 de julho de 2010

Cavaco engasgado...


Como se nota aqui e aqui, sobre o negócio da compra da VIVO, pela Telefónica e sobre o veto do Governo sobre tal negócio, ainda não se ouviu, de Cavaco, um pio.
Única explicação plausível: Cavaco ter-se-á engasgado, de novo, durante a degustação duns pratos confeccionados por jovens cozinheiros, no âmbito de  um Encontro com Jovens Chefes de Cozinha Portugueses.
Os riscos que se correm com estas degustações !
Não acreditam ? A prova, aqui ao lado.
(Imagem daqui)

Homenagem

"Foi com grande alegria que fui ministra da Educação" (Maria de Lurdes Rodrigues, na apresentação do seu livro A Escola Pública pode fazer a diferença)
Uma mulher que passou pelo que passou, enquanto ministra da Educação, e que manifesta um tal estado de alma, só pode ser uma grande mulher. Fiquei a saber. Que foi uma grande ministra já o sabia.
O livro, "o mais sólido lido até hoje", nas palavras do professor universitário e investigador Sobrinho Simões, é, obviamente, para ler. 
(Imagem tirada daqui)

Agora só falta a comenda !

Mário Nogueira (Fenprof) foi recebido em Belém, onde foi encontrar um Cavaco Silva "muito participativo" (disse ele). Depois da audiência, que manifestamente estava a tardar, só só falta mesmo a condecoração pelos altos serviços prestados à ... oposição. É o que se exige duma perfeita  cooperação institucional (PR - Fenprof).  E na proximidade de eleições presidenciais, por maioria da razão, pois todos os votos contam. 
(Imagem daqui)