sábado, 31 de maio de 2014

O risco de ficar a falar para as paredes

Relata o "Expresso" na edição de hoje que o anúncio feito por António Costa de que está disposto a disputar a liderança do PS, foi visto nos círculos da maioria governamental, como "uma catástrofe", expressão que, partindo donde parte, se compreende perfeitamente, visto que corresponde ao sentimento que perpassa pela opinião pública de que António José Seguro funciona para a actual maioria, como uma espécie de apólice de seguro. E, como é evidente, a decisão de António Costa constitui uma ameaça que coloca em risco uma tal apólice. 
Lamentavelmente, ao que parece, os círculos próximos do actual secretário-geral do PS continuam a não querer ouvir as vozes que surgem duma parte e de outra parte, escudando-se numa legitimidade que sendo inquestionável não é garantia de êxito. O tapar dos ouvidos e o fechar dos olhos nunca foi uma boa estratégia. Quem a siga, como parece ser o caso da actual direcção do PS, arrisca-se a ficar a falar para as paredes. De algum modo é o que já está a acontecer. Falo por mim.

Meriam também é das minhas

"Meriam Ibrahim já pode ser enforcada. Na sua infinita misericórdia, as autoridades sudanesas esperaram que ela parisse, o que aconteceu há dias, para poderem prosseguir, enfim, com a justiça. A justiça islâmica ditara que Meriam devia morrer por ter abandonado a religião islâmica e insistir em ser cristã. As autoridades dizem que ela, filha de muçulmano, é muçulmana. Pode dizer-se: fraco entendimento têm as autoridades sudaneses sobre a fé de um indivíduo para depositar a fé dele no acaso da fé de outro. Mas, para já, não se trata de um indivíduo, como já devem ter-se dado conta com a notícia do parto. É uma indivídua. Se vamos começar a discutir o livre arbítrio de uma indivídua... Num truque de advogados, Meriam diz que nunca foi muçulmana, que o pai, sim, mas abandonou-a e ela foi educada na fé cristã da sua mãe etíope. Uma coisa engraçada com todas as inquisições é porem as vítimas a sentir-se obrigadas a desculpas tolas. Um juiz barbudo diz "tu tens de te coçar porque o teu pai teve comichão" e em vez de se poder responder "meritíssimo, vá dar banho ao cão", uma Meriam tem de se justificar... Se fosse do Cascalhense FC e os sócios do meu clube, em nome do meu clube, tratassem assim uma transeunte, eu andaria com a foto desta ao peito. Como os juízes do Sudão são homens, digo aqui, para me limpar de tal companhia, que Meriam é das minhas. Não haverá em Portugal quem, até mais próximo dos juízes do Sudão, faça o mesmo?"
(Ferreira Fernandes; "Não é tempo de boa gente sentir?". Daqui)

sexta-feira, 30 de maio de 2014

A praga

Não vou fazer o balanço dos resultados das eleições para o Parlamento Europeu que tiveram lugar no passado dia 25, nem curar de saber das vitórias ou das derrotas, porque independentemente de quais tenham sido os vencedores e os vencidos, a verdade é que a praga que está a destruir o país, diga o Seguro(?) o que quiser,  não foi erradicada. 

sexta-feira, 23 de maio de 2014

O voto como método indolor para erradicação de pragas

Está dito e muitas vezes repetido que o voto é uma arma nas mãos do povo, embora, infelizmente, muitas vezes os eleitores se esqueçam de a usar. Há, porém, alturas em que se torna imprescindível recorrer a ela. Por exemplo, contra pragas e não há dúvida de que este governo é mesmo uma praga que é imperioso erradicar. Se for através do voto, tanto melhor, pois o método é quase indolor. 

Perderam-se pelo caminho

É a conclusão a tirar desta peça onde se faz um resumo do que foi a campanha de Paulo Rangel e "Nuno (Trauliteiro) Melo", a dupla "maravilha" da "Aliança[contra]Portugal".

Eis o que nos diz a jornalista Márcia Galrão: 
"Em onze dias de estrada, de Setúbal a Viana do Castelo, Paulo Rangel e Nuno Melo repetiram vez após vez as mesmas mensagens", mensagens que a jornalista enumera desta forma:

1 A ‘pen' de Sócrates ;
2 O vírus socialista;
3 A saída da ‘troika' e o regresso de Sócrates.
A primeira mensagem parece indicar que a campanha em que estava envolvida aquela dupla nada tinha a ver com a eleição para o Parlamento Europeu. A segunda e a terceira confirmam a primeira impressão. Tudo ponderado, a ideia com que se fica é que, se a intenção da dupla era inicialmente participar na campanha eleitoral para o Parlamento Europeu, a intenção foi-se perdendo pelo caminho. Tudo indica, aliás, que, em Aveiro, a dupla já tinha perdido completamente a rota.
Só resta a dúvida sobre o ponto onde irão encalhar.


Sócrates: "Uma campanha* que alternou entre o ódio e a imbecilidade"


(*Trata-se da campanha da direita, claro)

Combata a praga

É normal que as pragas se combatam por todos os meios ao alcance das vítimas. O actual governo português liderado por dois políticos que têm uma relação de conflitualidade permanente com a verdade, a ponto de, aparentemente, já nem saberem a sua morada, não passa de uma praga empenhada em destruir o país, tarefa que, de há três anos a esta parte, tem vindo a desempenhar com todo o afinco e não menor êxito.
Como praga que é, há que combatê-la por todos os meios ao nosso alcance. Neste momento, o que está mesmo à mão é o voto nas eleições do próximo dia 25.  Votar contra esta praga, no dia 25 é, por isso,  para além do cumprimento de um dever cívico, um acto de legítima defesa. Contra pragas.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Um tiro pela culatra

Um tiro pela culatra foi a designação (bem adequada) encontrada pelo ""Expresso" para qualificar a  acção organizada pela  Aliança:  Portugal  integrada na campanha para as eleições para o Parlamento Europeu em que Manuela Ferreira Leite (ex-presidente do PSD, um dos partidos da coligação) se encontra com  Paulo Rangel e Nuno Melo para tomar um pequeno-almoço e acaba a recomendar "Votem em A, votem em B, mas votem" .
Eu só não subscrevo integralmente a recomendação porque, não sendo masoquista, está fora de questão a recomendação de voto no A de "Aliança: Portugal". 

A dívida pública a trepar

Informa ao Banco de Portugal (BdP) que "a dívida pública portuguesa subiu para os 132,4% do Produto Interno Bruto (PIB) no final do primeiro trimestre, acima dos 129% registados no final de 2013". Fica a saber-se por outro lado que o governo já previa, de  facto, no Documento de Estratégia Orçamental 2014-2018, que a dívida continuaria a subir este ano mas apenas até aos 130,2% do PIB. Os dados do BdP confirmam, pois, que a dívida pública pública continua a subir, mas não só. Confirmam também que ela sobe a um ritmo muito superior ao previsto. Ou seja, a dívida pública não só sobe, também já trepa.
Ora, com um governo "poupadinho" que passa o tempo a vangloriar-se com a baixa da taxa de juros da dívida pública (como se o fenómeno fosse devido a mérito seu, que não é, como é sabido) e que cortou cerce e sem qualquer critério no investimento público, os resultados anunciados pelo BdP surgem como algo simplesmente impossível. De facto, se os juros da dívida pública baixam; se o governo não investe e não é, alegadamente, despesista; e se nunca se cobraram em Portugal, impostos tão elevados,  para onde se somem os dinheiros públicos ?
É uma pergunta que se impõe, parece-me. E não só. Também acho que até ao próximo dia 25 os portugueses gostariam de saber.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Por falar em pecados...

Escreve Fernando Medina em « "Europa connosco"?»: "Ao longo destes três anos, o atual Governo sempre se recusou a contribuir para esse novo padrão de relacionamento europeu. Nunca teve, por exemplo, a preocupação de melhorar o programa de ajustamento português. Pela simples razão de que partilhou com os países credores a visão de que a aplicação da austeridade expiaria os nossos pecados. Afinal de contas, para o Governo, a arquitetura da zona euro estava perfeita e o problema das economias periféricas resumia-se a um problema de despesa, de dívida e de salários demasiado altos

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Aproveitando a boleia deste escrito de Fernando Medina, onde se fala da Europa, do governo português e da sua visão sobre a forma  de "expiação dos nossos pecados" e estando os portugueses convocados para, no próximo dia 25, irem votar nas eleições para o Parlamento Europeu, pergunto-me se este momento não será exactamente o mais azado para pedir contas a este governo pelos seus muitos "pecados" com origem não apenas na sua política de austeridade "custe-o-que-custar", mas também na sua manifesta incompetência e para o punir na medida dos sofrimentos que ao longo dos últimos  três anos tem vindo a causar à grande maioria da população portuguesa, com destaque para os desempregados, os reformados e pensionistas, os funcionários públicos e os trabalhadores em geral..
A pergunta é meramente retórica, como é evidente, pois não tenho a menor dúvida em responder afirmativamente. Aliás, digo mais, se os partidos do governo juntos na  "Aliança [contra] Portugal", não forem severamente penalizados nestas eleições então teremos de concluir, a contragosto, que os portugueses são a tal ponto conformados que não merecem melhor.

"C'est tout la même chose"

O que transporta o moliceiro? Gente ou mercadorias?
Jean-Claude Juncker, candidato da direita (Partido Poupular Europeu) à Comissão Europeia, apoiado pela Aliança [contra] Portugal, representada no barco supra por Paulo Rangel e Nuno Melo responderia naturalmente: é tudo a mesma coisa.

Gato por lebre

Que este governo é especialista na venda de gato por lebre é um dado de facto que, de há muito, se conhece. Mesmo assim, por vezes, a  propaganda atinge um tal nivel de descaramento que a realidade oculta pela máquina da mentira, quando revelada, ainda consegue ser motivo de surpresa. Para mim, pelo menos.
Veja-se o caso das exportações que o governo tem feito passar como um extraordinário caso de sucesso. Onde estará o sucesso tão apregoado se, imagine-se,  "A taxa de crescimento das exportações portuguesas abrandou desde que entrou o novo Governo e a Troika - ver gráfico [infra]. E  [se] abrandou de forma muito acentuada"?

(Citação e gráfico retirados daqui)

terça-feira, 20 de maio de 2014

Frases da campanha (V)

(Um Francisco Assis extremamente polido (e ainda bem) a pronunciar-se sobre um candidato da Aliança [contra] Portugal que se tem portado da forma mais vergonhosa em toda a actual campanha eleitoral para o Parlamento Europeu. O seu companheiro de lista, Nuno Melo é que é conhecido por  "Nuno (Trauliteiro) Melo". Rangel, porém, não desmerece do qualificativo. Antes pelo contrário. Dir-se-ia até que andaram ambos na mesma escola. Se calhar, na escola de Portas. Não terá sido?)

segunda-feira, 19 de maio de 2014

O que fazem as más companhias!

Eu até que tinha alguma consideração, para não dizer simpatia, pelo senhor Juncker, agora apresentado como candidato do Partido Popular Europeu à Comissão Europeia. O homem, embora conservador, parecia um indivíduo equilibrado, supostamente culto e aparentemente cordato. 
Eis que, de um momento para o outro, passa-lhe pela cabeça vir dar uma "forcinha" aos seus amigos da Aliança [contra] Portugal, e a partir daí assistiu-se a um desenrolar ininterrupto de asneiras. E das grossas. Contágio de Paulo Ranger e de Nulo Melo? 
Sim, com grande probabilidade. Daí que o senhor Juncher se alguma lição tem a tirar desta sua excursão,  é a de que deve evitar a todo o custo as más companhias.

Azar dos farsantes

"Tudo indica que Passos Coelho seguiu o seu próprio conselho e decidiu emigrar. Na realidade paralela em que parece ter assentado arraiais, Passos teve uma visão e decidiu vertê-la num documento intitulado The Road to Growth - a medium term reform strategy for Portugal.

Nesse documento, Portugal é apresentado como um país que se tornou mais competitivo, mais sustentável, mais equitativo; enfim, mais tudo, porque o ajustamento foi um enorme sucesso e permitiu regenerar o país (e os portugueses). É isso que justifica que Passos escreva que we are different country today (...) Portugal is finally back to growth.

Acontece que, no exacto dia em que o governo apresentou este documento, o INE publicou um outro, intitulado Contas Nacionais Trimestrais - Estimativa Rápida, que (mais uma vez) mostra que a retoma que o governo decretou existir não passa de uma (recorrente) ficção: no primeiro trimestre de 2014, quando comparado com o trimestre anterior, a economia caiu 0.7% em termos reais. Portugal, portanto, is not back to growth.

Para além da queda (em cadeia) do PIB, e segundo os últimos indicadores, o emprego cai (-40 mil), a população activa cai (-60 mil), a produção industrial cai (-3.6%), o índice de volume de negócios da indústria transformadora cai (-17.4%).

E o que já se sabe do mês de abril não augura nada de bom: o consumo de electricidade - que é um indicador que está fortemente correlacionado com a actividade económica - depois de cair (-3.6%) em março, voltou a cair em abril (-0.9%). Os indicadores de confiança da indústria, da construção, do comércio dos serviços e dos consumidores, depois de sucessivas melhorias ao longo de 2013, estagnaram em 2014, realidade que se manteve em abril. Se a isto juntarmos os dados do investimento - que caiu mais de 30% desde o início do programa e não consta que vá recuperar de forma robusta - rapidamente percebemos que o futuro, seja ele qual for, não inclui seguramente uma road for growth.

Diga o governo o que disser, a paragem da refinaria de Sines não explica tudo. O que explica (quase) tudo, e que o governo não aceita, é que os sinais positivos de 2013 só existiram porque uma parte da política de austeridade prevista foi travada pelo Tribunal Constitucional (TC). O primeiro orcamento rectificativo de 2013 foi, na prática, um orçamento expansionista, isto é, keynesiano. Sim, quando comparado com o orçamento original, o primeiro rectificativo limitou-se a repôr salários e pensões. Perante isto, e como sempre disseram os críticos da austeridade, é natural que a economia recupere. E recuperou.

Infelizmente, e para mal do país e dos portugueses, o governo, que sofre de uma dissonância cognitiva, concluiu o inverso do que manda a lógica e viu nesta recuperação económica a validação da sua estratégia. Como não percebeu que foi o facto de ter sido (parcialmente) travado que permitiu a (ténue) recuperação económica de 2013, é natural que o governo não perceba que reincidir na estratégia de austeridade e voltar a cortar salários, pensões e prestações sociais é o contrário do que o país precisa, porque mata toda e qualquer retoma.

O sucesso do programa e a retoma, já sabemos, têm o estatuto de verdades oficiais. A retoma, se ainda não está aí, há de estar. Com este governo, com estas políticas e - sobretudo - com a visão mitológica sobre as causas da nossa crise, o único futuro que o país pode ambicionar é um futuro permanentemente adiado."

E, por culpa dos farsantes, azar também nosso, como é bom de ver.

domingo, 18 de maio de 2014

Frases da campanha (IV)

"O PS não será nunca o terceiro partido da direita, como parece desejar uma certa esquerda"."Era bom que aprendessem com a lição de Álvaro Cunhal em 1986".
(Manuel Alegre)

Frases da campanha (III)

"A tese do despesismo socialista é falsa e facilmente desmontável";
"O problema dele [Paulo Rangel] não é que as nossas palavras sejam dificeis, mas que as nossas palavras sejam verdadeiras".


sábado, 17 de maio de 2014

Passos Coelho, por uma vez, sem exemplo, falou verdade

"Demos conta do recado", afirmou, com ar triunfante, Passos Coelho, embora na fotografia aqui ao lado não pareça lá muito entusiamado. Desta vez, no entanto e para variar, há que reconhecer que falou verdade.
Se o objectivo da política do seu governo era, como tantas vezes proclamou, o "empobrecimento" do país, não restam dúvidas de que o objectivo foi plenamente atingido, com os níveis de satisfação das necessidades da população portuguesa a conhecer recuos contabilizados, não em anos, mas em décadas. Porventura o "êxito" alçancado terá até ultrapassado as suas expectitivas mais optimistas. O país está, de facto, muito mais pobre do que o que seria imaginável há três anos. Passos Coelho tem pois toda a razão para se gabar e para proclamar que deu conta do recado. Olá se deu! Os muitos milhares de portugueses que ele, com a sua política, lançou no desemprego e na pobreza que o digam.

O governo da Dona Inércia

"Que ninguém tenha ilusões, se alguém espera deste Governo o virtuosismo do Ronaldo bem pode esperar sentado porque este Governo é mesmo o da D.Inércia" (Antonio Costa)

Um novo lema, a mesma política

Pelo que já se conhece, através do DEO, a política deste execrando governo continuará a pautar-se pela austeridade. Se houvesse necessidade de confirmação,  aí estão as palavras da eminência parda que dá pelo nome bem apropriado de Moedas que garante que o fim do programa de assistência financeira a Portugal "não significa o fim do ímpeto reformista", ímpeto que até agora não se traduziu noutra coisa que não fosse em aumento dos impostos, sem paralelo no passado; em cortes perfeitamente arbitrários nas pensões e nos salários dos funcionários públicos e, last, but not least, na desvalorização sistemática e por todos os meios, legais e ilegais, do factor trabalho.
O tal "ímpeto reformista" decorreu até agora sob o signo do "empobrecimento", mas a expressão deve ter, entretanto, perdido o encanto de que gozava nos corredores governamentais e um novo lema foi descoberto, mais apropriado para levar ao engano os incautos. É com isso que este governo está a contar quando agora fala em "Caminho para o Crescimento".
Depois de tanta mentira, só alguém muito distraído, se deixará cair no logro. Distraídos, no entanto e pelo que se tem visto até agora, é algo que em Portugal não falta.
Hélas!

É dever imperioso repor a verdade

"(...)O recurso à troika, nas circunstâncias em que ocorreu, teve um responsável: a maioria PSD-CDS-PCP-BE que se formou para chumbar a solução alternativa, negociada com as instituições europeias. Nisso, Angela Merkel não teve nenhuma culpa; pelo contrário, até tentou ajudar. Foi aquela maioria, incentivada pelo presidente da República, que precipitou o resgate, impedindo que Portugal tentasse superar as grandes dificuldades por que passava noutro quadro, mais favorável, de apoio europeu - o quadro que haveria de sustentar a posição de países como a Espanha e a Itália, e que o nosso Parlamento liminarmente recusou. Não sei se teríamos conseguido, mas sei que a sofreguidão pelo poder e o radicalismo não nos deixaram sequer tentar.

(...) 

(Augusto Santos Silva; "Um programa precipitado, errado e nocivo". Na íntegra: aqui. Sublinhado meu.)

Direi mais, no seguimento do título: não só é dever imperioso repor a verdade, como insistir as vezes que preciso for até que a verdade brilhe mesmo no meio do nevoeiro criado por todos os partidos (da direita e, lamentavelmente, também da esquerda,) com o propósito de ocultar as suas responsabilidades na tragédia que atingiu o país, sob o alto/baixo patrocínio (nunca é demais lembrá-lo) de Cavaco Silva.
Uma tragédia para o país e uma nódoa inapagável é, estou seguro, o que a história registará no futuro. Não admira, por isso, que todos os responsáveis, se esforcem por lavar as próprias vestes, tentando sacudir a água do seu capote. Em vão, porque a nódoa é indelével. O tempo o dirá.

Cavaco, o modesto

"Quem vos disser que um dia o euro pode desaparecer, digam que a opinião do Presidente da República - que conhece bem este assunto porque presidiu à sessão de assinatura do Tratado de Maastricht - é que eles são muito irrealistas".(Cavaco, o modesto convencido)
Será que Cavaco não se dá conta de quão risíveis são afirmações como esta? Será que o homem acredita mesmo que o facto de ter presidido à sessão de assinatura do Tratado de Maastricht  o habilita com algum conhecimento especial para se pronunciar sobre o futuro do euro?
Em todo o caso, como diria o outro, podia ser pior. Desta vez, Cavaco ficou-se simplesmente pelo ridículo.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Imagens da campanha (IV) - O Bocejo

Um enorme bocejo como o aqui (na fotografia) protagonizado pelo cabeça de lista da Aliança [contra] Portugal, é o que merecem as considerações do dito cujo, que dá pelo nome de Paulo Rangel, a propósito da participação de José Sócrates numa acção de campanha promovida pela lista do PS candidata ao Parlamento Europeu.
Diz o dito cujo que com tal participação "caiu a máscara ao PS".
Pela minha parte respondo-lhe com outro bocejo, mas ficaria de mal comigo próprio se não transcrevesse para aqui a resposta de Marisa Matias, candidata ao Parlamento Europeu pelo Bloco de  Esquerda que encontrou, sem dúvida, a resposta mais adequada  a mais este disparate do disparatado Paulo Rangel. Disse ela: "Na verdade, José Sócrates esteve sempre na campanha, nomeadamente da direita, da Aliança Portugal";  "Paulo Rangel parece que está a fazer a campanha de 2011. O melhor mesmo é acertar o relógio. É melhor a direita contratar alguém para acertar o relógio da campanha".
Disse Marisa Matias e disse muito bem.

A farsa saiu de cena

A farsa da "saída limpa " ensaiada pelo governo e por Cavaco (sim, também pelo patrocinador Cavaco) saiu de cena num ápice.
O INE, ao anunciar a queda do PIB no primeiro trimestre deu o primeiro golpe nas ilusões postas a correr pelo  governo e divulgadas acriticamente pela generalidade da comunicação social  sobre o alegado sucesso do programa de ajustamento, apesar de todos os indicadores, quando comparados com os dados existentes no início de 2011,  apontarem em sentido contrário. O país e os portugueses estão em muito pior situação do que a verificada em 2011 e nalguns aspectos, desde os económicos aos sociais, o recuo cifra-se, não em anos, o que já seria mau, mas em décadas, o que até à entrada em funções deste inacreditável governo, seria de todo impensável. Com a comunicação social que temos, tantas vezes mais papista que o papa, as aldrabices papagueadas pelo governo acabam por ser tomadas como verdades por parte da população, visto não ser fácil em Portugal exercer o contraditório em órgãos de comunicação social que, em boa parte, se limitam a fazer eco das posições governa mentais.
As vozes da comunicação social portuguesa não chegam, porém, a  Bruxelas pelo que não admira que tenha cabido a esta a tarefa de dar a machada final na farsa, fazendo cair, de vez, o pano. Outra coisa não é, de facto,  a ameaça que hoje o DN traz em manchete: Bruxelas ameaça com 2.º resgate se falhar défice de 2,5%
Com a queda do pano, a farsa sai de cena. Felizmente a tempo de os eleitores poderem, no próximo dia 25, exercer o seu direito de voto com a cabeça limpa de ilusões.

Imagens da campanha (III)

Já vi o candidato pela lista Aliança [contra] Portugal,  Nuno Melo em muito melhor forma.  Será devido ao facto de ter deixado de beber pela garrafa e ter passado a usar os copos? De vinho e de cerveja, note-se. Será que o rapaz nunca ouviu dizer que não são aconselháveis as misturas?

quinta-feira, 15 de maio de 2014

A mecha é curta...

Um descuido e lá se vão os dedos. E se, em resultado do rebentamento, só ficarem sem dedos, já terão muita sorte.

Imagens da campanha (II)

Contando só as fotografias da campanha já aqui publicadas (2), o Nuno Melo já vai na sua 2ª garrafa. Está visto que o candidato nº 4 na lista da Aliança [contra] Portugal não quer nada com copos. Já não posso, infelizmente, dizer o mesmo no que respeita a garrafas. 

Toca a apanhar as canas!

Puseram-se a deitar foguetes antes de tempo. Não têm agora outro remédio que não seja apanhar as canas: "Economia interrompe ciclo de crescimento e cai 0,7% no trimestre"

Simplesmente de saída

É estranha esta debandada depois do "clamoroso sucesso" da política de austeridade desta espécie de governo "liderado" por Coelho e Portas e patrocinado por Cavaco. Não haverá por aí um Camilo Lourenço, quiçá, um Gomes Ferreira que explique o fenómeno aos leigos? É que, de facto, não se percebe como é que a banca com sede no estrangeiro não quer colher os frutos de um "ajustamento" alegadamente bem sucedido.  
Na falta do parecer abalizado dos citados paladinos governamentais, teremos de nos contentar com a palavra de um leigo: seguramente que na expressão "ajustamento alegadamente bem sucedido", certo e verdadeiro é só o "alegadamente".

Imagens da campanha (I)

Nuno Melo, candidato n º 4 ao Parlamento Europeu pela lista Aliança [contra] Portugal não "está com os copos". Está com a garrafa! Paulo Rangel, o cabeça de lista, de olho na garrafa, também não quer ficar a ver navios. Mais atrás, o nº 2 da lista, Fernando Ruas, está concentrado no estudo "Como distinguir um carvalho de uma cerejeira?". 

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Frases da campanha (II)

(Fernando Ruas, número dois da lista "Aliança [contra] Portugal" (PSD/CDS)  ao Parlamento Europeu). 

Obs. Se Fernando Ruas, por saber "distinguir um carvalho de uma cerejeira", se sente especialmente vocacionado para ocupar o cargo de eurodeputado, que lugar poderia ambicionar um hipotético candidato que tivesse a bem mais rara capacidade de distinguir um carvalho de um chaparro?

Frases da campanha (I)

(Não está mal visto, mas Francisco Assis até poderia ter ido mais longe)

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Não sei se é um tornado...

Uma repetição destes resultados no segundo trimestre e teremos a confirmação de que o tão celebrado equilíbrio das contas externas foi apenas conjuntural, aparecendo como o resultado de uma compressão anormal das importações e não como fruto de uma qualquer melhoria do nível da competitividade da economia portuguesa, melhoria que, a ser verdadeira, teria tradução num consistente aumento das exportações. Ora, este aumento, pelos vistos, está a falhar, em conformidade, aliás, com o previsto por muitos especialistas que, por diversas vezes, têm chamado a atenção para o facto de não ter havido qualquer transformação positiva na estrutura produtiva da economia do país, para além da resultante da diminuição nos custos do trabalho, transformação que, mesmo em termos meramente económicos, está longe de ser virtuosa. Os resultados é para aí que apontam.
O que me parece evidente, e com isto "volto à vaca fria", é que se as nuvens no horizonte não significam o aparecimento de um tornado, dum momento para o outro,  por certo que duma forte tempestade não estaremos livres, a menos que as nuvens tomem outro caminho que, por ora, não estou a ver qual possa ser.

Fracassos por sucessos

Não se pode dizer que os farsantes no poder não tenham capacidade para inventar sucessos. Criá-los não é com eles, mas não têm rivais conhecidos em fazer passar por sucessos os mais estrondosos fracassos.
Felizmente, também há quem, como o João Galamba, tenha a capacidade de desmontar a narrativa dos farsolas, chamando os bois pelos nomes. Fá-lo, uma vez mais, desta vez, no "Expresso". Vale a pena ler "A arte de inventar sucessos."
Uma amostra:
"Os dados do emprego divulgados na passada sexta feira pelo INE são um exemplo paradigmático de como os sucessivos "sucessos" do programa de ajustamento se revelam, afinal, uma ilusão.
Foi assim com o ajustamento externo, que depende do empobrecimento do país (quando saímos da recessão, as importações voltam a crescer mais do que as importações); foi assim com a descida dos juros, algo que acontece em toda a periferia, incluindo a Grécia; foi assim com a chamada saída limpa, que não foi uma escolha soberana do país, mas sim o resultado dos nossos parceiros não nos terem dado alternativa. No emprego passou-se o mesmo: decretou-se um sucesso que, em rigor, não o é.
É-nos dito repetidamente que o mercado de trabalho está a recuperar e que isso prova que as reformas estruturais resultam e que a austeridade não é incompatível com a criação de emprego. Acontece que os dados do INE desmentem quaisquer ideias de retoma e de transformação estrutural da economia portuguesa.
(...)"

Do mal o menos

Para Marcelo Rebelo de Sousa o guião para a reforma do Estado apresentado pelo governo Passos/Portas (PSD/CDS) não passa de "um conjunto de afirmações óbvias, votos pios, boas intenções e ideias simpáticas".
Significa a sentença marcelista, já antecedida por múltiplas opiniões conformes, que  o guião mal amanhado por Portas não é mais que um conjunto de banalidades. Não obstante, eu atrevo-me a usar,  a tal propósito, a expressão do "mal o menos" É que o habitual deste governo é produzir e distribuir cabazes de aldrabices. Neste caso, ficou-se pelo cesto vazio.

domingo, 11 de maio de 2014

Uma dupla lição

"O folhetim da Sociedade de Reabilitação Urbana do Porto (SRU) parece ter chegado ao fim. Pelo caminho, desde que em 2011 o Governo recusou cumprir com as suas obrigações, escreveu-se uma longa história de irresponsabilidade e baixa política, em que o poder central procurou vergar o poder local. O Porto não cedeu e fez-se justiça. Uma lição para o futuro.
(...)
Ao longo destes últimos anos, procurando perceber se existia um racional na ação do Governo, equacionei três questões que, a meu ver, exigiam respostas claras e que passo a expor.
A missão da SRU foi cumprida e a sua existência deixou de fazer sentido? A esta primeira pergunta, a resposta que encontro é "não". O estado e extensão da degradação do centro histórico do Porto é ainda muito preocupante, apesar do meritório trabalho já realizado. Foram demasiadas décadas sem investimento, com a degradação física dos edifícios e do espaço urbano a induzir também fenómenos de degradação social. Há ainda muito a fazer e o caminho terá sempre de passar por uma conjugação do investimento público com o investimento privado, pelo que a SRU é ainda e por muito tempo um veículo necessário.
O papel e a responsabilidade do Estado na SRU esgotou-se? Também aqui, a resposta é "não". A ausência de políticas de reabilitação e de instrumentos financeiros de apoio está no cerne da degradação dos centros históricos das maiores cidades portuguesas. Convém recordar que a manutenção do congelamento das rendas, decidida centralmente desde o tempo da ditadura, resultou na total incapacidade de os proprietários procederem à mais básica manutenção. Até recentemente, existiam no centro histórico do Porto casas alugadas por valores absolutamente irrisórios. O Estado não pode fugir às suas responsabilidades.
Havia evidências de irregularidades ou má gestão? A esta última questão, a resposta é também "não". Aqui, o poder central recorreu a um dos truques mais infames a que está habituado. Deixou no ar dúvidas sobre a ação de Rui Moreira, presidente da SRU até 2012, e mandou fazer uma auditoria às contas, devidamente acompanhada pelos adiamentos das assembleias gerais da sociedade e mesmo por um chumbo das contas anuais. Auditoria que, não surpreendentemente, não revelou nem más contas, nem má gestão.
Face a estes três "nãos", torna-se difícil compreender a ação do IHRU, acionista maioritário que representava o Estado. Só mesmo um fundamentalismo doentio, de um governo que desde 2011 tudo sacrificou em nome da austeridade, pode justificar tamanha guerra por causa de um par de milhões de euros de investimento.
(...)
(José Mendes ; A lição da SRU . Na íntegra: aqui. Realces da minha responsabilidade)

Obs. Uma lição onde eu colho duas, ou seja, que este governo não só é um fanático da austeridade por ele arvorada em bem supremo, como não olha a meios para atingir os seus fins, incluindo os meios "mais infames". 

Aconteceu em Portugal

"A troika (de credores da zona euro e FMI) que desempenhou um papel quase colonial e sem qualquer controlo democrático, não agiu no interesse europeu, mas no interesse dos credores de Portugal. E, pior que tudo, impondo as políticas erradas. Isto porque, em vez de enfrentar os problemas do sector bancário, a Europa entrou numa corrida à austeridade colectiva que provocou recessões desnecessariamente longas e tão severas que agravaram a situação das finanças públicas. Foi claramente o que aconteceu em Portugal. As pessoas elogiam muito o sucesso do programa português, mas basta olhar para as previsões iniciais para a dívida pública e para a situação actual para se perceber que não é, de modo algum, um programa bem sucedido, Portugal está bem pior do que antes do programa (...)."
(Philippe Legrain, ex-conselheiro do presidente da CE, Durão Barroso, em entrevista ao Público. Realce meu.)

sábado, 10 de maio de 2014

O sucesso que é uma tragédia

"Não há nenhum sucesso nos números do desemprego hoje conhecidos. A razão pela qual a taxa de desemprego baixa, é porque a população activa cai em 60 mil pessoas num trimestre. Isto nunca foi visto em Portugal. Não é um sucesso é uma tragédia" (João Galamba)

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Levem para casa

Não me parece que haja motivo para grandes festejos pelo facto de a agência de notação financeira Standard & Poor’s ter mudado de "negativa" para "estável" a perspectiva sobre a evolução da dívida soberana portuguesa, continuando, no entanto, a atribuir-lhe a classificação de "lixo".
Pergunto eu aos festejantes: Lixo "estável" é bom?
É? Levem para casa.

Por onde anda a tão apregoada capacidade intelectual de Portas?

É caso para perguntar, ou não?

Água mole em pedra dura ...*

"(...)
Será talvez uma "maçadoria" mas todos temos o dever moral e político de recordar nesta altura aquele que foi o argumento principal de Passos Coelho, como líder da oposição, para rejeitar o apoio do BCE ao PEC IV e empurrar Portugal para a ajuda externa que devastou a economia e a vida dos portugueses nos últimos três anos: o PSD - vejam bem! - era contra o aumento dos impostos. De facto, embora perante medidas fiscais infinitamente mais ligeiras do que aquelas que o próprio Passos Coelho viria depois a aplicar, o PSD, em resolução escrita apresentada na Assembleia da República, justificou assim a sua decisão de provocar uma crise política em 2011, no auge da crise das dívidas soberanas: "Mais uma vez o governo recorre aos aumentos de impostos (...). Mantém a receita preferida deste Governo: a solução da incompetência. Ou seja, se falta dinheiro, aumentam-se os impostos". Foi em nome desta posição, alegadamente "de princípio", que o país foi lançado nesta aventura irresponsável da ajuda externa. Depois, foi o que se viu. Chegado ao poder e feita a aliança entre o PSD e o partido que se dizia dos contribuintes, todos os impostos, sem excepção, foram aumentados muito mais do que estava previsto no Memorando inicial da "troika" e muitíssimo mais do que estava previsto no PEC IV: a "solução da incompetência" tornou-se um pilar enorme na estratégia orçamental da direita, de par com o corte nos salários e o corte nas pensões. E a coisa, pelo que se vê, promete não vai ficar por aqui. O que o Documento de Estratégia Orçamental nos mostra é que, ao fim de três longos anos de governação, o Governo que prometia acabar com as "gorduras" da administração pública permanece incapaz de cumprir sequer um Guião para a Reforma do Estado mas tem ideias perfeitamente claras sobre os impostos que quer aumentar ainda mais.
Isto, é claro, ultrapassa os limites todos. Que o Governo anuncie um novo aumento de impostos violando uma vez mais os seus compromissos eleitorais e poucos dias depois de vários ministros terem prometido exactamente o contrário, ultrapassa os limites mais elementares da decência. Que Marques Mendes tenha revelado que o Conselho de Ministros chegou a aprovar um aumento ainda maior do IVA e teve de ser a "troika" (!) a convencer o Governo a moderar esse aumento para metade, ultrapassa os limites mais generosos da imaginação. Que, no fim de tudo, Passos Coelho ainda venha dizer que este aumento da TSU e da taxa máxima do IVA não é propriamente um aumento de impostos, ultrapassa os limites da paciência.
(...)
(Pedro Silva Pereira; Para lá dos limites. Na íntegra: aqui)

Obs. Não é fácil repor a verdade dos factos e desmontar as mistificações, quando a direita domina, duma forma sem precedentes, toda a comunicação social, mas a dificuldade não justifica a inacção até porque, como diz o ditado popular "água mole em pedra dura, tanto dá até que fura". Pedro Silva Pereira tem sido uma das gotas de água mais persistentes na denúncia da narrativa posta a circular pela direita. Republicar, neste espaço, as suas intervenções na comunicação social é, além do mais, uma forma de  reconhecer o seu papel na denúncia da política de mentira que é o apanágio deste governo.

Vira o disco e toca o mesmo

Que, no caso, é nada. E não sou eu (suspeito) quem o afirma, mas o editorialista do "Público".


Cavaco vai à China



Leio a notícia no "Expresso". Por mim pode ficar por lá.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

"Hoc opus, hic labor est"

Com a "saída" da troika, sobram as dúvidas sobre o futuro. Este, que já, por natureza, é incerto, mais incerto se torna quando o governo teima em escamotear todos os compromissos assumidos com os credores internacionais e designadamente com o FMI.
É natural, pois, que as pessoas se interroguem sobre o que as espera no futuro, tendo em conta a pouca ou nula transparência da presente (des)governação. 
E é exactamente um exercício dessa natureza o feito por Pedro Nuno Santos nas páginas do jornal i, onde formula a pergunta "Saímos, e depois?", pergunta a que procura responder, recordando que  "Neste período [o da duração do actual governo] o país viu o peso das exportações de média/alta tecnologia baixar, o investimento cair 30%, o investimento público em Ciência e Tecnologia cortado, apostas estruturantes para o desenvolvimento económico como a mobilidade eléctrica a serem abandonadas e um Estado incapaz de definir uma estratégia clara de apoio privilegiado aos setores capazes de promover a graduação do perfil da economia portuguesa."
Não é difícil antever, perante o quadro traçado pelo Pedro Nuno Santos, quadro que revela bem até que ponto foi levada a destruição dos sectores da economia com maior capacidade para sobreviver num mundo cada vez mais globalizado, que o pior está para vir.  Como diriam os latinos: "Hoc opus, hic labor est". Ou como se diz em "bom" português: "Agora é que a porca torce o rabo ". As maiores dificuldades, auguro eu, estão para vir.
*(Texto na íntegra: aqui)

O "facilitador", afinal, era o outro

Relvas tinha a fama de ser o "facilitador" dos negócios e, porventura, daí tiraria algum proveito próprio, mas, afinal, era "o Pedro [quem] abria as portas todas". Pelo menos é o que afirma o ex-dono da Tecnoforma.
Por falar na Tecnoforma, vem mesmo a talhe de foice perguntar em que pé está a investigação sobre a utilização pela dita Tecnoforma de fundos comunitários em projectos de formação profissional. É assim tão difícil a investigação?
Acredito, até pelo que vejo, que a pressa, seja lá de quem for (da PJ ou do MP?) não é nenhuma, mas a verdade é que há muita gente cheia de curiosidade. E não convém nada ao primeiro-ministro que sobre ele impendam dúvidas sobre a sua honorabilidade na utilização de fundos públicos. Acho eu. 

Sem alternativa

A saída. Nem suja, nem limpa. Em verdade em verdade vos diz o Manuel Caldeira Cabral que os farsantes (termo da minha lavra) não tiveram outra alternativa, o que vale por dizer que a insistente postura de "bom aluno" cultivada por este (des)governo não conseguiu obter da senhora Merkel et al. a mínima consideração. Como seria, aliás, de esperar. De facto, quem se dá ao trabalho de respeitar quem se comporta servilmente?

terça-feira, 6 de maio de 2014

Sim, estes "governantes" também são, além do mais,...

...uns cepos. (Crónica de Miguel Guedes, no JN, de leitura recomendada)

É de "partir a rir"

"Passos não sabia que haveria aumento de impostos" [afirmação atribuída a Marcelo Rebelo de Sousa, a quem, pelos vistos, se torna necessário recomendar alguma contenção no que respeita a palhaçadas, não vá dar-se o caso de alguém desprevenido acabar por (se) "partir a rir".]

Mais suja que limpa

A saída. E não sou eu (suspeito) quem o afirma, mas alguém insuspeito.

Só miséria

Miséria e mais miséria. O legado deste governo é só miséria: miséria social e miséria moral, bem demonstradas aqui, pelo José Vítor Malheiros em mais uma excelente crónica publicada no "Público" de hoje..

Um presidente de facção

Apenas e só.
Alguma dúvida, depois disto?

segunda-feira, 5 de maio de 2014

O clube

Como se pode pedir a quem transformou a Presidência da República num clube reservado aos amigos que assegure o regular funcionamento das instituições ?
Para prova de que é impensável pedir uma tal coisa a Cavaco basta atentar na forma incontrolada como este governo actua.

A farsa

Todo o "foguetório" ensaiado pelo primeiro-ministro à volta do fim do programa dito de ajustamento não passa de uma farsa. De facto, só pode ser vista como tal, a atitude de alguém que, como Passos Coelho, pretende agora cobrir-se de louros porque a famigerada troika se encontra de partida, quando a verdade é que o mesmo Passos Coelho não só reclamou insistentemente a vinda do FMI, como tudo fez, ao recusar a aprovação do PEC IV, para que o Governo anterior se visse forçado (é o termo) a recorrer à ajuda externa.
Farsa digo eu e mal ensaiada, porque a verdade é que, se a troika está de partida, a vigilância dos credores internacionais, essa vai manter-se, assim como os condicionalismos por eles impostos até que a maior parte da dívida esteja paga daqui por umas dezenas de anos. 
Farsa, insisto, mal ensaiada e que, ainda por cima, cobre o seu autor de ridículo quando se atreve a comparar a acção deste governo com o movimento libertador do 25 de Abril.
Está visto que esta gente que vem desgovernando o país desde há 3 anos a esta parte e que o continua a desgovernar, com a benção de Cavaco, não tem vergonha. Nem memória. 

A verdade, doa a quem doer

"Fiquei naturalmente satisfeito porque é melhor viver sem do que com programa cautelar. Para quem, como eu, sempre defendeu que Portugal nunca deveria ter pedido ajuda externa, fico naturalmente satisfeito por ver o país sem 'troika'"~.
"Pedro Passos Coelho diz que não foi ele que assinou o resgate, mas foi ele que o provocou. Ele causou uma crise política, dando um grande contributo para que Portugal pedisse ajuda externa".
"Quando o doutor Passos Coelho era líder do PSD tudo fez para que pedíssemos ajuda externa porque tinha pressa de chegar ao poder. Achava que esse pedido punha em causa o Governo, provocaria eleições e uma substituição do Governo" (José Sócrates)

domingo, 4 de maio de 2014

O homem que mordeu o cão

Passos Coelho, Portas e Maria Luís Albuquerque que,  ainda há poucos dias, haviam garantido que não estavam previstos nem novos aumentos de impostos, nem novos cortes, acabam de dar razão a quem acha que se alguma característica pode, com inteira justiça, ser atribuída a este governo é a sua fraca/nula relação com a verdade. Pouco dias volvidos, aí está o Documento de Estratégia Orçamental que desdiz, ponto por ponto, tudo o que antes fora anunciado. Não só é aumentado o IVA, como sobe a contribuição dos trabalhadores para a segurança social. Trata-se, num caso e no outro, de subidas marginais (0,25% num caso e 0,2%, no outro) é certo, mas qualquer dos aumentos está em contradição com o que antes fora garantido. Com a agravante de o agravamento (passe o pleonasmo) incidir sobre as mesmas vítimas desde que este (des)governo entrou em disfunção: os trabalhadores.
Não se pode dizer que, desta vez, a mais recente aldrabice de Passos Coelho, Portas & Cª não tenha sido objecto de múltiplos comentários desfavoráveis nos media. Para dizer a verdade, eu que já vi passar em claro, nos media, quando não com aplauso, medidas bem mais gravosas e mentiras bem mais descaradas (a começar nas debitadas durante toda a campanha eleitoral que deu o excelente resultado que está à vista de quem não for cego, ou não fechar os olhos), confesso que esta reacção desfavorável, tão desproporcional em relação a outras no passado, não me surpreende, pois tem uma explicação simples: desta feita, as medidas não se dirigem, em primeira e única linha, às vítimas preferidas da corja que está no poder (funcionários públicos, reformados e pensionistas) pois também atingem quem trabalha na comunicação social. Se nos lembrarmos da comoção que varreu o país, há um ano e tal, com o anúncio do aumento da TSU,  podemos ver na actual reacção dos media a estas medidas, uma réplica daquela outra, réplica  menos violenta, é verdade,  mas apenas porque a medida também é menos gravosa. 
Quererei eu, com este arrazoado, minimizar o interesse da contestação em curso? De forma alguma, pois se alguma coisa desejo é que a contestação a este governo cresça de dia para dia, já que se trata, a meu ver, de um governo ilegítimo, porque nascido da fraude, digam os juristas o que disserem, julgue Cavaco o que julgar.Um dia a menos, com estes farsantes no governo, é um dia ganho para o país.
O que eu quero dizer, na minha, é que o relato sobre as aldrabices deste governo, useiro e vezeiro nessa "arte", já não é notícia, tal como, utilizando o exemplo de escola tão citado pelos jornalistas, não é notícia o facto de um cão ter mordido um homem. Notícia é relatar a estória do homem que mordeu o cão. No caso deste governo, merecedor de notícia seria a eventualidade de Passos ou alguém da Cª ter resolvido falar verdade ao país. Uma notícia de que, pelos antecedentes, não estou à espera, pois a mentira vicia e este governo sofre desse vício desde a nascença.

Um treinador cá dos meus

"Política do Passos e do Portas já me irrita". "Sempre a penalizar os pequeninos e os frágeis." Manuel Machado, treinador de futebol do Nacional da Madeira

sábado, 3 de maio de 2014

Quase em directo ...

... de Estremoz

 (Muralha - Porta da Frandina) 

(Vista parcial do Castelo e da Fortaleza)

(Torre de Menagem)

 (Estátua da Rainha Santa Isabel no recinto do Castelo, frente à Torre de Menagem) 

 (Fontanário)

 (Pelourinho)