terça-feira, 30 de setembro de 2008

Justiça rápida ... mas em França

A Justiça francesa decidiu hoje extraditar para Portugal o cidadão francês suspeito do homicídio do empresário português António Figueira, do grupo “Os Mosqueteiros”.
Recorde-se que o assassinato ocorreu, presumivelmente, em 31 de Agosto último. Um mês depois, já existe decisão sobre a extradição do suspeito. Está visto que em França, o sistema judicial funciona. Cá é o que se sabe. Mas nem tudo é mau para todos. Os réus e os arguidos, em Portugal, dar-se-iam mal com tanta rapidez. Suponho que é por isso que a Justiça em Portugal anda a passo de caracol!
(Imagem daqui)

Nunca fiando...


A Cadbury garante que os seus produtos à venda em Portugal são seguros e eu digo que, tendo em conta que os produtos "tóxicos" já chegaram ao sistema financeiro internacional, com o desaparecimento de várias instituições pelo meio, o melhor é "nunca fiando"!
Mas porque é que esta gente vai fazer chocolates, lá para a China, que fica tão longe ? Não sabem que, pelo caminho, se podem estragar ?
ADENDA: Deixando o tom ligeiro do comentário, temos aqui e aqui razões para desconfiar.
(Imagem daqui)

Eu não apostaria ...


Joseph Stiglitz, Prémio Nobel da Economia, prevê uma longa recessão nos EUA e vitória de Obama nas presidenciais americanas.

Não ponho em causa o prognóstico de Stiglitz sobre a recessão, tendo em conta não só os seus conhecimentos em matéria de economia, mas também a circunstância de estar seguramente na posse de dados não acessíveis ao comum dos mortais.

Todavia, já no que respeita à eleição de Barack Obama, eu não teria tantas certezas, dado o precedente com a reeleição de Bush, reeleição que, para um europeu, seria impensável, depois de um primeiro mandato desastroso.

Admito, no entanto, que a recente recusa da Câmara dos Representantes em votar favoravelmente o plano de salvação do sistema financeiro apresentado pela administração Bush, possa dar algum incentivo ao voto em Obama, já que a maioria dos opositores se situou, precisamente, no campo republicano.
(A imagem é daqui)

Será que sim ?


Em relação às poupanças parece não haver motivo para duvidar, pelo menos em relação às pequenas poupanças, dada a existência do Fundo de Garantia. Já quanto à resistência das instituições financeiras não tenho tanta certeza, embora se deva reconhecer que, até ao momento, ainda nenhuma delas deu sinais de estar em dificuldades.
Será que a pequena dimensão do nosso mercado e a excentricidade da nossa economia, em relação à economia global, por uma vez, vão ser factores a nosso favor ? Há quem diga que sim. E será que, afinal, a supervisão prudencial, a cargo do Banco de Portugal, funcionou? Esperemos que o futuro confirme uma coisa e outra, embora seja pouco credível que os nossos bancos não tenham também em carteira alguns produtos "tóxicos".
(A ilustração é daqui)

Crise... Qual crise?

Após os sucessivos "afundanços" de ontem, hoje as bolsas europeias seguem positivas, na sua maioria.Excepções: Frankfurt e Milão. Onde ontem a palavra de ordem era a crise, hoje reina o optimismo. Crise... Qual crise ? parece ser a resposta dos mercados.
A volatilidade das bolsas de valores dá que pensar, pois a irracionalidade parece ser a palavra de ordem. Ou talvez não, porque, no meio deste sobe e desce, há certamente quem se movimente com agilidade e aproveite para fazer bons negócios. Como sempre, quando uns ganham outros perdem. Falta saber se quem ganha é adivinho, ou se consegue influenciar o mercado.
Seja como for, actualmente, as bolsas não são lugares que se recomendem a principiantes, nem a incautos.
Actualização: Para não ficar atrás das bolsas europeias, também a Bolsa de Nova Iorque fechou em forte alta , com o índice Dow Jones a subir 4,68 %.
(A imagem é daqui)
(Mensagem reeditada)

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Pelourinhos - Sabugal

(Para ampliar, clicar sobre a imagem)
Por razões já explicitadas aqui , inicia-se no "Terra dos Espantos" uma nova série, desta vez, sobre pelourinhos, com a publicação da imagem do pelourinho do Sabugal.
Símbolos do poder municipal, os pelourinhos, ou picotas (designação mais antiga) que muitas sedes de município ainda conservam (incluindo alguns municípios já extintos, como sinal de antigos pergaminhos) são, com frequência, peças com grande valor artístico.
No caso do Sabugal, o pelourinho é de fabrico recente. Em todo caso, reconheço que não lhe falta uma certa elegância, distinguindo-se perfeitamente os elementos tradicionais do pelourinho (base em degraus formando uma plataforma onde assenta a coluna ou fuste e o respectivo remate) .

O acordo ortográfico

O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa teve e tem opositores em Portugal e também no Brasil. Não sendo linguista e não podendo, por conseguinte, pronunciar-me sobre o acordo de um ponto vista científico, limito-me a constatar que a unificação da escrita é essencial para a divulgação da língua portuguesa no mundo, o que, do meu ponto de vista, é positivo.
Por exemplo: Sem a unificação da escrita, seria impensável aspirar a que a língua portuguesa alcançasse, algum dia, o estatuto de língua oficial na ONU. Mas as vantagens da unificação não se ficam pelo domínio da diplomacia. Julgo, com efeito, que são também de esperar benefícios no campo da literatura e da ciência (a circulação de livros entre o Brasil e Portugal será facilitada) e até no mundo dos negócios.
A promulgação do Acordo Ortográfico pelo presidente do Brasil, Lula da Silva, é, assim, de saudar, tanto mais que, com esta promulgação, cessam as dúvidas sobre se o Acordo passaria do papel.
Vai passar e ainda bem, digo eu.
(Ilustração tirada daqui)

Se até os "Fortis" são fracos ...


As instituições financeiras em crise (em situação de falência, ou salvos à última da hora, graças à intervenção dos governos) é já de tal ordem que tudo leva a crer que, por arrastamento, a derrocada não parará tão cedo e que devemos estar preparados para mais surpresas a acrescentar às hoje conhecidas: O Grupo Fortis será parcialmente nacionalizado para evitar a falência; Activos do banco Wachovia são vendidos ao Citigroup idem, idem, aspas, aspas.

O que se está a passar é, para um leigo, simplesmente inacreditável, até porque a explicação da falta ou falha de supervisão é, claramente, insuficiente. Foi seguramente necessária a conjugação de muitos factores (ganância e irresponsabilidade dos gestores, falta de controlo interno e de auditores externos são outras das palavras que a propósito se têm ouvido) mas ainda assim é difícil conceber como foi possível tal conjugação e chegar a este ponto em que já não é possível ter confiança em nenhuma instituição.
Ora, a confiança é elemento essencial no mercado financeiro e se já ninguém sabe quem é "Fortis" nem quem é "fraco" não admira que se afundem as bolsas europeias.
Pelo modo como os governos têm reagido à crise (tarde e a más horas e a conta gotas), tudo indica que nem eles sabem como descalçar a bota.
Se o plano Bush falhar, podemos pôr as barbas de molho! Para já, o mercado de Nova Iorque não parece muito optimista pois abriu em forte queda . Mau sinal ?
Actualização: Afinal, o plano Bush não passou na Câmara dos Representantes. Más novas, entretanto já confirmadas pelo afundanço da Bolsa de Nova Iorque em que o índice Dow Jones perdeu 6,98 por cento e o Nasdaq 9,14 por cento.
(Mensagem reeditada)
(A ilustração é daqui)

domingo, 28 de setembro de 2008

Intermezzo ...

O pessoal da minha terra anda mesmo mal encarado ! Será que é do apoio, que deixa muito a desejar ?
(Imagem colhida no Sabugal)

A DesOrdem dos Médicos


Parece inquestionável que as Ordens profissionais têm funcionado menos como entidades responsáveis pela disciplina e deontologia dos seus membros, como lhes cumpre, enquanto instituições de natureza pública e mais como grupos de pressão na defesa de interesses corporativos, mesmo pondo em causa o interesse público que é suposto defenderem. Nesse aspecto, a Ordem dos Médicos leva a palma a todas as outras, incluindo a Ordem dos Advogados que também não tem deixado os seus créditos por mãos alheias (diga-se, à laia de comentário lateral) mas que não conseguiu impedir o surgimento de cursos de Direito como cogumelos após as chuvadas outonais, com a consequente inflação do número de licenciados em direito.
A Ordem dos Médicos, no entanto, com a complacência de sucessivos governos, conseguiu tal feito, daí derivando a actual falta de médicos portugueses, resultado que já há anos tinha sido previsto e é agora evidente:Portugal já tem 4287 médicos estrangeiros a exercer no país e vai avançar com novos acordos para a contratação de mais profissionais.
Faltando médicos em Portugal, não resta outra alternativa senão recorrer a médicos estrangeiros, onde os haja disponíveis, pois a hipótese contrária nem sequer é admissível: Acima de quaisquer outras considerações está a saúde dos portugueses.
É possível que, com o alargamento do "numerus clausus" já concretizado, a formação de médicos em Portugal venha atingir, dentro de alguns anos, o número desejável.
Até lá, graças aos interesses ilegítimos de alguns e à desatenção (no mínimo) de outros mais, teremos que contar com o concurso de médicos estrangeiros, esperando e agradecendo que os haja.
ADENDA: A Ordem dos Médicos concorda com contratação de mais profissionais estrangeiros, anuncia o PUBLICO.PT . Com ou sem a concordância da Ordem, o importante é que venham. Aliás, se a Ordem dos Médicos não concordasse, bem se podia dizer que "fazia o mal e a caramunha". Desta vez não foi por aí e ainda bem.
(A imagem é daqui)

E porque não ?



A proposta apresentada por Serguei Lavrov, ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, durante o seu discurso perante a Assembleia Geral das Nações Unidas, com vista à realização de uma cimeira europeia para debater uma proposta para a criação de um novo sistema de segurança colectivo na Europa, tenderá a ser vista pelos países ocidentais, como uma forma de desviar as atenções da recente invasão da Geórgia e da ocupação das regiões separatistas da Ossétia do Sul e da Abkásia, por parte da Rússia.
É possível que a ideia tenha sido essa, mas também pode muito bem representar um desejo genuíno de estabelecer um relacionamento descomplexado entre todos os países europeus, por forma a pôr termo a dezenas de anos de desconfiança. Seja como for, a meu ver, a ideia é boa a todos os títulos, já que só traria vantagens para todos os países europeus, Rússia incluída e, em boa verdade, a criação de um sistema de segurança colectivo na Europa tem lógica e faz sentido, pois a Rússia, volens nolens, é um país europeu e, ultrapassada que foi a fase da construção do "socialismo", os seus valores não diferem grandemente dos vigentes nos restantes países europeus.
A proposta, no entanto, dificilmente fará caminho nos tempos mais próximos, pois contará, à partida, com a oposição frontal dos Estados Unidos, cuja influência na Europa viria a diminuir drasticamente, se o sugerido sistema de segurança viesse a ser concretizado. Provavelmente, a maioria dos políticos dos países europeus (demasiado enfeudados aos interesses norte-americanos, apesar do unilateralismo defendido e praticado pela actual administração Bush) também não revelará grande entusiasmo. E, finalmente, contará certamente com a desconfiança dos países outrora integrados na órbita da União Soviética, ou como seus membros, ou como países signatários do Pacto de Varsóvia.
Quem sabe, no entanto, se a ideia não poderá germinar e um dia florir? O mundo tem dado tanta volta!
(A imagem de Serguei Lavrov é daqui)

Intervalo ...

Bando de pombas/os em voo ... em corredor aéreo congestionado !
(Para ampliar, clicar sobre a imagem)

Perplexo me confesso


Confesso-me perplexo, porque não faço ideia de que segunda auto-estrada se trata. Pela conversa, parece tratar-se de uma nova auto-estrada de que nunca ouvi falar, culpa minha, decerto.
Ou será, que, ao invés, se trata da auto-estrada que vem sendo construída, por troços, há anos e que saindo de Lisboa, passa por Loures, Óbidos, Caldas da Rainha, Leiria (falo só de troços que já percorri) e segue rumo ao Norte do país ?
Se é desta que se trata (e não vejo que outra possa ser) então melhor fora que MFL continuasse a manter o seu virtuoso (?) silêncio, porque a sua construção também passou por governos de que ela fez parte, acho eu.

sábado, 27 de setembro de 2008

Um relacionamento que faz sentido


Hugo Chávez poderá ser um pouco "tonto" no sentido de que diz tudo o que lhe passa pela cabeça e, por isso mesmo, é, muitas vezes, inconveniente. O seu conceito de democracia é também "original" e muitos venezuelanos estarão pouco entusiasmados com esse conceito e terão, porventura, razão de queixa em matéria de liberdades. Mas ele é também, simultaneamente, uma pessoa calorosa e genuinamente preocupada com a pobreza no seu país e não me custa a acreditar que os seus sucessos eleitorais se fiquem a dever a esse carácter e à sua preocupação na erradicação da pobreza.

A propósito, cabe lembrar que ele é um presidente eleito, que se saiba, sem grandes atropelos no que respeita aos actos eleitorais.

A sua relação com Portugal, pelo que se deduz das suas palavras, é também uma relação calorosa, como ficou agora demonstrado durante a visita ao nosso país em que foram assinados acordos nas áreas da educação, construção e energia , mas não reside aí a razão por que as relações comerciais entre Portugal e a Venezuela têm conhecido grande incremento nos últimos tempos. É que esse aumento faz todo o sentido e ao promover essas relações, Chávez revela que pode ser "tonto" mas não é "tolo".

Para Portugal, as vantagens são óbvias: o acesso a uma nova fonte de fornecimento de petróleo, matéria prima de que carecemos, permite diminuir os riscos no fornecimento; a abertura de um novo mercado aumenta as potencialidades de exportação das nossas empresas.

Para a Venezuela as vantagens não são menores, pois muitas empresas portuguesas dispõem já de tecnologias de ponta. Ao abrir o mercado venezuelano às empresas portuguesas, Chávez passa a dispor de uma alternativa que lhe permite alcançar uma independência que não teria se tivesse que recorrer a empresas sediadas noutras latitudes. Diversificar os fornecimentos, seja em matérias primas, seja em tecnologia, é sempre uma boa ideia e se essa diversificação puder basear-se em países (como Portugal) que não têm, nem podem ter, ambições imperialistas, melhor ainda. Ora, se há factor que Chávez valorize é a independência do seu país.

Portugal, nesse aspecto, pode dar-lhe uma boa ajuda. E, pelos vistos, dá.

Carros parados foram mais que muitos !



Não sei como é que a DECO consegue, sem possuir dados quantitativos, chegar a tal conclusão, mas deve ter razão. Automóveis parados na auto-estrada, com falta de gasolina/gasóleo, foram aos milhares!
Concluindo: Mete-se a DECO em iniciativas sem sentido e depois é difícil "descalçar a bota", é o que é !
(A imagem é daqui)

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Da cegueira


Ter a certeza de que o futuro passa pelo socialismo e pelo comunismo como afirma o PCP, nas Teses ao XVIII Congresso do partido, hoje divulgadas, é uma afirmação de fé num futuro mais solidário e, como tal, é uma posição não só legítima, como saudável num mundo que vem sendo corroído pelo egoísmo infrene.
Agora considerar, como defendem as Teses, que Cuba, China, Vietname, Laos e Coreia do Norte (todos no mesmo saco) são os países que definem como orientação e objectivo a construção duma sociedade socialista, releva do domínio da cegueira (e da pior que é a de quem não quer ver).
Se estes países são apresentados como exemplos da construção do socialismo (países onde os direitos humanos, a começar pelos direitos dos trabalhadores, são simplesmente ignorados) não admira que o ideal comunista ande pelas ruas da amargura.
Se é nesses moldes que o PCP quer construir o socialismo só posso dizer: não, muito obrigado!
Para ditadura (que, sob a capa do socialismo, é o regime vigente em tais países) já tivemos que baste.
(Imagem obtida aqui)

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Prémio Nobel da Paz: Palpites



O hipotético laureado merece o prémio (encontra-se preso por defender os direitos humanos, a protecção ambiental e a luta contra a sida) e a intenção subjacente à hipotética atribuição (manter a pressão sobre a China na questão dos direitos humanos) é boa.Todavia tal eventualidade não passa, por enquanto, de mero palpite.
(A imagem é daqui)

Calma ! Vem aí o salvador !


O candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, John McCain, vai suspender a campanha eleitoral para se deslocar a Washington a fim de ajudar a combater crise financeira . Isto, porque o candidato não acredita que passe no Congresso o plano para resolver a crise financeira proposto pela administração Bush. Claro está que, com a sua ida a Washington, o problema fica resolvido.
É o que se pode concluir das suas declarações. Acalmem-se, pois, os mercados financeiros que salvador já temos.
Mas o candidato republicano não se fica por aqui e, porque o momento não é o que mais lhe convém, tendo em conta as responsabilidades dos republicanos na crise, vai mais longe e propõe também o adiamento do debate com Obama agendado para a próxima sexta-feira. Essa, aliás, deve ser a razão da urgente deslocação a Washington.
Digam lá que o homem não é esperto !
Esperemos que a Comissão de Debates Presidenciais não vá na conversa, mesmo que Obama venha a dar, por cavalheirismo, o seu assentimento. É que, manifestamente, o motivo para o adiamento não passa de falso pretexto.

Com a mentira não me enganas !

A justificação dada pelo primeiro-ministro para o PS não votar favoravelmente os projectos apresentados na Assembleia da República com vista a permitir o casamento entre homossexuais resume-se a que o assunto " não está na agenda política nem do Governo nem do PS" acrescentado que "Não está no programa do Governo do PS e o PS não anda a reboque de nenhum outro partido".
Chama-se a isto desculpa esfarrapada que a ninguém convence, a começar pelo próprio.
As eleições do próximo ano e os preconceitos vigentes na sociedade portuguesa são a explicação verdadeira e melhor fora assumi-lo com frontalidade.
É que motivos para descrer do que dizem os políticos já temos que baste !

Casa roubada trancas na porta !


A explicação é curta. A crise financeira internacional não fica só a dever-se à falta de regulação nos Estados Unidos. Fica também a dever-se à ganância de muitos, à especulação desenfreada e à insuficiência da regulação, pecados de que os bancos europeus não estão isentos. Não falta, aliás, exemplo disso, em Portugal. A crise começou nos Estados Unidos mas se ela se estendeu a todo o mundo, incluindo aos países europeus, é porque ninguém quis perder o barco dos lucros fáceis.
A solução da crise passa, segundo os entendidos, pelo reforço da regulação dos mercados financeiros internacionais. Trata-se, afinal, de seguir à letra o velho ditado "Casa roubada, trancas na porta".Com tanta surpresa a surgir dia após dia, assistindo-se ao desmoronar de instituições financeiras que gozavam de enorme prestígio e credibilidade, fica-se com a dúvida sobre se a receita será suficiente e se na casa roubada ainda haverá algo para roubar.
Esperemos que sim.
A imagem foi tirada daqui)

Quem tem telhados de vidro ...


O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, na sua última última intervenção perante a Assembleia-Geral das Nações Unidas, fartou-se de fazer acusações: à Rússia a quem acusa de ter invadido a Geórgia, violando a Carta das Nações Unidas; ao Irão e à Síria por apoiarem o terrorismo; à Coreia do Norte e ao Irão por terem programas nucleares.

Faltou-lhe acusar-se a si próprio e tinha boas razões para isso. Com efeito, a invasão do Iraque pelos Estados Unidos foi levada a cabo à margem e com violação da mesmíssima Carta das Nações Unidas, usando, para mais, informações falsas, invasão que teve e continua a ter consequências bem mais funestas que a invasão da Geórgia pela Rússia, a quem o presidente do país invadido até fez o favor de oferecer um excelente pretexto.
Quanto a programas nucleares, os Estados Unidos levam a palma, como é sabido, e as armas nucleares são uma ameaça nas mãos de quem quer seja, julgo eu, pois, nesta matéria, há razões para desconfiar.
Bush perdeu, assim, uma excelente oportunidade para ficar calado.
Quem tem telhados de vidro, como é o caso dele, é o melhor que tem a fazer. Evita cair no ridículo de o próprio telhado apanhar com as pedras que lhe saem das mãos.
ADENDA: Lendo o desenvolvimento da notícia, constato que o presidente Bush defendeu, na circunstância, que as Nações Unidas e os outros órgãos multilaterais são mais necessários que nunca e que devem ser fortalecidos. Para quem ao longo de dois mandatos seguiu uma doutrina de sinal contrário é quase um pedido de perdão. Pena é que chegue tão tarde.
(A imagem é daqui)

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Números que fazem pensar




Para quem proclama a excelência dos serviços de saúde privados e considera que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) poderia ser substituído, com vantagem, pelos privados, o número de reclamações relativas àqueles serviços, no primeiro semestre deste ano, [23991, correspondentes a 25% do número total de reclamações na área dos serviços (o que é obra !)] deveria suscitar um momento de reflexão para daí tirar as devidas consequências: Uma, logo à cabeça, é a de que, afinal, a proclamada excelência não passa de um mito; Outra é também evidente: O SNS não só não é dispensável como é essencial, até para evitar (imagine-se) que, sem concorrência, a medicina privada não diminua ainda mais o nível de qualidade dos serviços que presta.

À consideração superior !

A abelha e o mel






Confirma-se o que eu já disse: A comunicação social corre atrás das palavras de Alberto João Jardim que nem abelha à volta do mel !

Que o líder madeirense defenda que o casamento é só "entre sexos diferentes" constitui alguma novidade ?

O que é que a comunicação social esperava de um tal "progressista" ?
A que se deve, pois, esta correria atrás das sentenças de Alberto João Jardim ? Por que critérios se rege a comunicação social portuguesa?

Indecifráveis Mistérios !
(A imagem é daqui)

"The Far East"


Crescer "à maluca" é no que dá ! "Comunista" e centralizada, a economia chinesa está, pelos vistos, sem controlo e desregulada. Para crescer a dois dígitos, correm-se riscos, pelos vistos. É, por isso, justo que, quem corre riscos, os pague. É o que já está a acontecer com a China: Com o escândalo do leite contaminado, a desconfiança em relação aos produtos chineses alastra.
Pode ser que, com o caso, uns (chineses) e outros (países estrangeiros) aprendam alguma coisa !
( A ilustração é daqui)

A montanha russa

À velocidade a que o preço do petróleo sobe e desce (ontem a valer 130 dólares, hoje a 107,24) até parece que que o dito circula numa montanha russa. Não é o caso, pois os oleodutos não têm essa configuração, mas que o mundo dos negócios anda numa dessas montanhas parece evidente, pois as subidas e descidas (fortes e bruscas) não são exclusivas do preço do petróleo. As bolsas de valores e de mercadorias de todo o mundo sofrem do mesmo mal.
Confesso que não encontro explicação para o fenómeno, mas tenho desculpa, pois em matéria de economia e de negócios sou um zero à esquerda.
Infelizmente também não vejo explicações por parte de especialistas, nem de analistas dos mercados.
A explicação, avento eu, deve ser do BUSH. Só pode !
(A imagem é daqui)

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Felizmente, o ridículo não mata


A DECO está a promover uma campanha contra o preço dos combustíveis, convidando os consumidores a não abastecer os seus veículos no próximo sábado.
Pergunta-se: E nos dias seguintes, como é?
Se a DECO não consegue conceber uma forma de luta mais eficaz, pode fechar a loja !
Felizmente, o ridículo não mata !
ADENDA: Com esta notícia, entretanto surgida, acho que, com urgência, a DECO deve ser mudar o sentido da campanha: "Abasteçam até sábado", deve ser o lema.
(A imagem é daqui)

Trabalho de Hércules !

Santana Lopes em programa na TSF, para além de criticar a falta de ambição do seu partido, o PSD, defende que a estratégia a seguir é criar uma “dinâmica de vitória”.
Por óbvia, a afirmação de Santana Lopes não sofre contestação. Existe, porém, um senão que é a não existência de condições para a criação dessa dinâmica. Sem discurso coerente, sem grande espaço para se afirmar como alternativa e com a actual líder a privilegiar o silêncio, a tarefa de criar a dinâmica de vitória, constitui um verdadeiro "trabalho de Hércules". Por azar, os deuses e os heróis da mitologia já por cá não andam.

domingo, 21 de setembro de 2008

O circo e a palhaçada

Ouvir Alberto João Jardim chamar a José Sócrates "pessoa sem vergonha" já não deveria constituir novidade para ninguém (nem para a comunicação social), pois da sua boca saem, com frequência quase diária, "barbaridades" de recorte mais fino e apurado.
O que espanta, pois, não é o que Jardim diz. O que admira é a comunicação social (pelos vistos, sem assuntos importantes para tratar) andar a toda a hora a recolher as "pérolas de linguagem" que o dito senhor vai espargindo sempre que lhe põem um microfone à frente.
Eu sei que as crianças gostam de circo e que, para elas, circo sem palhaço não é circo. Em todo o caso, convém não exagerar ! É que nem todos os leitores, telespectadores e ouvintes jogam nos infantis.
(A imagem foi tirada daqui)

O vírus da "cunha"





Helena Lopes da Costa, ex-vereadora da Habitação durante a presidência de Santana Lopes na Câmara de Lisboa e agora constituída arguida por supostas irregularidades na atribuição de fogos municipais, veio afirmar que "Quem quiser consultar a correspondência recebida na Câmara de Lisboa poderá encontrar lá pedidos feitos pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio, pela Procuradoria-Geral da República, pela Santa Casa da Misericórdia, por escolas, hospitais.”
Seja verdadeira ou não tal afirmação, o facto não exime ninguém das suas responsabilidades, pois é estrita obrigação de quem desempenha cargos públicos tratar todos os cidadãos, com justiça e por igual, ou, melhor dizendo, sem favorecimentos de qualquer espécie.
A ser verdade (e parece não haver razões para duvidar) a afirmação revela, contudo, que o vírus da "cunha" continua a inquinar a nossa vida colectiva, de alto a baixo, tendo chegado a alturas que, era suposto, estarem imunes.
(Ilustração tirada daqui)

Não sei se chore, se ria ...


Segundo José Pedro Aguiar Branco, vice-presidente do PSD, o Governo “não tem força nem capacidade para fazer mudanças".

Ora aqui está uma afirmação completamente vazia de sentido. Que as reformas levadas a cabo pelo governo do PS tenham sido benéficas ou prejudiciais é matéria que se pode discutir. Pessoalmente, acho que houve de tudo, como na botica: umas boas, outras pelo contrário. Do que o governo não pode ser acusado, com um mínimo de objectividade, é que não tenha introduzido inúmeras reformas em variados e importantes sectores da vida nacional. São, aliás, muitas as vozes, inclusive da direita, que afirmam que o actual governo tem revelado, como nenhum outro, um verdadeiro espírito reformista.
Vinda de uma personalidade dirigente do PSD, aquela afirmação deixa-me sem saber se hei-de chorar, se devo rir.
Rir, porque a afirmação em si, pelo que fica dito, é risível. Chorar, porque revela que o PSD de agora continua a não ser capaz de definir uma orientação e de oferecer ao país uma alternativa de governação.
Banalidades e mais banalidades, quando não incoerências, é o que se ouve da parte dos seus dirigentes, a começar pela actual líder que, felizmente, para ela e para o seu partido, raramente se digna abrir a boca para falar.
(A imagem foi tirada daqui)

sábado, 20 de setembro de 2008

Demissão já - porquê ?


A notícia segundo a qual o ministro da Economia, Manuel Pinho, tem um negócio em curso com o responsável que escolheu para liderar a Autoridade da Concorrência (AdC), por si tutelada, no âmbito do qual recebeu 300 mil euros, deu azo a que se tenha levantado por aí um grande alarido, designadamente nos comentários feitos na "blogosfera", onde já se reclama a demissão do ministro.

Pelas lições que pude colher ao longo da vida, sou avesso a julgamentos apressados. À primeira vista não se antolha que haja algo de censurável no facto de existir um negócio entre duas pessoas que mantêm relações de amizade ou de proximidade entre si. Falar de relações de dependência, não me parece que seja adequado, pois a Autoridade da Concorrência é, por lei, uma entidade independente e por conseguinte, o presidente da AdC não depende hierarquicamente do ministro Manuel Pinho, como alguns sugerem ou alegam.
Mas mesmo que o fosse, nem por isso estariam os dois inibidos, em princípio, de realizar este ou outro negócio, desde que observadas as regras do mercado, ou seja, desde que não houvesse favorecimento ilícito de uma ou de outra parte.
Assim sendo, falar em demissão para já, não faz, do meu ponto de vist,a qualquer sentido.
Outro galo cantará caso se venha a provar que, no negócio em causa, alguma das partes recebeu uma contrapartida excessiva em relação ao que seria expectável numa relação negocial normal. Em tal hipótese, a situação de um ou de ambos teria de ser vista como incompatível com a manutenção dos cargos que desempenham. Todavia, enquanto isso se não provar (e a prova num casos destes nem é difícil, pois é fácil determinar e saber qual o preço no mercado do imóvel em causa) parece-me extemporâneo e algo prematuro, estar a pedir a demissão de quem quer que seja.
Demonstre-se a conduta imprópria do ministro, do presidente da AdC, ou de ambos e então sim não se deve pedir, mas sim exigir, a demissão.

Única opção: Manter o rumo

Sócrates prometeu no seu discurso de rentrée, em Guimarães, que o PS vai prosseguir no rumo traçado em 2005 e, do meu ponto de vista, Sócrates não tinha e não tem outra alternativa. Mudar de orientação, nesta altura, seria a negação da política seguida durante os últimos três anos, o que, além do mais, afectaria a sua imagem de político persistente e que se não verga perante as dificuldades. Não ignoro que aquilo que considero uma qualidade é tido por muitos como defeito, identificando o seu comportamento como arrogante e inflexível.
Seja como for, em face da opção tomada, o destino do PS e de Sócrates fica traçado: ou as reformas empreendidas ao longo da legislatura, resultam, trazendo melhorias significativas para a população em geral, designadamente no plano económico (o que não se antevê tarefa fácil, face à conjuntura internacional) e em tal hipótese o PS poderá manter a expectativa de vencer os próximos pleitos eleitorais, ou, caso tal não suceda, bem pode o PS perder as esperanças numa nova maioria absoluta (única hipótese de assegurar uma governação estável), não obstante a fraqueza com que neste momento se apresenta a alternativa à direita.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Emigrantes: O fim do voto por correspondência

Não sei se algum partido é beneficiado ou não com o fim do voto por correspondência dos emigrantes nas eleições legislativas e nas eleições europeias , nem me parece que isso interesse à discussão da questão. O que é certo é que tal forma de votação não assegura a genuinidade do voto e é por tal motivo que essa possibilidade não é admitida, para nenhum cidadão, nas eleições presidenciais, nem para os cidadãos residentes no país, nas demais. Sendo assim, cabe perguntar: Por que bulas é que essa alternativa deveria ser admitida para os cidadãos residentes no estrangeiro ?
A justificação, diz-se, decorre do facto de os cidadãos residentes no estrangeiro (os emigrantes, em suma) terem de efectuar grandes deslocações para poderem exercer o seu direito de voto presencialmente. Só que esta justificação não colhe pela simples razão de que os cidadãos residentes no país podem estar (e muitos estão certamente) na mesma situação e ainda ninguém se lembrou (nem o PSD que tão veementemente se manifesta quanto à alteração legislativa ora aprovada) de abrir uma excepção para os residentes que estiverem nessas condições. Com efeito, qual é a diferença entre um emigrante que para votar tenha que se deslocar cem ou duzentos quilómetros, e um residente no Algarve que esteja recenseado no Minho?
Seguramente, nenhuma.
Nesta, como noutras matérias, o PSD revela que não se rege por princípios e que continua a navegar segundo aquilo que julga serem as suas próprias conveniências.
Simplesmente lamentável !

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Casamento entre homossexuais: A incoerência do PS

A posição da bancada do PS na votação dos projectos sobre o casamento entre homossexuais é no sentido de votar contra. Como foi salientado por vários deputados em reunião do referido grupo parlamentar trata-se de uma posição contrária à Declaração de Princípios do PS, aprovada em congresso em 2002, que é a favor do casamento de pessoas do mesmo sexo.
Tal significa que o PS se prepara para sacrificar os seus próprios princípios aos injustificáveis preconceitos ainda maioritariamente vigentes na sociedade portuguesa contra a homossexualidade.
Além de incoerente, a posição do PS vai ao arrepio de outras atitudes recentemente assumidas pelo partido em questões ditas fracturantes, como sejam a questão do aborto e a da nova lei do divórcio, casos em que o PS ousou romper com posições imobilistas sobre a matéria, o que torna a situação presente ainda mais lamentável.
O PS esqueceu-se, porventura, que o legislador não tem apenas que legislar de acordo com os preconceitos vigentes, mas que lhe cabe também contribuir para modificar mentalidades que, à luz dos novos conhecimentos, não têm razão de ser. O preconceito contra a homossexualidade é, claramente, um desses casos: A orientação sexual no sentido da homossexualidade ou da heterossexualidade é, antes de mais, um dado da natureza. Não se opta por ser heterossexual ou homossexual, é-se uma coisa ou outra. Tão natural é, pois, ser heterossexual como homossexual, não havendo, por isso, qualquer justificação (nem moral nem social) para discriminar quem tenha uma orientação homossexual só porque, pelo menos aparentemente, a orientação heterossexual é mais frequente.
Sendo isto verdade (e a meu ver é) e tendo em conta que o conceito do casamento se encontra completamente dessacralizado (o casamento, à face da nossa lei, não é mais que um acordo ou contrato entre duas pessoas visando o estabelecimento de uma vida em comum) não se vê razão para não se aceitar que esse acordo possa ser celebrado entre duas pessoas do mesmo sexo que queiram viver em comum. Se o casamento, na perspectiva da lei civil, tivesse obrigatoriamente de visar outras finalidades que não o estabelecimento de vida em comum (v.g., a procriação) a votação contra os novos projectos faria sentido. Não é, todavia, o caso e sendo assim, a posição do PS não faz qualquer sentido.
ADENDA: Já depois da elaboração desta nota, Alberto Martins veio esclarecer que ainda não está decidido se haverá liberdade ou disciplina de voto para os deputados socialistas na questão aqui abordada. Tratando-se de uma matéria em que estão em causa as convicções pessoais de cada deputado e tratando-se de uma votação que não põe em causa a estabilidade governativa, o mínimo que se exige de um partido que se proclama paladino das liberdades é o reconhecimento da liberdade de voto para os seus parlamentares.
NOVA ADENDA: Afinal, confirma-se a imposição da disciplina aos deputados do PS, pela direcção do grupo parlamentar. Pelo menos, é o que deduz de um comunicado da JS onde esta anuncia ter desistido de agendar a discussão da sua proposta para a legalização dos casamentos homossexuais nesta legislatura e criticou a disciplina de voto imposta pela direcção parlamentar contra os projectos apresentados pelo Bloco de Esquerda e Partido os Verdes.
Lamentável, digo eu !
3ª ADENDA: Depois de tanta informação e contra-informação, chegou o momento da vergonha: O grupo parlamentar do PS (ou o PS, tout court) aprovou a disciplina de voto contra os casamentos homossexuais .

Julgamento expedito

Expeditos em julgar suspeitos não há como os soldados norte-americanos no Iraque. Com base em informações (não sei se boas se más) de que um alegado membro da Al-Qaeda se encontraria numa casa em Al-Dawr, aldeia nos arredores de Tikrit , os soldados norte-americanos cercam a casa e, como os ocupantes se não rendem, segundo a versão do exército norte-americano (versão toda ela negada, entretanto, pelos vizinhos) os seus helicópteros não estão com mais considerações e toca de bombardear a casa, já depois de abatido o suspeito. Resultado: Oito mortos (cinco homens e três mulheres) todos da mesma família.
Para serem condenadas à morte e imeditamente executadas, estas oito pessoas nem precisaram de julgamento formal.
É verdade que acções desta natureza (e porventura piores) não faltam na crónica da intervenção dos Estados Unidos no Iraque, mas nem por isso este morticínio deixa de merecer a mais severa condenação.

Uma história mal contada ...


Com o título "Túmulo descoberto em Junho ajuda a conhecer civilização pré-Inca " refere-se o PUBLICO.PT, à publicação na revista "History Today" de um artigo sobre a descoberta de um túmulo contendo os despojos de um alto dignitário moche (ou mochica) no sítio arqueológico de "Huaca Rajada", nas proximidades de Sipan, Departamento de Lambayeque, (capital em Chiclayo), no Norte do Peru. A notícia enferma, no entanto, de várias inexactidões, a começar pela data, pois a descoberta do túmulo ocorreu não em Junho passado, mas sim no ano de 1987. Depois da sua descoberta, já foi concluída a escavação (que não se faz em meses), já foi construído o "Museo Tumbas Reales de Sipan", na cidade de Lambayeque, para onde foram transferidos os despojos do referido túmulo (agora identificado como sendo o túmulo do "Señor de Sipan") e de mais dois outros encontrados no mesmo local (o túmulo do "Sacerdote" e o do "Viejo Señor de Sipan"), túmulos contendo, todos, valiosíssimo espólio em jóias e outros ornamentos e artefactos, incluindo símbolos de poder. Além do mais, até já houve tempo para se fazer a reconstituição dos túmulos in situ. A imagem supra reproduz exactamente a reconstituição do túmulo do "Señor de Sipan", no local do achado.

Não sei de quem é a responsabilidade pelas inexactidões e designadamente se ela é imputável à "History Today", ou ao PUBLICO. PT, mas alguém não fez devidamente o seu trabalho, concluo eu.

Humilhado mas não convencido


Robert Mugabe confessa ter sofrido uma "humilhação" por ter sido forçado a aceitar um acordo de partilha de poder com a oposição, o que mostra que o homem se sente coagido e humilhado mas não convencido. Outra coisa não seria de esperar, tendo em conta os antecedentes e as proclamações do tiranete. E, como, no fundo, continua nas suas mãos o controlo do poder, não são de augurar grandes esperanças quanto às perspectivas de um acordo duradouro. Logo que se sinta menos pressionado, o nosso homem vai, decerto, romper com o acordado e tudo, no Zimbabwe, voltará à primeira forma: Violência e miséria continuarão a ser o dia a dia dos zimbabweanos.

Oxalá, me engane !
(A imagem foi tirada daqui)

Até um cego vê ...

Ao optar pela abstenção na votação de um diploma com a relevância do Código do Trabalho, o PSD revela, como afirma Alberto Martins , líder da bancada socialista, que o PSD não tem uma “posição alternativa consistente a apresentar”.
Que o PSD, nas circunstância presentes e com a actual líder, não é alternativa, até um cego vê.

Como Pilatos ...




Ora aqui está um partido corajoso !
"Lavar as mãos como Pilatos" é o que se diz na minha terra em em relação a atitudes como esta !
(A imagem foi tirada daqui)

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Levantar voo em três tempos




Por deformação da "pista", avaria dos flaps, ou devido à rarefacção do ar (estamos no altiplano andino), certo é que esta galinha d'água (?) se viu em dificuldades para levantar voo !

Mais concorrência é precisa

A análise aprofundada que a Autoridade da Concorrência se propõe levar a cabo sobre o preço dos combustíveis é sempre de saudar, embora não seja de excluir a hipótese de aquela entidade vir a concluir como o fez no relatório de 2 de Junho que não há concertação na fixação dos preços pelas empresas que operam no mercado dos combustíveis, nem abuso de posição dominante por parte da Galp Energia. Temos, com efeito, que admitir que a tarefa que a Autoridade da Concorrência tem entre mãos não é fácil, pois, é difícil pela natureza da investigação fazer a prova de que a concertação existe, embora para um leigo (como eu) pareça não faltarem indícios, tal é a sintonia que se tem verificado entre as gasolineiras na alteração dos preços. Por coincidência ou não, essa sintonia foi agora quebrada, com a BP a aumentar a gasolina para mais um cêntimo, facto que para um leigo (volto ao termo) não deixa de ser digno de registo, quando se assiste a uma descida acentuada no preço do crude, aumento em que, na circunstância, não foi acompanhada pelas demais empresas do sector.
Seja como for (haja ou não concertação) os consumidores em geral têm a sensação de que existe um claro desfasamento entre o custo do petróleo no mercado internacional e os preços pagos pelos combustíveis, uma vez que a queda do preço do petróleo tarda a reflectir-se nos preços que pagam nos postos de abastecimento.
Admitindo, sem conceder, que haja justificação para os preços praticados pelas gasolineiras e que a sensação dos consumidores seja apenas fruto do desconhecimento do funcionamento do mercado de combustíveis, caberia àquelas dar uma explicação simples e cabal do fenómeno, o que ainda não aconteceu, provavelmente porque não há mesmo explicação possível.
Não é assim de admirar que os protestos contra as gasolineiras se tenham vindo a acentuar entre os consumidores e que até os políticos, duma e doutra banda, incluindo membros do governo tenham vindo a insistir pela baixa dos preços.
A mesma explicação tem, a meu ver, a iniciativa do Bloco de Esquerda ao propor um novo regime de “controlo anti-especulativo” dos combustíveis . Não partilho da opinião de que tal regime seja uma boa solução, até porque, se bem me lembro, a última vez em que se verificou a intervenção do Estado na fixação do preço dos combustíveis, os resultados não foram brilhantes para a economia do país.
Veremos, entretanto, a que conclusões chega a Autoridade da Concorrência, sendo certo que para um leigo, como eu, fica a sensação de que a concorrência no sector é insuficiente, particularmente no que diz respeito à importação e à refinação. Como resolver esse défice concorrencial é que não será tarefa fácil, pelo menos em relação à refinação, julgo eu.

Citações # 19

Já por mais de uma vez foi aqui abordado o tema da prisão preventiva. Regressa de novo, desta feita, pela pena do Juiz Conselheiro Eduardo Maia Costa, em SAUDADES DA PRISÃO PREVENTIVA.
Palavras sábias, digo eu.

Sem surpresa ...

Embora se trata de uma simples opinião, esta não andará longe da realidade, embora me pareça que o correcto é falar em integração e não em anexação. Importa, aliás, reconhecer que o mais difícil nesse caminho está já está ultrapassado. Depois da invasão da Geórgia pela Rússia, aproveitando o ensejo proporcionado pela imprudência do presidente georgiano, veio o reconhecimento da independência das duas regiões separatistas. Agora só falta mesmo que as populações da Abkásia e da Ossétia do Sul se pronunciem formalmente no sentido da integração na Federação Russa, resultado que não é difícil alcançar, conhecida que é a sua preferência.
Não tendo pretensões a vidente, a verdade é que este resultado não constitui para mim qualquer surpresa, pois, de tão lógico, já aqui tido sido previsto.

As aves continuam a voar...




Dando o dito por não dito, a Reserva Federal norte-americana volta a intervir, desta feita, para evita a falência da AIG, a maior companhia seguradora a nível mundial, que, sendo um colosso, tinha, pelos vistos, pés de barro. A intervenção segue-se a outras ("Fannie Mae" e "Freddie Mac") e, pelo caminho que as coisas levam, provavelmente não se ficará por aqui, pois tudo indica que "os fundamentais" da economia norte-americana (conceito de que tanto gostam de falar os economistas) não são, afinal tão sólidos como se apregoava. Entretanto, ignorando as turbulências da economia mundial, as aves continuam a voar ...
(As imagens - que poderão ser ampliadas, clicando sobre elas - colhidas no Lago Titicaca, são prova desta afirmação, bem mais segura do que a maioria das que, sobre economia, por aí se vão ouvindo !)

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Será caso ... ?

Será caso para dizer, repetindo o provérbio popular, que "não há mal que sempre dure, nem bem que nunca acabe"?
E será que esta descida (inesperada, digo eu) do preço do petróleo vai acalmar os mercados financeiros, neste momento, em perfeita polvorosa?
E será que a economia mundial terá, com esta descida, oportunidade de se recompor ?
Eis algumas das perguntas que não têm encontrado resposta e sem ela, pelos vistos, continuarão, pois entre os especialistas as opiniões estão longe de ser unânimes.
Em todo o caso, haja esperança !

AIG - Histórias mal contadas ?


Depois do colapso do banco de investimento norte-americano, Lehman Brothers ontem anunciado, surgem hoje notícias de que a American Internacional Group (AIG), a maior seguradora americana terá de obter urgentemente cerca de oitenta mil milhões de dólares americanos (é obra !) para evitar a falência.
Não restam dúvidas de que se assiste a uma derrocada nos mercados financeiros internacionais, a começar pelos Estados Unidos, situação que é geralmente atribuída à crise do subprime. Esta explicação, todavia e à medida que o tempo passa, cada vez me parece menos óbvia. No caso da AIG, em particular, a explicação tem parecenças com um conto de fadas. Com efeito, pergunto-me, como é possível que uma empresa que no ano de 2007 apresentou lucros de 110 mil milhões de dólares (os números parecem fantasiosos, mas não os inventei, como se pode ver aqui), pode, passado pouco tempo, estar dependente de uma injecção de capital de montante tão elevado!
será que a história está mal contada ?
(A ilustração foi tirada daqui)

Santa é que é !



O advogado de Fátima Felgueiras pede absolvição da autarca o que prova que é muito modesto no pedir.
Tendo em conta os muitos martírios por que já passou a sua constituinte, Artur Marques, ilustre colega de curso, não devia contentar-se com a simples absolvição. Absolvição sim, mas acompanhada da imediata elevação aos altares. O feito até nem não parece difícil: Tendo a senhora o nome de Fátima, meio caminho está andado!
(A imagem foi tirada daqui)

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Melhor que a encomenda ...



Não há dúvida de que a governadora republicana do Alasca e candidata pelo Partido Republicano a vice-presidente dos Estados Unidos, a senhora Sarah Palin, se tem revelado bem melhor que a encomenda ...
Ela pode engasgar-se e atrapalhar-se a explicar a Doutrina Bush, mas, na mesma entrevista dada à estação ABC, mostra com toda a desenvoltura que se trata de uma fanática belicista.
Para além de uma fundamentalista conservadora e reaccionária também já deu provas que não sabe bem onde começam e onde terminam as suas funções públicas e a sua vida particular (segundo notícias dos jornais de hoje).
Dada a idade do candidato republicano à presidência, os Estados Unidos correm o risco, se o Partido Republicano vencer as eleições presidenciais, de terem sentado na Casa Branca alguém que ainda os fará sentir saudades do presidente Bush. Arriscam-se os Estados Unidos e arrisca-se o mundo todo, por tabela. O pesadelo é mau de mais, para ser verdade. Cabe aos norte-americanos evitá-lo. Esperemos que pensem nisso.
(Imagem retirada daqui)

Ele há coisas ...

Uma dita Comissão Independente de Juízes (Independente de quê e porquê, pergunta-se) veio hoje a público defender que muitos dos presos libertados na sequência das alterações das leis penais são delinquentes perigosos e que "o propósito subjacente a essas alterações legislativas, meramente economicistas, foi o de reduzir o número de presos, para esvaziar algumas prisões portuguesas, para depois encerrar e vender estabelecimentos prisionais, em prejuízo da segurança dos cidadãos, da sociedade e da tranquilidade pública".
Ele há coisas que não lembram ao diabo, mas pelos vistos, lembram aos juízes da Comissão Independente. Com efeito, se a afirmação sobre a libertação de delinquentes perigosos tem foros de razoabilidade, já a segunda proposição relativa aos propósitos economicistas constitui um perfeito disparate, só compreensível por se tratar de uma Comissão que pode ter todos os qualificativos menos o de "Independente". Aliás, a terminologia usada (pouco própria de magistrados judiciais) revela que o " Independente" foi colado à Comissão com cuspo: Com uma simples chuvada vem abaixo.

Da surpresa ao alarme ...

Com o anúncio da falência do banco de investimento Lehman Brothers que é já a terceira ou quarta instituição financeira norte-americana a entrar em dificuldades devido à crise do "subprime", já não é só caso para nos mostrarmos surpreendidos, como o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos. Parece justificar-se, perante as sucessivas derrocadas de instituições financeiras, até há pouco merecedoras de toda a credibilidade, que se passe da surpresa ao alarme, sobretudo porque estes acontecimentos mostram com clareza, por um lado, que a gestão destes colossos financeiros não estava entregue em mãos prudentes e, por outro, que a supervisão não funcionou por forma a evitar o descalabro a que se assiste.

domingo, 14 de setembro de 2008

Sítios arqueológicos do Peru - Machu Picchu

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Machu Picchu, um povoado inca construído numa plataforma rochosa que liga os cerros de Machu Picchu e Huayna Picchu fica situado nos Andes Centrais, no Sul do Peru e encontra-se actualmente integrado no denominado Santuário Histórico de Machu Picchu, declarado como Património da Humanidade, pela UNESCO, em 1983.

A sua construção é situada em meados do Século XV e é atribuída a Pachacútec, primeiro imperador Inca, havendo quem entenda que Machu Picchu foi por ele utilizado como uma das suas residências de descanso. Não falta, porém, quem lhe atribua o carácter de santuário religioso e, segundo outros, podem ter coexistido as duas finalidades.

Machu Picchu foi eleito como uma das "Sete Maravilhas do Mundo Moderno", resultado que foi anunciado em cerimónia realizada em Lisboa em 7 de Julho de 2007.

Existe abundante bibliografia sobre o tema, bibliografia que pode ser encontrada neste sítio, onde se encontra também abundante informação sobre o local.

Feito este intróito, passemos à legendagem das imagens:

Foto 1: Vista central da Zona Urbana que é constituída por dois sectores: um superior, designado por Sector Hanan (onde se situam os edifícios com construção mais aprimorada e, logo, de maior importância) e outro inferior, designado por Sector Urin, separados por uma Praça Central;

Foto 2: Praça Central, em socalcos;

Fotos 3, 4 e 5: Colina Intihuatana, vista do Sul (foto 3) e da Praça Central (foto 4), colina no topo da qual se encontram edifícios que denotam ter sido importantes, pela construção elaborada e que rodeiam a chamada Pedra Intihuatana, (foto5) a que é atribuído significado astronómico;

Fotos 6, 7 e 8: Templo Principal, situado no Sector Hanan, com perspectiva exterior (foto 6) e interior (foto 7) onde é visível um bloco de pedra que é designado por "altar". Pormenor de uma parede lateral na foto 8;

Fotos 9, 10, 11 e 12: Edifício designado por "Templo das tres ventanas" situado junto do Templo Principal. Na foto 9, temos uma perspectiva do interior; na foto 10 uma vista tomada a partir da Praça Central; e nas fotos 11 e 12 pormenores das paredes interiores;

Fotos 13, 14, 15 e 16: Edifício designado por Torreão ou Templo do Sol, com perspectiva exterior (foto 13) e pormenor da parede exterior virada a Nacente(foto 14). O Torreão foi construído sobre uma rocha, sob a qual se encontra uma cavidade (foto 15) que, segundo alguns autores terá servido de mausoléu, em cujos nichos eram depositadas múmias, opinião que é contestada visto no local não terem sido encontradas provas de tal finalidade. Pormenor do "mausoléu" na foto 16;

Foto 17: Conjunto de edifícios designado por Residência Real, também situado no Sector Hanan, a Norte da zona do Torreão;

Foto 18: Monolito situado no extremo Norte da Zona Urbana, designado por Rocha Sagrada e que marca o iício do caminho que leva ao Cerro Huayna Picchu.

Fotos 19, 20 e 21: Porta de acesso à Zona Urbana, vista do exterior (foto 19) e do interior (foto 20) com pormenor da face interior (foto 21);

Fotos 22, 23, 24 e 25: Conjunto designado por "Templo do Condor", visto do exterior (foto 22) e com pormenores do interior: Nas fotos 23 e 24 encontram-se as chamadas "Asas do condor" e na foto 25 está reproduzida uma rocha gravada, ao nível do solo, onde, alegadamente, se encontra representado o condor;

Fotos 26, 27 e 28: Conjunto de edifícios situado no Sector Urin, denominado "Grupo de los morteros" ou "acllahuasi", conjunto de que a foto 26 dá uma perspectiva geral. Neste grupo encontra-se um edifício em cujo interior se encontram, ao nível do solo, duas rochas gravadas (fotos 27 e 28) com a forma de "morteros" (na terminologia local) donde proveio a designação atribuída ao conjunto. As depressões de forma circular terão servido para a moagem de grão, embora não falte quem lhe atribua finalidades menos utilitárias e também mais problemáticas;

Foto 29: Conjunto de habitações e oficinas situado no Sector Hanan, junto da porta de acesso à Zona Urbana.

Foto 30; Conjunto de edifícios no Sector Urin, designado por "Grupo de las tres portadas".

Fotos 31 e 32: Fonte (foto 31) e vista parcial do canal para derivação da água da fonte (foto 32). Uma e outro situam-se no interior da Zona Urbana;

Fotos 33, 34, 35 e 36: Socalcos que rodeiam a zona urbana: a Sul (fotos 33 e 34); a Nascente (foto 35) e a Poente (foto 36). Os socalcos situados a Sul constituiriam a chamada "Zona Agrícola" e daí a existência de edifícios (foto 34) alegadamente destinados a servir de depósito ou armazém de produtos agrícolas;

Foto 37: Edifício situado no topo dos socalcos da Zona Agrícola, chamada "Casa do Guardião";

Fotos 38 e 39: Os materiais utilizados na construção dos diversos edifícios variava, segundo a importância do edifício em causa: Enquanto em alguns (a maioria) se utilizavam pedras soltas juntas com argamassa (foto 38), noutros (foto 39) as pedras utilizadas eram finamente trabalhadas e aparelhadas, a ponto de se encaixarem, na perfeição, umas nas outras, facto que continua a causar espanto, sabido que os Incas não conheciam instrumentos de ferro de que se pudessem servir para o efeito;

Foto 40: Documenta a existência de trabalhos arqueológicos em curso;

Fotos 41, 42, 43, 44 e 45: Machu Picchu tem uma excelente localização e goza de uma envolvente paisagística de indiscutível beleza. A plataforma onde o povoado foi construído, a 2438 metros de altitude, é circundada, em boa parte, pelo vale do rio Urubamba ( fotos 41, 42 e 44), do qual se eleva quase a pique e encontra-se enquadrada por vários picos ou cerros (na terminologia local): O "Cerro Machu Pichu" de que constitui um prolongamento rochoso; O "Cerro Huayna Picchu" (foto 43); o "Cerro Intipunku" (nas fotos 41 e 42) e o "Cerro San Miguel" (na foto 45).