domingo, 30 de setembro de 2012

Haverá nesta construção alguma pedra que se aproveite?


O "Expresso" de ontem, depois de anunciar em letras gordas na 1ª página, que "Passos quer remodelar o mais depressa possível", desenvolve o tema nas páginas interiores, especulando sobre o quando e o como. A dúvida que me assalta, depois de questionar para que serve a remodelação, é qual é o objecto da remodelação. Dir-se-á que o objecto da remodelação só pode ser o governo. Mas será que este (ainda) existe?
A pergunta, por paradoxal que pareça, é legítima. Assente numa coligação há muito feita em cacos, colados apenas com o "mel do pote", o governo nunca foi mais que uma invenção sem pés nem cabeça, saída da mente dum "rapazola", confirmado agora por gente das suas próprias hostes, como "impreparado". Nada que qualquer olhar atento não tivesse visto há muito, mas realidade hoje evidente até para os mais distraídos. Como é também óbvio e, neste ponto, são múltiplas as análises coincidentes, que tal governo sempre foi disfuncional e nunca passou duma equipa desorganizada e, o que é mais grave ainda, formada por gente que, salvo raras ou nenhumas excepções, não tem gabarito para ocupar uma cadeira ministerial.
Que sentido faz pois falar em remodelação do pretenso governo quando o alegado primeiro-ministro, que o concebeu, tem dado sobejas provas de incompetência e de incapacidade e que tem hoje a sua credibilidade reduzida a zero. Tudo o que ele disser a partir a partir de agora, só pode ser entendido se lido ao contrário. Mas o que se diz do alegado primeiro-ministro pode repetir-se em relação a toda a equipa dita ministerial: Paulo Portas, por muito inteligente que se diga que é, já deu abundantes provas de que não é de fiar; o ministro Gaspar tem a sua competência completamente estilhaçada, pois todas as contas lhe saem furadas, tendo-se revelado incapaz de acertar em qualquer espécie de previsão económica; Aguiar Branco é o que sempre foi, uma nulidade; o Álvaro, desde a primeira hora classificado como "o homem dos pastéis", tem de há muito, colada na testa a palavra "pateta"; a super-ministra Assunção Cristas não passa de mais um super-fiasco ou, se preferirem, duma mosca-morta, porventura, não tanto por culpa própria, mas mais por culpa de quem lhe enfiou nas mãos quatro pastas em relação às quais ela não percebe patavina ; o ministro Mota Soares, "o homem da vespa", agora transportado numa "bomba", não deixou,  por esse facto, de ser o que sempre foi: um zé-ninguém às ordens de Portas, capaz de dizer uma coisa, para logo a seguir, se desdizer, bastando que Portas lhe acene em sentido contrário; o ministro matemático Nuno Crato, que tomou a seu cargo a destruição da Escola Pública, já é mais conhecido por "Erro Crasso" do que pelo próprio nome; a ministra Paula Teixeira da Cruz, pelas posições que tem tomado, quer pressionando o Tribunal Constitucional, quer assegurando o fim da impunidade com referência a casos concretos, dá provas de que, não obstante ser uma jurista, não faz ideia do que seja um Estado de Direito e revela ter uma personalidade em tudo desadequada ao cargo que ocupa, o de ministra da Justiça, cargo onde é exigível sentido de equilíbrio que é tudo o que ela não tem; o ministro Miguel Macedo está na berlinda desde que foi conhecida a história do subsídio de deslocação que recebia tendo casa em Lisboa e esteve novamente sob a luz da ribalta com a história da "cigarra e da formiga"; Paulo Macedo não se livra da fama de ser o encarregado do desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde.
E com isto tudo, estava a esquecer-me de Relvas, o relapso (por via dos muitos "lapsos") mentiroso, que "nunca" pressionou jornalistas e que é  titular duma "licenciatura" por equivalência. Esquecia-me, é verdade,  mas será que o nosso homem ainda é ministro?
Aqui chegados, pergunto: Haverá em toda esta construção alguma pedra que se aproveite?
Se não é o caso, remodela-se o quê?
Qualquer remodelação, nestas circunstâncias, é uma perda de tempo e não passa duma manobra de diversão.
O povo pode ter tido a distracção de eleger a actual maioria parlamentar e escolhido, de forma indirecta, o tal governo. Não me parece, a crer nas últimas e recentes manifestações, que esteja muito disposto a deixar-se enganar segunda vez.

3 comentários:

Graça Sampaio disse...

Por mim podiam sair todos e emigrar!

Anónimo disse...

Como já escrevi no CR a remodelação não serve para nada e hoje, MRS, na TVI, deixou explícito aquilo que eu também já escrevera: o grande problema deste governo é PPC

Isa GT disse...

Também concordo com o Carlos o grande problema é PPC, e com aquela lapa do Relvas, não lhes confiava um vasinho da minha janela ;)

Agora vou dizer uma coisa que pode haver muita gente que não concorda, o Nuno Crato logo que entrou e soube o que tinha que fazer e não... o que queria fazer, só não deve ter saído porque não o deixaram.
E há erros de informação quando dizem que ele cortou em disciplinas, o meu miúdo que anda agora no 6º, até passou a ter mais disciplinas que por acaso só servem para dar mais lugares a professores...
Disseram que ia acabar a Formação Cívica... ficou a Formação para a Cidadania, para os alunos com dificulades continuam os Apoios (de Matemática, Português, Inglês) e para todos os alunos havia um AE (Apoio a Estudo)e este ano, em vez de 1 tem 5 AE's e isto também para os 5ºs anos.
Gosto de ser justa na avaliação, é claro que ele tinha que cortar, mas o homem até deve ter levado nas orelhas por não cortar mais.
E os AE's não servem para nada porque isto de estudar nessas aulas e fazer os trabalhos de casa é uma treta... jogos, conversa fiada... porque aqui nest país, há culpas de muitos lados e eu que, há muitos anos, andei por este meio sei que também há muito trigo e muito joio, os diabinhos andam por todo o lado e assim, não vamos mesmo a lado nenhum.
A turmas também não são todas de trinta, basta haver 1 ou 2 alunos com dificuldades que continuam 21.
Na turma do meu, onde as idades andam maioritariamente nos 11 anos, há uma miúda com 13 e um miúdo de 14, portanto até posso confirmar que a maioria das turmas, pelo menos no Agrupamento dele não ficaram lotadas.
Se ele cortasse a sério não devia querer saber destas excepções.
Claro que se as pessoas pudessem ter filhos e não andassem a ser obrigadas a emigrar... eu até tinha mais uma neta para entrar na escola, assim vai ser difícil aumentar o nº de professores.
Já me esquecia da EDV, a disciplina de educação visual, era dada em 3 horas semanais por dois professores em simutâneo, passou a 4 horas dividida em ETL e EDV, cada uma com 2 horas e por 2 professores neste caso em separado.... francamente não vejo tantos cortes como dizem... claro que é capaz de faltar sabão e papel higiénico, mas até no tempo das vacas gordas isso faltava.
Ainda o meu miúdo andava no 1º ano e nós mandávamos uma resma de papel para a fotocopiadora e no final do ano, quem podia, fazia um bolo para se vender na festa de final do ano para angariar para o toner e outras pequenas coisas que faltavam...
Este nem sequer foi dos piores... porque, muito francamente, estava à espera de mais cortes e um horário mais reduzido... ficou um horário muito maior.
Esta situação é muito complicada e mesmo para alguém que a queira fazer o melhor possível terá muitas dificuldades porque o problema está na própria política... ou seja nos Coelhos Borges & Cªs incluindo muitos rapazolas, de assessores e secretários que estão com demasiado poder nas mãos e sem experiência nenhuma.
Enfim, deve haver casos e casos, mas gerir este universo escolar e ter que aturar o coelho e o gaspar... suponho que poucos poderiam fazer melhor... só pior.

Bjos