O argumento de Relvas (“A ausência de publicidade é condição de uma exigência superior tanto nos conteúdos como na grelha do canal que se manterá na órbita pública”) é simplesmente ridículo, pois não faz o menor sentido.
Todavia, a decisão, que é uma clara cedência aos interesses dos operadores privados do audiovisual, não me surpreende, vindo de quem vem. Aliás, em boa verdade, até já era esperada. Não dizia eu, há dias, que o relatório do Grupo de Trabalho (GT) coordenado por Duque era um relatório à medida daqueles interesses?
Como se comprova. De facto, o relatório não vale um chavo, como tem sido afirmado por múltiplas vozes, mas nele era feita a defesa da extinção da publicidade no canal público, ideia que o ministro Relvas, obviamente, aproveitou. Desconfio, aliás, que tenha sido com a finalidade de obter apoio para tomar essa medida que Relvas se deu à maçada de constituir o GT, desconfiança que tem suporte no facto de Relvas ter mandado para o lixo as restantes conclusões do relatório.
A inexistência de publicidade no serviço público significa que o peso da factura com o serviço público de televisão vai recair por inteiro sobre os contribuintes, em claro benefício dos operadores privados, como o companheiro Balsemão, que ficou, naturalmente, agradado com a decisão, mas que, mesmo assim, não agradece, pois quer mais: “Nas actuais condições do mercado publicitário, se aparecer mais um canal privado, as empresas privadas já existentes não aguentarão".
Relvas só não lhe faz a vontade, porque andam por aí outros interesses que Relvas não pode deixar de salvaguardar. Alguém tem dúvidas?
Relvas só não lhe faz a vontade, porque andam por aí outros interesses que Relvas não pode deixar de salvaguardar. Alguém tem dúvidas?
1 comentário:
Cortar a pub na RTP é o primeiro passo para a matar. Eles sabem muito bem o que estão a fazer. Cínicos!
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