Não é que LFM não possa ter razão em muito do que diz. A meu ver, até tem. Só que para um militante do PSD que acaba de ser apeado do lugar de Presidente do Partido, há atitudes que não se tomam, tanto mais que, ao sair, havia prometido ficar calado. Mas está visto que o impulso para aparecer na praça pública é, em LFM, mais forte que o sentido do dever. Esta constatação leva-me a uma outra que tem a ver com a apreciação que LFM faz relativamente às razões que estiveram na base do seu afastamento. Diz LFM que foi vítima de um golpe palaciano motivado pela "vontade de mudança nos postos do PSD, desde as autarquias até ao Parlamento Europeu".
Não me parece que LFM tenha razão neste aspecto. A razão, por muito que ao próprio custe admiti-lo, não foi essa seguramente e sim e tão só a sua incapacidade para traçar um rumo consequente e segui-lo, com determinação e coerência. Por outras palavras: O seu desejo de notoriedade e a instabilidade de que acaba de dar novas provas é que verdadeiramente lhe tolheram o caminho. Razões de queixa, se as tem como parece, só a si próprio as deve imputar. Estar a lançar sobre os seus companheiros de partido as suas próprias frustações, fruto da sua própria personalidade, não lhe fica nada bem, digo eu, que não tenho nada a ver com o PSD.
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