domingo, 27 de julho de 2008

O PS deve uma explicação ao país


Não obstante ter sido recentemente aprovada nova legislação contra a corrupção (Lei nº 19/2008), João Cravinho, autor de um pacote legislativo que visava combater o fenómeno da corrupção, mostra-se insatisfeito com a nova legislação, afirmando que, no respeitante a tal matéria, "Há evoluções positivas e negativas. Muito positivo é o facto de a modernização da administração pública, o Simplex, ter dado uma estrutura mais organizada e ter feito com que a corrupção burocrática e administrativa, a pequena corrupção, tenha diminuído com muito significado em alguns sectores, desde a administração fiscal a algumas câmaras municipais. Estamos a falar daquele dinheiro para fazer andar os pequenos processos mais depressa. Mas, na grande corrupção de Estado, toda a gente tem a sensação que estamos numa situação muito complicada e em crescendo".
Ora bem, digo eu, se o PS não acolheu todas as sugestões apresentadas pelo então deputado, João Cravinho, torna-se urgente, até para evitar suspeições, que o PS torne públicos quais os motivos por que tais sugestões não tiveram seguimento. Recordo-me de se ter falado, na altura em que as sugestões de Cravinho vieram a lume, que, entre as regras propostas, algumas havia que eram inconstitucionais. E as outras ? Eram ineficazes, ou contraproducentes ?
Se era o caso, esclareça-se o assunto de vez, pois não é aceitável que continue a haver dúvidas e suspeitas em matéria de tanto melindre. Como se costuma dizer: À mulher de César não basta ser séria, é também preciso parecê-lo.
(A imagem foi colhida aqui)
Confesso que não estava à espera de uma resposta tão breve. Oxalá seja tão convincente quanto breve e que tenha a virtualidade de acabar com dúvidas e possíveis insinuações.
SEGUNDA ADENDA: A resposta acabou por vir da boca de Alberto Martins, líder parlamentar socialista, segundo o qual, a sua bancada “não recebe lições de combate à corrupção do engenheiro João Cravinho”, prometendo continuar esse “combate sem tibiezas e sem desautorizar o esforço que está a ser feito".
Para dizer o que disse, Alberto Martins bem podia estar calado. A sua resposta é bom exemplo de "uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma".

Sem comentários: