Ao que tudo indica, Paulo Portas, na ressaca dos acontecimentos da Quinta da Fonte, quer que seja investigada a atribuição do rendimento mínimo em Portugal .
Suponho, até pelas notícias que, de quando em vez, vêm a público que tal investigação até é feita por rotina. Do que se pode desconfiar, pelos exemplos postos a nu, no caso da Quinta da Fonte, é que se trate de uma investigação bem conduzida e eficaz, uma vez que não detectou o que se passa em casos como o do referido bairro social, casos que provam que há "um Portugal que trabalha no duro e (...) outro Portugal em idade de trabalhar que vive à conta do Estado". Ora tal facto é inadmissível, sendo forçoso reconhecer que, neste aspecto, Paulo Portas tem razão. E mais razão haverá para pôr termo a situações de abuso quando tudo indica que a atribuição do rendimento mínimo até surge, nalguns casos, como factor de marginalidade: A quem não tem de assegurar a sua subsistência pelo trabalho, estando em perfeitas condições de se dedicar a uma actividade útil, sobra-lhe tempo para actividades marginais como o tráfico de droga e de armas, por exemplo.
Sendo provável que haja em Portugal, muitas "Quintas da Fonte" a merecer investigação, convém, no entanto, ser cauteloso nesta matéria, pois o "rendimento mínimo" é uma instituição meritória que interessa preservar. Separe-se o trigo do joio, mas deixe-se o trigo crescer, pois já deu e continuará a dar frutos.
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