Ao que afirmam, não se encontram reunidas as condições de segurança, o que não deixa de ser curioso, sabido que continuam a viver na Quinta da Fonte, sem qualquer problema, outras famílias de etnia cigana. É esta, pelo menos, a informação prestada pelo responsável pelas escolas da Apelação, Félix Bolanos, em entrevista hoje publicada pelo PUBLICO, na sua edição impressa.
Segundo o mesmo responsável, na Quinta da Fonte, não houve nem conflito étnico, nem troca de tiros entre gangues, o que terá havido sim, foram distúrbios, com origem numa discussão entre um casal, seguida de disparos de uma arma de fogo por um indivíduo alcoolizado, a que se seguiram outros tiros disparados por detentores de armas do mesmo tipo, tendo-se gerado, na sequência, toda uma grande confusão.
Esta versão pode parecer, (à primeira vista e em face do realce dado pela comunicação social aos factos) demasiado simplista, mas certo é que não há, nem mortos, nem feridos a assinalar, o que parece confirmar a versão.
Assim sendo, e tendo as autoridades competentes assegurado a existência de condições de segurança, não parece haver razões que justifiquem a mencionada recusa. Em todo o caso (e é isso o que com este comentário se pretende sublinhar) é a essas famílias que cabe decidir sobre o seu destino, pois são constituídas por cidadãos, com iguais direitos e obrigações idênticas aos de quaisquer outros cidadãos. Não são crianças que precisem de tutor, nem de tratamento especial por parte do Estado, nem da autarquia de Loures.
Às autoridades caberá levar perante a justiça os responsáveis pelos desacatos, desarmar quem for detentor de armas ilegais, assegurar a tranquilidade do bairro, resolver os eventuais problemas existentes. Tudo o mais será tratamento discriminatório e uma forma de infantilizar quem é adulto e quem tem obrigação de arcar com as próprias responsabilidades.
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